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Seminário discute alternativas para alavancar setor de juta e malva do Amazonas
O analista técnico da Coordenação Geral de Estudos e Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Evandro Barbosa, destacou, durante o I Seminário das Culturas de Juta e Malva do Amazonas, ocorrido nesta quinta-feira (08), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a importância das políticas públicas para apoiar as indústrias de juta e malva no Amazonas.
“Quando se tem uma indústria que depende da matéria-prima regional, como é o caso da juta e da malva, a própria historicidade da região mostra que para produzir em escala há um custo muito elevado, que precisa ser absorvido pelos governos para dar condições de que esse produto chegue à mão das sacarias a um preço menor por parte do julticultor. (...) Depois que essas indústrias estiverem caminhando com as próprias pernas, os governos podem ir retirando esse apoio para que as indústrias caminhem sozinhas”, observou.
Organizado pelo Núcleo de Socioeconomia (Nusec) da Ufam, o evento contou com a participação representantes de órgãos federais, estaduais e empresas privadas, bem como de produtores de juta e malva do Estado. Durante as discussões, foram apresentadas diversas propostas de estratégias para o desenvolvimento da cadeia produtiva do produto no Amazonas.
Entre os encaminhamentos do primeiro dia do Seminário, coube aos atores responsáveis pela produção do setor da juta e malva buscar conhecimentos na legislação da Suframa sobre os incentivos fiscais da Amazônia Ocidental, para verificar possibilidades para o desenvolvimento das indústrias de juta e malva na região. Além disso, em parceria com as esferas municipal e estadual, os produtores de fibra e de sacaria de juta e malva deverão criar infraestruturas que apoiem o desenvolvimento do setor no Estado.
Durante o seminário, também foi apresentado pela Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) o projeto ‘Selo Amazônico’, idealizado pela SUFRAMA e executado pela Fucapi, em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) que visa à criação de uma certificação voluntária de produtos manufaturados com matéria prima regional da Amazônia Brasileira, os quais tenham parte ou todo o processo produtivo instalado na região. O objetivo do ‘Selo Amazônico’ é promover o monitoramento quanto à qualidade, segurança, requisitos socioambientais e econômicos e procedência da matéria prima regional dos produtos. O selo tem projeto piloto previsto para 2013, e poderá ser uma importante ferramenta para os produtos do setor de juta e malva.
Produção
O Amazonas é o principal produtor brasileiro em juta e malva. Segundo informações do secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), Eron Bezerra, o país produz cerca de 12 mil toneladas de juta e malva por ano, das quais 95% são oriundas do Amazonas. O restante é produzido no Maranhão e Pará, mas em escala pequena.
Atualmente, o setor sofre ameaça da competitividade com o produto importado da Índia e de Bangladesh, que chega ao Brasil a um preço inferior ao produto nacional. “O Amazonas já acionou o Ministério da Agricultura e da Indústria e Comércio Exterior para verificar isso, mas infelizmente essa é uma situação ainda não resolvida. Entretanto, nós entendemos que é preciso intensificar a produção da cultura porque nós podemos ter outras alternativas para a produção do Estado’, apontou Bezerra.
O seminário continua nesta sexta-feira (9), com a apresentação de pesquisadores e representantes governamentais. Ao término do evento, será elaborada matriz com todos os encaminhamentos oriundos das discussões e os respectivos prazos, para que cada órgão participante assuma o compromisso de contribuir com a alavancagem do setor, no Estado do Amazonas.