Indústria
A Zona Franca de Manaus abriga um dos principais parques industriais do País. Responsável por um dos maiores PIBs da indústria brasileira, o Polo Industrial de Manaus (PIM) fabrica produtos que fazem parte do dia a dia de todos os brasileiros, tais como televisores, motocicletas, smartphones, condicionadores de ar, notebooks, canetas esferográficas e barbeadores. Cerca de 95% da produção do PIM é destinada a abastecer o mercado nacional. Por ter etapas de industrialização regulamentadas por Processos Produtivos Básicos (PPBs), o Polo conta com cadeia produtiva adensada e é responsável pela fabricação de produtos com alto valor agregado.
História
Os primeiros anos da ZFM foram marcados por um forte comércio importador. A indústria não teve o mesmo impacto que o setor terciário no alvorecer do modelo de desenvolvimento. As primeiras fábricas da ZFM só começaram a se implantar em 1969. O marco do setor industrial, no entanto, é o ano de 1972, com a inauguração do Distrito Industrial.
O lançamento da pedra fundamental do Distrito foi feita em 30 de setembro de 1968 , reunindo no ato o superintendente da Zona Franca de Manaus, Floriano Pacheco, e o governador do Amazonas, Danilo Duarte de Mattos Areosa. Esta data marcou também a aprovação do projeto da Beta S/A, fabricante de joias e relógios que entrou para a história como o primeiro projeto industrial aprovado para se instalar na Zona Franca de Manaus. A Beta não esperou pela inauguração do Distrito Industrial para se instalar e adquiriu um terreno na zona Centro-Sul de Manaus, onde funcionou até meados da década de 90.
A área escolhida para o Distrito situa-se entre as terras pertencentes ao Campus Universitário da Universidade Federal do Amazonas, num total de aproximadamente, 1.700 hectares divididos em aproximadamente, 150 lotes que se estendem da zona Sul à zona Leste de Manaus. Os trabalhos de infraestrutura no local começaram no final de 1969, com a instalação das redes de energia elétrica, água, esgoto e abertura da malha viária. Todas as obras, foram feitas com recursos próprios da Suframa. Em 1972, o Distrito Industrial de Manaus recebeu a primeira indústria, a CIA, ocupando uma área de 45.416 m² para produção de estanho e, na sequência, foi a vez da instalação da Springer, produtora de aparelhos de ar-condicionado.
Em 1980, a Suframa adquiriu uma área de 5,7 mil ha, contígua à do Distrito já ocupado, para expansão. Da mesma forma que o Distrito I, esta área foi planejada preservando-se áreas verdes em proporção às áreas construídas, para que o equilíbrio ecológico seja mantido.
Marca
Os produtos das indústrias incentivadas da Zona Franca de Manaus são caracterizados pela presença de um selo com uma garça branca de asas abertas, em pleno voo, e as inscrições "Produzido no Polo Industrial de Manaus" e "Conheça a Amazônia". O selo foi desenvolvido em 1982 pelo publicitário Reginaldo Lima, da agência amazonense Saga Publicidade. O criador da marca explica que “a escolha da garça como elemento gráfico tem uma explicação simples: leveza, apelo visual, liberdade para voar – em termos de mercado, visando inclusive as exportações”. Segundo Lima, a garça foi escolhida não apenas por ser encontrada na Amazônia, mas por ser achada em várias outras partes do Brasil. "A intenção era também mostrar que a Zona Franca de Manaus é, de fato, a Zona Franca do Brasil: um modelo nacional de desenvolvimento econômico e social”.
A marca foi apresentada pela Saga em 1983 e depois foi lançada em uma grande campanha em todo o País, com apoio da Associação Comercial do Amazonas (ACA) e do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), e foi editada uma norma exigindo que todos os lançamentos publicitários de produtos oriundos da Zona Franca fossem realizados primeiro em Manaus. Além desta norma, em 1984 o Conselho de Administração da Suframa publicou uma resolução que passou a exigir a presença do selo da garça branca nas propagandas dos produtos do Polo Industrial de Manaus - o que ocorre até hoje. Até então, as propagandas continham apenas a frase "Produzido na Zona Franca de Manaus".
Na década de 80, a marca era composta pela garça e pelas inscrições “Produzido na Zona Franca de Manaus" e "Conheça o Amazonas". No final da década de 90, com a ampliação dos benefícios da Zona Franca de Manaus para as Áreas de Livre Comércio (no Acre, Amapá, Rondônia e Roraima), adotou-se um texto mais específico em relação à origem do produto e mais abrangente em relação à região incentivada: "Produzido no Pólo Industrial de Manaus" e "Conheça a Amazônia”. No ano de 2009, em função da reforma ortográfica, caiu o acento agudo da palavra "Polo". Foi estabelecido o ano de 2016 como limite para adequação à reforma, mas já em 2013 a Suframa disponibilizou o Selo com a nova grafia. A última alteração efetuada na marca foi no início de 2024, quando foi lançando o Manual de Identidade Visual (MIV) em vigor. O Manual aumentou o nível de detalhamento para facilitar o uso do selo por parte das empresas, criando limites de redução, área de segurança, padrão de espaçamento e uma série de outros regramentos para reduzir os erros na aplicação da marca. Com o MIV surgiram também novas versões do selo, como a marca totalmente branca para uso sobre fundos escuros.