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SUFRAMA será interligada pelo ‘Amazônia Conectada’
A SUFRAMA será uma das instituições públicas beneficiadas com a conexão via fibra ótica do Projeto Amazônia Conectada. O anúncio foi feito por representantes do Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro (Citex), que estiveram nesta quinta-feira (9), na sede da autarquia, em reunião com a superintendente Rebecca Garcia. Com a interligação, os sistemas informatizados da Suframa serão otimizados e poderão oferecer um atendimento melhor aos seus usuários.
O Programa Amazônia Conectada pretende interligar 3,8 milhões de pessoas em 52 municípios do Amazonas através de quase 8 mil quilômetros de cabos de fibra óptica. Segundo o general Decílio de Medeiros Sales, chefe do Citex, o programa chegou a ser orçado em R$ 8 bilhões, mas a previsão atual é que custará R$ 600 milhões. Um dos principais motivos da redução se deve ao fato da importação dos cabos submarinos. “Em cada trecho, cada etapa, vamos aprendendo com os obstáculos e utilizamos o aprendizado para aprimorar as tarefas da etapa seguinte. Isso também ajuda a reduzir os custos”, explicou.
De acordo com o general, sobraram 40 quilômetros de cabos de fibra óptica do trecho Manaus-Coari e, além dos quartéis das Forças Armadas localizados em Manaus, a sede da SUFRAMA também irá receber a ligação do backbone. A previsão é que em agosto a autarquia já possa contar com a conexão, o que irá aumentar consideravelmente a capacidade de rede e as taxas de transferência de recepção e transmissão de dados.
O Citex solicitou da SUFRAMA apoio institucional e político na captação de recursos para o financiamento do Programa. Segundo o general, o Amazônia Conectada precisa de R$ 3 milhões este ano para complementar o trecho Manaus-Coari, e um aporte de R$ 70 milhões, em 2017, para o financiamento dos custos da interligação de Tefé a Tabatinga.
“A SUFRAMA tem como principal missão promover o desenvolvimento sustentável da região, portanto tem todo o interesse na superação da ausência de infraestrutura e de telecomunicação da Amazônia. Basta pensar no impacto do Amazônia Conectada e os potenciais avanços de projetos de internet, telemedicina, telessaúde, ensino à distância nas comunidades ribeirinhas para ser favorável a essa iniciativa. Apoiamos o projeto e iremos fazer o que pudermos para que ele seja ampliado”, frisou a superintendente.
Amazônia Conectada
O general Decílio Sales explicou que o Amazônia Conectada foi idealizado para superar a ausência de infraestrutura de telecomunicações dos municípios isolados da Amazônia, realizando a conexão através de fibra óptica. “Optamos pelo lançamento de uma rede de cabo óptico subfluvial nos leitos dos rios, visto que os caminhos hidroviários são as estradas naturais da região. As infovias (linhas digitais por onde trafegam os dados) devem percorrer os leitos dos rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus”, frisou.
Sales ressaltou que a solução tem se mostrado econômica e segura e que não houve qualquer problema técnico, operacional ou de interrupção nos trechos já conectados: 10 quilômetros na infovia do rio Negro, na ligação Manaus Coari (aproveitando a estrutura do gasoduto), e os 242 quilômetros da infovia do Solimões, no trecho já concluído de Coari até Tefé. “A natureza tem se mostrado nossa aliada, pois como nossos rios ainda estão em formação, eles enterram cada vez mais os cabos, garantindo mais segurança ao processo”, disse.
Segundo o general, empresas da Alemanha e da China se ofereceram para conduzir o programa, prometendo a conclusão em até um ano. O Exército, porém, não abriu mão da participação de empresas nacionais nas etapas principais do programa. “Além de oferecer aos profissionais brasileiros know-how num projeto dessa envergadura, pensamos em questões como a manutenção. Se participassem apenas estrangeiros, seria complicado chamá-los quando rompesse um pedaço de cabo, por exemplo”, disse ressaltando a agregação de valor para o País.
Além de ser solução para problemas crônicos de telecomunicação como os altos custos de comunicação no Estado, o general destacou ainda um ganho adicional com a plena implementação do Programa. “Com a Amazônia Conectada, comunidades brasileiras da fronteira poderão ter acesso à nossa cultura, nossos valores e costumes. Muitas delas só recebem a transmissão, via rádio, de programas estrangeiros”, observou.