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Proteja seus dados pessoais na internet
A internet móvel tem facilitado a vida do consumidor. Sem ter de se deslocar, o usuário consegue pagar contas, fazer compras ou acessar a conta bancária com apenas alguns cliques. Mas a tecnologia não traz só comodidades. Navegar na web também implica atenção e cuidado, em especial, com dados pessoais. Se o usuário não ficar atento, suas informações podem acabar sendo usadas por terceiros em golpes e crimes cibernéticos.
De acordo com o especialista em tecnologia da informação, Fabiano de Oliveira, os casos de golpes mais comuns são aqueles que envolvem a técnica de phishing, tipo de ataque em que os cibercriminosos tentam induzir a pessoa a revelar seus dados por meio de sites e mensagens falsas. Esse ataque pode chegar, por exemplo, por um e-mail que orienta o consumidor a clicar em links suspeitos. “A internet é usada como uma ferramenta para cruzar informações”, explica o analista de sistemas. “Sem saber, as pessoas podem se tornar vítimas de crimes eletrônicos ao serem direcionadas a preencher um cadastro e expor seus dados em e-mails e sites que elas acreditam serem inofensivos”.
A professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e Coordenadora do Centro de Direito, Internet e Sociedade do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Laura Schertel, aponta outras formas de violação de dados pessoais dos usuários, como o furto de identidade e a violação da privacidade. “Para prevenir fraudes e golpes, é fundamental atentar para a segurança dos nossos computadores e dispositivos móveis, mantendo os programas instalados com as versões e atualizações mais recentes, utilizar sempre programas originais e fazer uso de mecanismos de proteção, como firewall e proteção contra malwares”, sugere Schertel.
Já a superintendente de relações com consumidores da Anatel, Elisa Leonel, chama atenção para a importância de os usuários estarem conscientes sobre a importância da navegação segura na internet, atentando-se para a privacidade e evitando quebra de sigilo dos seus dados pessoais. “O consumidor tem que ficar muito atento e sempre se questionar sobre a autenticidade e credibilidade do conteúdo que vai acessar, buscando checar a confiabilidade da plataforma”, orienta a superintendente.
Oliveira também alerta que o consumidor deve ficar atento às suas informações bancárias. É preciso guardar bem o número do cartão de crédito. Uma vez que muitos sites de compras não costumam exigir senhas e solicitam apenas o número do cartão e o código de segurança para efetuar a transação, o usuário tem de proteger esse tipo de dados. Para fazer compras com mais tranquilidade, a pessoa pode conferir se o site em que vai efetuar o pagamento é seguro. É possível buscar informações sobre a marca ou nome na internet e também checar se o site é popular e se é bem avaliado.
Uma sugestão do especialista é recorrer a mecanismos de intermediação de compras, que servem como meio termo entre clientes e lojistas. Tais ferramentas são voltadas para o e-commerce e possuem sistemas antifraude e equipes capacitadas que analisam os dados dos compradores, reduzindo as chances de golpes no processo.
Outra dica para o consumidor é evitar divulgar seus dados pessoais abertamente na internet. Isso pode impedir problemas futuros. Para não atrair estelionatários, ladrões e até mesmo sequestradores, o usuário deve proteger a sua privacidade.
Cuidados em redes sociais
Para além de senhas e números de documentos, até a forma como o indivíduo se manifesta em mídias sociais pode fazer dele uma vítima potencial de cibercrimes. Criminosos podem usar tais informações para aplicar golpes virtuais ou mesmo para cometer transgressões fora da internet.
Schertel destaca que, ao participar de redes sociais, o consumidor precisa compreender que há riscos de que as informações compartilhadas sejam acessadas por um grande número de pessoas em situações e contextos imprevisíveis. “O usuário que preza pela sua privacidade online deve refletir antes de divulgar informações sobre as quais poderá se arrepender posteriormente, bem como manter o seu perfil e seus dados privados, possibilitando o acesso somente a grupos e pessoas determinadas”, ressalta a professora.
Os aplicativos de celular são outro instrumento que demandam cautela. Ao instalar um app no smartphone, o consumidor deve verificar que tipo de dados pessoais o software pede para acessar. A sugestão é mensurar se vale a pena autorizar o acesso a esses dados e, na dúvida, não instalar.
A Anatel já contempla medidas para a proteção de dados pessoais dos consumidores de serviços de telecomunicações. Segundo a superintendente de relações com consumidores da Agência, existe uma constante fiscalização e as informações dos consumidores de telecomunicações não podem ser disponibilizadas para terceiros pelas prestadoras de telecomunicações. Ela destaca, contudo, que a preocupação sobre a questão se volta para outros serviços digitais que, embora sejam prestados sobre as redes de telecomunicações, não são abarcados pela regulação da Anatel. Diante disso, é importante que o consumidor siga as instruções preventivas para se preservar de eventuais fraudes.
O consumidor que for vítima de golpes ou fraudes digitais pode recorrer a delegacias especializadas em crimes cibernéticos, já existentes em diversos estados. Para buscar a unidade mais próxima de você, consulte a lista de cidades e regiões onde essas delegacias atuam.
Estou seguro fora da Internet?
A orientação a respeito de dados pessoais vale também para outras formas de interação via meios de comunicação. Existem golpes aplicados a partir de ligações e e-mails que pedem dados pessoais ao consumidor sem explicar claramente o motivo ou se passando por alguma instituição conhecida, como bancos e lojas.
Cuidado! Não caia em tentativas de fraude usando o nome da Anatel
Nos últimos meses, consumidores acionaram a Anatel relatando terem recebido mensagens eletrônicas e ligações da Agência oferecendo prêmios em dinheiro. Para ter acesso à quantia supostamente ganha em um sorteio, o usuário deveria somente repassar alguns dados e informações pessoais. Não se deixe enganar por esse tipo de golpe! A Anatel não oferece promoções, sorteios e afins aos consumidores. O papel central da Agência é regular e fiscalizar o setor de telecomunicações no país.
Além dessa fraude, existe outra que atingiu pequenas e médias empresas: publicadoras de conteúdo na internet estão entrando em contato com consumidores para cobrar altos valores por publicações em sites. Há, até mesmo, casos de publicadoras tentando se passar pela Anatel. Mas a Agência não faz cobranças por publicação, nem autoriza empresas, em seu nome, a realizar cobrança para publicação de materiais em sites.
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