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Zona Franca colhe os frutos da prorrogação do modelo
A prorrogação do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) até 2073, aprovada pelo Congresso Nacional em agosto do ano passado, já apresenta reflexos positivos para o Polo Industrial de Manaus (PIM). Exemplo disto é o projeto de expansão de empresas localizadas no parque fabril manauara, como o da multinacional 3M.
Executivos internacionais da companhia, do subsetor Químico do PIM, estiveram em Manaus nesta sexta-feira (16) para, acompanhados por representantes locais da 3M, apresentar os planos da empresa para o superintendente em exercício da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Gustavo Igrejas, além de aprofundar os conhecimentos acerca dos incentivos fiscais administrados pela autarquia e entender a importância da SUFRAMA para o incremento da atividade industrial na região, que propicia geração de emprego e renda.
Durante o encontro, os executivos informaram ao superintendente Gustavo Igrejas que a nova planta fabril da 3M, cuja obra no KM 23 da rodovia AM-010 está bastante avançada, deve ser inaugurada até o fim do primeiro semestre de 2015. Com cerca de 15 mil metros quadrados, a fábrica terá o dobro do tamanho da atual sede da empresa e prevê, ainda, espaço para novas expansões. No local, serão produzidos diversos artigos de materiais plásticos, fitas adesivas, embalagens, blocos de papel adesivado para notas e sinalizadores para motos, todos produtos do portfólio da empresa.
Palestra
Gustavo Igrejas fez uma apresentação na atual sede da empresa, no Distrito Industrial 2, onde expôs aos executivos um breve histórico do modelo, os avanços sociais, econômicos e ambientais obtidos a partir da criação Zona Franca e as expectativas com a recente prorrogação. “É sempre bom ressaltar a preocupação que temos com o meio ambiente e a preservação de 98% da vegetação nativa proporcionada pelo Polo Industrial. E a 3M, por estar instalada e cumprir as contrapartidas exigidas, contribui para esta preservação”, destacou Igrejas.
As contrapartidas para obtenção dos incentivos foram ressaltadas pelo superintendente, que reafirmou a necessidade de se ter um projeto aprovado para produção incentivada na região, além de cumprir os Processos Produtivos Básicos (PPBs) em vigor para a ZFM, gerar empregos e promover a capacitação de recursos humanos, dentre outros tópicos.
A vice-presidente internacional da Cadeia de Suprimentos da empresa, Valerie Young, demonstrou especial interesse sobre a especialização da mão de obra local, com vistas a atender às necessidades das indústrias instaladas no PIM. Gustavo Igrejas informou que, nestes 47 anos do modelo, um dos principais benefícios que a ZFM gerou está relacionado diretamente à educação, com incremento do número de cursos de graduação, pós-graduação e mestrado na região. “Víamos, há 20 anos, que boa parte dos empregos locais em níveis gerenciais era ocupada por pessoas de outras regiões do País. Com a evolução e adequação do ensino propiciado pelo modelo Zona Franca, temos cursos técnicos que atendem plenamente às necessidades da indústria local”, frisou o superintendente.
Paul Keel, vice-presidente sênior da 3M, questionou sobre a relação entre indústria e preservação ambiental, levantada pelo superintendente durante sua apresentação. Igrejas afirmou que “os limites geográficos determinados à instalação de empresas incentivadas no Polo Industrial de Manaus permitem garantir uma coexistência harmoniosa entre a atividade industrial e o meio ambiente. Além disso, a alternativa econômica gerada pelas empresas atrai mão de obra que, sem opções, avançaria floresta a dentro, desmatando e ocasionando prejuízos à natureza”. “Além disso, os recursos gerados são compartilhados com outros municípios, contribuindo para a desconcentração de renda e evitando a degradação da vegetação nativa”, lembrou Gustavo Igrejas.