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5G completa um ano de implantação no Brasil
O 5G standalone, que é o 5G em sua maior potencialidade, completa um ano de sua ativação nesse dia 6 de julho de 2023 e já é uma realidade na vida de grande parte dos brasileiros. A quinta geração do serviço móvel já está em operação em 184 municípios, que incluem todas as capitais.
De acordo com o Edital do 5G, as prestadoras de telefonia móvel vencedoras dos lotes de 3,5 GHz em âmbito nacional deveriam ativar, até o segundo semestre do ano passado 1.896 estações apenas em capitais. O número de estações licenciadas em capitais, entretanto, já é mais de cinco vezes maior, chegando a 9.481 estações, o que representa densidade de 6,25 estações para cada 100 mil habitantes, frente à meta de 1,25 exigida pelo Edital. A quantidade de estações atualmente licenciadas já ultrapassa os compromissos de adensamento definidos para julho de 2024.
A ativação de estações 5G acima das metas do Edital se reflete na melhoria da cobertura. As figuras abaixo mostram a mancha de cobertura do 5G nas cidades de Brasília/DF, São Paulo/SP e Salvador/BA.
Mancha de cobertura do 5G em Brasília/DF
Mancha de cobertura do 5G em Salvador/BA
Mancha de cobertura do 5G em São Paulo/SP
De acordo com dados da consultoria Ookla decorrentes de Acordo de Cooperação Técnica firmado com a empresa, a velocidade média de download do 5G no Brasil é de 446,91 Mbps, ao passo que a velocidade média de upload é de 33,60 Mbps. O atual patamar é superior à média de países europeus e dos Estados Unidos.
Para usufruir da tecnologia, entretanto, o usuário deve possuir aparelho com suporte à quinta geração e possuir plano de serviço que inclua o 5G. Atualmente, existem 10,1 milhões de consumidores que utilizam a tecnologia 5G.
A Anatel tem verificado uma evolução rápida na homologação dos dispositivos com suporte ao 5G a cada ano, conforme a tabela abaixo:
Ano |
Quantidade de modelos de telefones |
2021 |
13 |
2022 |
73 |
2023 |
39 |
Total Geral |
125 |
Os 125 diferentes modelos de telefones celulares com suporte ao 5G atualmente homologados se distribuem entre 15 fabricantes:
Do total de aparelhos, 101 possuem suporte ao modo SA (standalone), em adição ao modo NSA (non-standalone):
Tecnologia |
Quantidade de modelos de telefones |
Ambos (SA / NSA) |
101 |
Non-standalone (NSA) |
24 |
T otal Geral |
125 |
Importante ressaltar que a Anatel, por meio dos trabalhos coordenados pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na Faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi), liberou 1.610 municípios para utilização da faixa de 3,5 GHz por estações de 5G, os quais, somados, possuem uma população de 141 milhões de brasileiros, representando 66,4% da população. A figura abaixo mostra os municípios já liberados:
O trabalho que vem sendo executado pelo Gaispi vai além da liberação de municípios para operação do 5G. O Grupo é composto por integrantes do Ministério das Comunicações, prestadoras vencedoras do Edital, radiodifusoras e exploradoras de satélites. É atualmente presidido pelo conselheiro Moisés Moreira.
O Gaispi conta com seis grupos técnicos:
- Grupo Técnico de Acompanhamento Financeiro (GT-F) – responsável por assessorar o Gaispi na verificação do cumprimento das obrigações da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) estabelecidas no Edital nº 001/2021– SOR/SPR/CD-Anatel referentes a gestão de seus recursos financeiros, além de realizar análise de impacto econômico/financeiro. O coordenador do Grupo, Oséias Aguilar, destaca que “a gestão dos recursos financeiros, realizada pela EAF, está em conformidade com as melhores práticas e com o cronograma estabelecidos para todas as obrigações editalícias e até o momento os valores executados estão inferiores ao orçamento programado, seja por maior economicidade das cotações de aquisição realizadas, seja por contingências específicas de cada uma das obrigações editalícias”.
