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SUFRAMA fomenta discussões sobre utilização de biomassa e agroenergia na região
Em continuidade aos esforços para promover discussões sobre economia verde e sustentabilidade no âmbito do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), intensificados a partir da participação institucional na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) realizou nesta terça-feira (31), no auditório Floriano Pacheco, em sua sede, o workshop “Biomassa e Agroenergia na ótica das ações da SUFRAMA”.
O evento, que contou com a participação de técnicos de diversos setores da autarquia, representantes de instituições públicas e privadas e profissionais atuantes na área, teve como principal objetivo disseminar o conteúdo ministrado durante o curso “Biomassa tropical e sua utilização como biocombustível”, realizado pela Agência Internacional de Cooperação Japonesa (JICA) no ano passado na província de Okinawa, no Japão, com a participação de dois servidores da SUFRAMA: o engenheiro eletricista David Rocha Silva e o engenheiro agrônomo Ezequiel da Conceição Lima.
O curso teve como principal resultado à época a elaboração de um plano de ação regional para cada país participante. No caso dos servidores da autarquia, o plano formulado referia-se inicialmente ao Distrito Agropecuário da SUFRAMA (DAS), com a idéia de desenvolver um projeto piloto referente à utilização de biomassa e agroenergia utilizando potencialidades regionais e, portanto, extensivo à região de abrangência do modelo ZFM (Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima e municípios de Macapá e Santana, no Estado do Amapá). Além de apresentarem as bases do plano de ação elaborado, os servidores também aproveitaram o workshop desta terça-feira para explicar as principais tecnologias de conversão de energia e de uso de material com base nas experiências em curso no Japão e na Ásia.
O workshop também contou com palestras de outros técnicos da autarquia, que apresentaram as diversas ações institucionais efetivadas com vistas à melhoria da gestão de resíduos sólidos no Polo Industrial de Manaus (PIM) e ao incremento das atividades agrícolas, florestais e agroindustriais, com foco na sustentabilidade, dentro do Distrito Agropecuário. As perspectivas de aproveitamento da cultura do dendê para produção de biodiesel e as potencialidades do uso de espécies extrativas para produção de biocombustíveis no Amazonas também foram temas abordados, respectivamente, em palestras do pesquisador da Embrapa/AM, Edson Barcelos, e do pesquisador do INPA, Sérgio Nunomura.
Ao final do evento, os organizadores aplicaram um questionário de opinião junto aos participantes com vistas a apurar a qualidade dos conteúdos debatidos e a identificar as formas de inserção da SUFRAMA no tema. A partir daí, o objetivo será discutir a formulação de uma proposta de atuação da autarquia especificamente direcionada à utilização de biomassa e agroenergia na região de abrangência da ZFM.
Segundo Ezequiel Lima, engenheiro agrônomo da SUFRAMA e um dos servidores que participaram do curso realizado no Japão, Manaus abriga uma das mais bem-sucedidas experiências de desenvolvimento sustentável, o modelo Zona Franca, que tem permitido a conservação de 98% da cobertura vegetal do Estado do Amazonas. No entanto, 85% da eletricidade consumida no Estado ainda é proveniente de termelétricas e o ideal é que o uso de fontes alternativas de energia seja impulsionado. “A utilização de biomassa e agroenergia, nesse caso, pode ser positiva. A idéia é desenvolver um projeto piloto com base nas experiências apreendidas no Japão e também nas contribuições da sociedade, levando em consideração ainda as peculiaridades da nossa região, para que possamos chegar a um plano efetivo de utilização de biomassa e agroenergia”, afirmou Lima.
O servidor e engenheiro eletricista David Silva afirmou que a realização do workshop foi um passo inicial e muito importante para que o tema da biomassa comece a ser debatido e difundido na região. Ele disse que a Amazônia, devido à rica biodiversidade e à abundância de materiais orgânicos, tem grande potencial para trabalhar a biomassa, sobretudo do ponto de vista energético, com vistas à geração de energias renováveis. “Dentre as várias utilizações potenciais da biomassa, temos aquela proveniente dos recursos florestais que, na minha visão, tem muita associação com a nossa realidade”, afirmou. “É uma área promissora que pode trazer muitos benefícios à região”, reforçou.
Biomassa
A biomassa é constituída por material produzido por todos os seres vivos (animais, vegetais, fungos e protistas) em seus diferentes processos, isto é, a matéria orgânica viva desde o momento em que fixa energia solar nas moléculas constituintes de suas células. Do ponto de vista energético, biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizado para produção de energia. Os principais benefícios de sua utilização incluem a conscientização da sociedade; medidas de mitigação contra o aquecimento global e contra a poluição do solo; melhoria na agricultura (com viabilização de processos produtivos que priorizem tecnologias de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), tanto para garantir a segurança alimentar quanto a sustentabilidade energética dos produtos da Biomassa; geração de emprego e renda; dentre outros benefícios.