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INOVAÇÃO
Evento do Ceadi discute aplicações de inteligência artificial
O Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi), junto com a Superintendência Executiva, promoveu na última segunda-feira (22/4) o evento online “Tecnologias Emergentes e as Comunicações do Futuro: Aplicações de Inteligência Artificial no mercado”.
O evento contou com as palestras de Lorrayne Porciuncula, diretora executiva do Datasphere Initiative; da professora Priscila Solís, da Universidade de Brasília; e do professor Anderson Rocha, especialista em inteligência artificial e forense digital pela Universidade de Campinas (Unicamp). Após as exposições, foram promovidos debates, moderados pelo conselheiro da Anatel Raphael Garcia, com auxílio do chefe da Assessoria Técnica e secretário-executivo do Ceadi, Eduardo Alencar.
O conselheiro da Anatel, Raphael Souza, ressaltou que “o desafio sobre como regular IA é multidisciplinar e deve envolver várias perspectivas: tecnológica, jurídica, econômica, administrativa, psicológica e comportamental, dentre outras. Essa temática deve ser abordada considerando esses diferentes e complementares perspectivas para uma tomada de decisão mais acertada”.
Priscila Solís explicou que a evolução da tecnologia de comunicações móveis integra nos seus padrões os avanços da Inteligência Artificial (IA) e o do Machine Learning (ML). Disse que as aplicações mais avançadas de IA e ML, ao atuarem na otimização de recursos, trazem benefícios para os cenários do 5G, que precisam de velocidades de conexão mais rápidas e com menor latência em redes confiáveis. Ela destacou que as Radio Access Networks (RAN) do 5G abordam projetos complexos de sistemas e grandes problemas de otimização de rede para atender a uma ampla gama de requisitos de desempenho. Na rede 5G, para acelerar o uso de técnicas de IA e ML, defendeu a possibilidade de se trabalhar em RANs abertas, e não apenas em soluções proprietárias, de conhecimento apenas das corporações que as desenvolvem. No 6G, seu verdadeiro potencial está na implantação de um ambiente de rádio que possa otimizar o desempenho geral da rede, que estará apoiado na evolução das tecnologias de camada física tais como Superfícies Inteligentes Reconfiguráveis (RIS) e sistemas mMIMO (massive Multipe input Multiple output), na evolução dos serviços de posicionamento que impacta setores tais como eHealth, indústria, transporte, logiítica e serviços de missão crítica, na evolução topológica da rede, na evolução das aplicações de realidade virtual e realidade aumentada, e no incremento da eficiência energética da rede.
O professor Anderson Rocha afirmou que a Inteligência Artificial é uma realidade – é algo que veio para ficar e não há como retornar ao passado – e que as perspectivas de sua utilização são inúmeras. Mencionou como exemplos o uso de IA para desenvolvimento de remédios personalizados para cada paciente até a elaboração de estratégias para o combate ao aquecimento global com a implementação de iniciativas para maior captura de carbono. Manifestou, porém, sua preocupação com a assimetria de conhecimentos e ressaltou que os modelos de Inteligência Artificial abertos são importantes para a comunidade científica, governos e empresas conhecerem melhor o funcionamento da IA e desenvolverem novas aplicações.
Além disso, Anderson Rocha apontou que “vivemos um período extraordinário na história humana, marcado pela revolução da convergência, uma era em que tecnologias exponenciais como nanotecnologia, biotecnologia, Internet das Coisas (IoT), robótica e Inteligência Artificial (IA) estão transformando praticamente todos os aspectos de nossas vidas. Este avanço sem precedentes está redefinindo as indústrias, alterando nossas interações diárias e remodelando nossas estruturas sociais. Neste contexto, torna-se imperativo que os investimentos em educação sejam intensificados como nunca antes. A educação deve evoluir para equipar as pessoas com as habilidades necessárias para navegar e prosperar em um mundo que está em constante mudança. Garantir que ninguém seja deixado para trás é fundamental para uma sociedade justa e inclusiva, onde todos têm a oportunidade de contribuir e se beneficiar dessas transformações globais.”
Lorrayne Porciuncula apresentou o dilema que existe em relação à governança dos dados e o desenvolvimento da Inteligência Artificial, pois é preciso encontrar um meio termo entre a proteção desses dados e a possibilidade de sua utilização para benefício da sociedade. Na sua opinião, a criação de espaços controlados para testar de forma colaborativa tecnologias inovadoras e práticas de dados – os sandboxes – é uma alternativa para incentivar o desenvolvimento científico dentro da estrutura regulatória existente. Lembrou que Anatel adotou esta solução para estudar a utilização de repetidores de radiofrequências e reforçadores internos de sinais por municípios de forma a atender as demandas locais de cobertura do Serviço Móvel Pessoal (SMP).
Assista ao vídeo das palestras e dos debates no YouTube.
As apresentações realizadas podem ser acessadas abaixo.
Apresentação Lorrayne Porciuncula