- Grupo Técnico de Comunicação (GT-Com) – responsável por assessorar o Gaispi na definição e no acompanhamento das ações de comunicação social para informar a população sobre o processo de mudança da TV satelital gratuita da Banda C para a Banda Ku e por acompanhar o serviço de atendimento gratuito, via central telefônica e internet, criado para esclarecer dúvidas e auxiliar a população beneficiada sobre a recepção de sinal satelital de TV gratuito, além de clientes ou usuários de serviços satelitais em Banda C (FSS) nos casos de eventuais interferências oriundas da implantação das redes de telefonia móvel na faixa de 3,5 GHz. Conforme comentou Henrique Pinheiro, coordenador do GT-Com, “a população vem sendo informada sobre a mudança da TV via satélite e suas vantagens, como canais regionais e a melhora do som e da imagem, para que possa continuar aproveitando a gratuidade do sinal na Nova Parabólica. Um número cada vez maior de beneficiários dos programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família, vem realizando o agendamento e recebendo a instalação gratuita da nova antena em suas casas”.
- Grupo Técnico de Migração Banda Ku (GT-Migração) – responsável por assessorar o Gaispi na definição do cronograma para migração e seu acompanhamento, bem como na elaboração das especificações das soluções técnicas para assegurar a continuidade do livre acesso ao conteúdo audiovisual por satélite e do kit que permite a recepção do sinal de televisão aberta e gratuita transmitido na banda Ku, distribuídos aos beneficiários previstos no Edital. Martim Hon, coordenador do Grupo, explica que “o projeto da migração tem por objetivo garantir que a população mais carente, que assiste televisão por satélite na banda C, não deixe de receber os sinais devido à chegada do 5G, passando a ter acesso também a um serviço de melhor qualidade. É muito satisfatório ver o bom andamento do projeto, e perceber que está sendo possível, inclusive, avançar de forma mais rápida que o inicialmente previsto no Edital”.
- Grupo Técnico de Desocupação do 3,5 GHz e Mitigação de Interferência (GT-Desocupação) – responsável por assessorar o Gaispi na definição do cronograma e das soluções técnicas para os casos de interferência às estações FSS que operem na Banda C satelital e e dos critérios e procedimentos para remanejamento das estações vinculadas às exploradoras de satélites que operem Na Banda C estendida. Segundo o coordenador do Grupo, Alex Azevedo, “no início das atividades do GT, houve bastante debate e aprendizado com as primeiras ativações. Entendemos por bem adotar uma postura preventiva em relação à definição das especificações dos filtros e dos critérios de instalação, sendo necessária a realização de testes de campo. Porém, uma vez que avançamos nessas etapas, o processo seguiu seu curso regular e hoje temos segurança de que todas as estações satelitais cadastradas poderão coexistir com o 5G sem a ocorrência de interferências”.
- Grupo Técnico do Programa Amazônia Integrada e Sustentável (GT-PAIS) – responsável por assessorar o Gaispi no acompanhamento da execução e dos prazos para implantação do PAIS, que compõe o Programa Norte Conectado. De acordo com o Edital, será implantado um backbone de fibra óptica composto por seis infovias, totalizando 8.944 quilômetros, que atenderão 42 municípios e população total de 4.156.410 habitantes. De acordo com o coordenador do Grupo, Sidney Nince, “cada município atendido permitirá a oferta de conectividade para dez escolas públicas urbanas, com capacidade mínima de 100 Mbps e rede sem fio (Wi-Fi); hospitais, com capacidade necessária para implementação de telemedicina; fórum, com capacidade mínima de 100Mbps; e organizações das Forças Armadas em áreas urbanas”.
- Grupo Técnico da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal (GT-Rede) – responsável por assessorar o Gaispi no acompanhamento da execução e dos prazos para implantação da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal, composta por uma rede fixa nacional para atender aos órgãos do Governo Federal, complementar à rede existente, e rede móvel no Distrito Federal. A rede contará com backhauls , redes metropolitanas, redes de acesso, pontos de presença de rede e equipamentos terminais, contando com funções criptografia e requisitos de segurança. Marcos Baeta, coordenador do GT-Rede, afirma que “a rede fixa permitirá o atendimento de diversos órgãos localizados nas capitais brasileiras, atualmente desatendidos ou com conexões limitadas, por conexões de alta velocidades e com níveis de segurança, criptografia e resiliência adequados às suas necessidades. Além disso, a rede móvel do Distrito Federal possibilitará a integração entre as redes existentes, pertencentes a órgãos de defesa, segurança pública e de resposta a emergências”.
