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Lições de liderança são compartilhadas com estudantes no Dia das Meninas nas TICs
Nessa quarta-feira (24), estudantes do curso técnico de Produção de Áudio e Vídeo integrado com o ensino médio na Unidade Recanto das Emas do Instituto Federal de Brasília (IFB) presenciaram o momento em que Cristiana Camarate, superintendente de Relações com Consumidores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), havia sido recém-informada da publicação da lista tríplice de substituição de membros do Conselho Diretor, em que seu nome está como primeira substituta. Participando da comemoração do Dia das Meninas nas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), promovido pela União Internacional de Telecomunicações e pela Anatel no Brasil, Cristiana, visivelmente emocionada, apresentou às meninas seus sentimentos com o novo desafio e a coragem para enfrentá-lo. O tema do encontro deste ano do Dia das Meninas nas TICs é “Liderança”.
Mesmo com a nomeação – Cristiana é a segunda mulher a ocupar o cargo de conselheira na Agência, a primeira foi Emília Ribeiro nomeada em 2008 –, ela foi clara ao separar em sua fala o conceito de liderança do de chefia. Para ela, as estudantes podem ser lideres mesmo sem serem chefes de equipes. “Liderança é uma construção, é algo que ninguém tira de você”, afirmou. O diretor da União Internacional de Telecomunicações, Cosmas Zavazava, gravou, de Genebra (Suíça) um vídeo de recepção às estudantes presentes na Anatel no Dia das Meninas nas TICs.
A chefe de Gabinete da Presidência da Anatel, Suzana Silva Rodrigues, ao citar desafios a serem superados pelas mulheres, lembrou que muitas meninas recebem uma educação que as afasta das TICs, “somos educadas a não termos afinidade”. A gerente de Interações Institucionais, Satisfação e Educação para o Consumo, Isadora Moreira Firmino, seguindo a posição de Suzana, foi enfática “lembrem-se que qualquer carreira é para vocês”. Suzana orientou as meninas, baseada em sua própria experiência, a não tomarem a fala de outro como determinante às suas escolhas profissionais. E, ao falar da necessidade da presença feminina nas TICs, a chefe de Gabinete se referiu ao próprio caso da Anatel, em que mulheres têm presença de apenas 30% nos cargos de chefia. Mildred Campoi, do Grupo Mulheres do Brasil também presente no evento, destacou a importância dos estudos e a necessidade de um segundo idioma. Mildred indicou plataformas online gratuitas de ensino de idiomas como uma opção.
As meninas foram separadas em grupos e visitaram as instalações e setores da Agência, sendo recepcionadas por mulheres das mais diferentes profissões, como engenharia, advocacia, jornalismo, que lideram o dia a dia da Agência”. A gerente de Infraestrutura, Serviços e Segurança Institucional, Ana Carolina Felicio, mostrou ao grupo que recepcionou a sua atividade na gerência, em áreas como segurança, limpeza, portarias e passagens aéreas, e explicou como funciona a hierarquia funcional na Anatel. Ana Carolina lidera 16 pessoas, tendo três mulheres entre cinco assessores. Uma das estudantes afirmou ter se sentido encorajada a querer ocupar cargos “tão altos”. A servidora Fabiana Vasconcelos, que também acompanhou o grupo, aconselhou as meninas a pedir feedbacks sobre seu trabalho e manter uma atitude de iniciativa e proatividade, além de ter apresentado técnicas de como falar em público.
Outros relatos das estudantes de audiovisual sobre suas visitas às mulheres líderes da Agência foram o reconhecimento das dificuldades desta jornada e da dedicação necessária, a fascinação com participação em encontros internacionais e a possibilidade da vivência em outras cidades ou países, o reconhecimento da necessidade do domínio da língua inglesa como a principal língua de comunicação global, e que “não há que esconder o que se sente para ser uma mulher forte”. Cristiana explicou que de acordo com a UIT, para prosperar nas TICs “meninas e jovens mulheres devem ser expostas a mulheres em posições de liderança, fomentando inspiração e quebrando barreiras que impedem seus progressos”.
Ana Clara, professora de geografia do IFB, destacou a importância do evento ao afirmar que é “sobre abrir portas e estimular sonhos” às estudantes que vivenciam a realidade periférica no Distrito Federal. “Dentro do processo de ensino do IFB, se promove que elas falem para suas famílias e amigos o que aprenderam. A Anatel abriu as portas a essas meninas e elas vão abrir portas para outras famílias e pessoas em suas comunidades”, analisou. A estudante Luany, que se sentiu acolhida e representada, achou o evento “interessante porque quer seguir a carreira de engenharia”. Ana Beatriz, também estudante, também “se sentiu esperançosa em ver tantas mulheres em cargos de liderança” e destacou o saber que “se tem de trabalhar nossas habilidades como a Suzana (chefe de Gabinete da Presidência da Anatel) falou”. Ana Beatriz e outras estudantes devem relatar a visita à Anatel no jornal compartilhado dos estudantes do IFB de Recanto das Emas no instagram, Ema Informa.