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Anatel realiza seminário sobre autenticação do identificador de chamadas
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – em parceria com a Conexis e a Telcomp –, realizou nesta quinta-feira (7/4), seminário sobre autenticação do identificador de chamadas utilizando a tecnologia Stir Shaken.
O evento, que reuniu mais de 200 participantes, abordou a tecnologia Stir Shaken, que permite a verificação da autenticidade do identificador da chamada nas redes de suporte para os serviços de telefonia, o que pode contribuir para evitar ações fraudulentas como o spoofing.
A abertura do evento ficou a cargo de Gustavo Santana Borges, superintendente de Controle de Obrigações da Anatel. Ele destacou que é importante retomar a credibilidade das ligações e empoderar os consumidores para saber quais ligações lhe interessam. Ele mencionou que a Anatel vem estudando a prática de spoofing e adotando medidas de mitigação.
Jon Peterson, vice-presidente da Neustar, explicou que o problema de chamada de robôs piorou com a tecnologia de VOIP, sendo necessário o restabelecimento da confiança global. Ele apresentou o ranking dos 20 países mais afetados por ligações de spam em 2021 e afirmou que “no Brasil o problema é pior que em outros lugares; o Brasil tem a maior taxa de chamadas indesejadas per capita do mundo”.
Alain Garneau, diretor da Canadian Radio-television and Telecommunications Commission, explicou que no Canadá foi assinado um memorando de entendimento, realizada uma consulta pública para examinar o problema, implantação de black lists e bloqueio de chamadas. “Não há uma solução única. Em 2015, quando teve início o Stir Shaken, chegamos a ter mais de 1,4 bilhão de chamadas bloqueadas. O Stir Shaken está implementado no Canadá, mas numa fase inicial, estamos trabalhando nisso, pedimos à indústria para desenvolver um método de rastreamento”, falou.
Ildeu Borges, representante da Conexis, disse que a solução para as chamadas indesejadas é complexa e passa por um conjunto de ações para que o problema seja solucionado. “Os primeiros passos no Canadá são o que estamos fazendo aqui”, afirmou. Ildeu apontou, ainda, para a necessidade de avaliação de custos.
Sobre a questão dos custos de implantação, Alain Garneau, explicou que a tecnologia Stir Shaken não pode ser observada como oportunidade de lucro, mas de as empresas se engajarem com os clientes: se uma prestadora reluta em implantar essa tecnologia, terá perda de participação no mercado em curto ou longo prazo. No Canadá, as pequenas prestadoras de telefonia conseguiram firmar acordo com as grandes operadoras e alguns players conseguiram assinar em nome de outros menores, especialmente para as chamadas de entrada. Jon Peterson disse que o investimento de infraestrutura não é muito significativo.
Luiz Henrique Barbosa da Silva, presidente-executivo da Telcomp, disse ser uma vergonha o Brasil liderar o ranking de chamadas indesejadas e afirmou apoiar a iniciativa de implantação do Stir Shaken no Brasil, sendo necessário levar essa proposta para além do setor de telecom. Ele lembrou da necessidade de envolvimento das OTTs, que também têm fraudes usando recursos de numeração de forma indevida.
O Seminário Stir Shaken foi o terceiro evento realizado pela Anatel para avaliar a viabilidade e as condições para implementação da tecnologia de autenticação do identificador de chamadas nas redes de telecomunicações no Brasil