Na opinião de Vinícius Caram, secretário-executivo do Gaispi, “o resultado obtido pelo Gaispi é fruto de um esforço conjunto entre governo, prestadoras, radiodifusores, exploradoras de satélites e a própria EAF. É preciso que os diversos stakeholders atuem de forma coordenada, evitando-se que o interesse de alguns se sobreponha ao de outros. Na definição do cronograma, por exemplo, adotamos uma solução diferenciada, atuando em clusters de cidades. Assim, pudemos atingir marcas acima do inicialmente previsto, como a liberação dos 1.610 municípios. Além disso, foi facilitada a ativação, pelas prestadoras, do 5G no entorno dos grandes centros, o que permitiu viabilizar a operação do 5G em mais de 180 cidades, abarcando todas as capitais e praticamente a totalidade de municípios acima de 500 mil habitantes. No final, o que se deve ter como meta é o atendimento ao interesse público, com foco no destinatário final: o consumidor”.
Marina Villela Soares, chefe de gabinete do conselheiro Moisés Moreira, destaca que “é muito interessante e gratificante ter trabalhado neste projeto desde a confecção do Edital até a implantação da tecnologia, pois temos a oportunidade de ver as ideias sendo concretizadas com sucesso. Nesta semana, recebemos o ministro de Tecnologias da Informação e das Comunicações da Colômbia e sua comitiva para conhecer os detalhes da experiência brasileira de 5G, pois nos consideram um modelo exitoso de adjudicação e implementação desta tecnologia. Destaco o especial interesse da delegação no projeto de implementação do backbone de fibra subfluvial na Amazônia. A partir deste diálogo, o Governo da Colômbia já entrou em tratativa com o Governo brasileiro para firmar um acordo que nos próximos meses permita levar conectividade de Tabatinga, no Brasil, a Leticia, na Colômbia, por meio de fibra ótica. Além de todo o desenvolvimento para a população, é um vetor para a sustentabilidade e para a proteção da Amazônia”.
A tecnologia 5G tem o potencial de impulsionar significativamente a economia do Brasil. As altas velocidade e baixa latência do 5G permitem ao usuário uma experiência muito superior ao 4G, se equiparando àquela ofertada por conexões fixas. Acredita-se que o 5G servirá de estímulo à inovação, propiciando o desenvolvimento de novas tecnologias, aplicações disruptivas e, por consequência, novos modelos de negócio.
As redes 5G foram concebidas considerando não somente pessoas, mas também máquinas e sistemas de automação. Com um número previsto de conexões muito superior às gerações anteriores, será possível conectar uma infinidade de dispositivos. Será criado um ecossistema propício para o avanço de setores como Internet das Coisas (IoT), realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR), veículos autônomos, educação, saúde, cidades inteligentes e muitos outros.
Os casos de uso a serem desenvolvidos farão uso dos requisitos das redes 5G e podem ser agrupados em três verticais:
a) Banda Larga Móvel avançada: focada em altas velocidades de download e upload, para as novas necessidades do usuário comum.
b) Controle de Missão Crítica: focada em prover conexão com baixíssima latência e altíssima confiabilidade, voltada para aplicações sensíveis a atrasos e erros, como carros autônomos, cirurgias remotas e controle remoto de maquinário industrial.
c) Internet das Coisas Massiva: focada em atender grande quantidade de dispositivos IoT, com grande cobertura e baixo consumo de bateria, levando a Internet das Coisas a um novo patamar de atendimento.
As Redes Privativas também poderão se beneficiar da tecnologia 5G. Essas redes de telecomunicação são desenhadas de forma personalizada para cada aplicação, sendo adequadas para atendimento do setor industrial, de utilities , agropecuário, de negócios, cujos requisitos de rede podem divergir daqueles ofertados por redes de telecomunicações comerciais.
Nas palavras do conselheiro Moisés Moreira, presidente do Gaispi, “é certo que temos uma tecnologia disruptiva, que permitirá o desenvolvimento de modelos de negócios inovadores com potencial impacto em diversos setores da economia. Entretanto, trata-se de um processo gradual, que vai se intensificar com a ampliação das próprias redes”.
Para mais informações sobre o 5G, acesse:
- https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/espectro-e-orbita/gaispi-liberacao-e-planejamento-3-5-ghz
- https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/outorga-e-licenciamento/estacoes-do-smp
- https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/certificacao-de-produtos/celulares-em-5g
- https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/infraestrutura/presenca-da-telefonia-movel-rqual
- https://www.gov.br/anatel/pt-br/assuntos/5G