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Vice-presidente da Anatel fala sobre dificuldades para ampliar banda larga
O vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Igor de Freitas, participou nesta quarta-feira, dia 20.09, do Painel Telebrasil 2017. Durante o debate “Políticas públicas para um setor estruturante”, ele destacou as dificuldades regionais do país para a ampliação da banda larga.
“Minha visão é mais liberal, as empresas precisam de flexibilidade para fazer suas escolhas, porque escolhas erradas podem fazer as empresas até saírem do mercado”, afirmou.
Segundo Igor de Freitas, existe uma escassez de recursos públicos, por isso considera ser “impossível uma política do filet sem osso, e o osso é grande mesmo, essa exigência é importante sim”. Ou seja, as empresas que querem atuar em locais atrativos, com grande potencial de lucro devem também atender às áreas mais distantes, remotas, de menor interesse que acabam oferecendo maior risco, por meio dos compromissos de abrangência exigidos nos editais de licitação da Anatel. Para ele, são necessários investimentos privados. E completou: “não há como trabalhar com uma política rentável e deixar de lado uma que precisa ser desenvolvida ainda”.
Igor de Freiras falou que nas regiões mais ricas do país já existe uma plataforma tecnológica moderna, onde podem ser feitas aplicações em IoT (Internet das Coisas), já sendo possível até o transporte de pessoas por drone. Mas a produtividade é um problema central, explicou, é necessário dispor de infraestrutura de banda larga para o desenvolvimento de aplicações.
O secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), André Borges, disse que está sendo revista a política do setor que propõe que as empresas comprem uma fatia de mercado (filet) rentável, e a parte de menor retorno dos investimentos (osso).
O presidente da Claro, José Felix, falou que a carga tributária do país só é comparável à da Tanzânia. A conta é cara e pouco está sendo investido no serviço de telecomunicações já que grande parte do valor do serviço é por conta de impostos, e o recurso arrecadado vai para o governo, explicou. Ele defendeu ainda a revisão do modelo regulatório nacional.