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SUFRAMA segue discussões de integração logística e comercial com o Peru
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) participou, nesta sexta-feira (26), da segunda reunião técnica sobre a interligação de Manaus ao Pacífico por meio do Peru. O encontro, realizado na Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), contou com a participação de diversas autoridades, entre elas o superintendente da SUFRAMA, Alfredo Menezes, o secretário da Seplancti, Jório Veiga Filho, o cônsul honorário do Peru, José Merched, o diretor do escritório comercial do Peru em Manaus, Victor Hugo Rondon, o deputado federal Capitão Alberto Neto e o deputado estadual Felipe Souza.
O objetivo da reunião foi dar sequência aos trabalhos iniciados durante encontro no dia 22 de março, na sede da SUFRAMA, na qual os representantes peruanos apresentaram o andamento do projeto por parte do governo peruano para a viabilização da rota logística e comercial com o Brasil pelo eixo Norte (IIRSA Norte). De acordo com o superintendente da SUFRAMA, Alfredo Menezes, a rota é importante porque representa uma alternativa logística para a Zona Franca de Manaus. “Ela irá proporcionar mais competitividade aos nossos produtos, pois é mais rápida e consequentemente terá menor custo para o empresário, o que trará ganhos no preço final do produto e poderá viabilizar uma relação comercial com o Peru e os demais países vizinhos. Também se torna uma alternativa ao canal do Panamá para os produtos que vêm da Ásia para a Zona Franca”, explicou.
A rota inicia no porto de Paita, no oceano Pacífico, seguindo via rodovia até o porto de Yurimaguas, inaugurado em 2017. De lá, pela via fluvial, chega até a cidade de Iquitos onde, pela hidrovia do Amazonas, entra por Tabatinga até Manaus e, consequentemente, vai até a costa atlântica por meio de Belém. São 941 quilômetros de rodovias e 2.780 quilômetros de hidrovias de Paita até Manaus, que podem ser percorridos em aproximadamente 12 dias. Atualmente, a rota logística do Pacífico até Manaus é realizada pelo Canal do Panamá e leva cerca de 24 dias.
Durante a reunião, foram realizadas apresentações sobre as rotas atuais e os gargalos logísticos da área da Zona Franca de Manaus, pela SUFRAMA, e sobre a rota marítima rodofluvial que segue de Paita até Belém, pelo representante do Peru. Também foram elencados os produtos potenciais para exportação do Peru, tais como alimentos hortigranjeiros, alimentos industrializados, frutos do mar, manufaturas, fertilizantes e materiais de construção.
Outro ponto discutido foi a retomada de voos entre Brasil e Peru, por meio da MAP Linhas Aéreas, com trechos entre Manaus e Iquitos, e Porto Maldonado, via Rio Branco, para Manaus. “O governo peruano já está outorgando as licenças para que os voos aconteçam e acredito que no último trimestre deste ano já poderíamos ter o voo inaugural”, explicou o diretor do escritório comercial do Peru em Manaus, Victor Hugo Rondon. O diretor da Seplancti, sugeriu a realização de um voo de teste, na primeira quinzena de junho, com o transporte de produtos do Polo Industrial de Manaus de interesse ao mercado peruano, como é o caso, que será estudado para viabilização.
Já o deputado federal Capitão Alberto Neto afirmou que buscará promover debates sobre possíveis reduções no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do combustível da aviação, na tentativa de fomentar essa abertura de nova rota aérea que traria ganhos comerciais à região e ao País
A próxima reunião do grupo ficou agendada para o dia 31 de maio, na sede da SUFRAMA. “Vamos buscar dados da Marinha e do Exército para serem apresentados nessa área logística e integrar nosso banco de informações. Neste mês eu irei a Tabatinga e também quero trazer informações sobre o alfandegamento do porto, que será importante para a rota”, afirmou o superintendente Menezes.