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Seminário da FIAM 2015 aborda oportunidades do comércio internacional
Há uma grande demanda por produtos brasileiros, mas são as empresas estrangeiras que estão lucrando ao atender essa demanda. Pequenas empresas podem dobrar seu faturamento - sem perder nenhum benefício fiscal - se vender para o exterior. Essas foram algumas das informações transmitidas no seminário “Conhecendo as Oportunidades de Negócios Internacionais”, ocorrido nesta quinta-feira (19), no Studio 5 Centro de Convenções, dentro da programação da Jornada de Seminários da oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015).
No seminário, foram apresentados dados sobre o cenário da exportação no Brasil, incluindo informações sobre as micro e pequenas empresas (MPE). Segundo uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), das mais de 10 milhões de firmas classificadas como MPE em todo o País, apenas 10.931 são exportadoras, sendo 4.716 microempresas e 6.215 empresas de pequeno porte. Em 2004, ano de pico, esse número chegou a 21.030.
O gestor de projetos de negócios internacionais da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae, Eraldo Ricardo dos Santos, explicou que muitos empresários não se motivam a exportar por desconhecerem as vantagens da entrada no mercado externo. “Segundo a lei, uma empresa é classificada, por exemplo, como pequena se o seu faturamento anual estiver na faixa de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões. Se essa empresa exportar, pode vender mais R$ 3,6 milhões no exterior e, apesar de dobrar seu faturamento, ainda será considerada uma pequena empresa”, explicou.
Santos detalhou ainda outro estudo da entidade envolvendo um universo de 48 empresas, sendo 32 que continuam exportando e 12 que desistiram da exportação. Entre as informações coletadas sobre a motivação para exportar, foi verificado que as que continuam vendendo para fora do Brasil elencaram fatores internos como desejo de expansão internacional. Já as desistentes citaram fatores externos, como baixa quantidade de pedidos e o dólar.
Outra conclusão do estudo entre as empresas que se mantêm exportadoras e as que desistiram do comércio exterior é que as desistentes conheciam bem menos informações sobre incentivos e financiamentos, e também não sabiam onde seu produto era vendido ou o preço final. “Uma curiosidade é que as empresas que seguem exportando listaram mais dificuldades que as que desistiram. Mas, elas demonstraram mais vontade de aprender e isso é um diferencial essencial”, ressaltou o gestor.
Santos encerrou sua palestra contando casos que vivenciou no exterior em que verificou que produtos comercializados como “do Brasil” eram, na verdade, fabricados por outros países. “Em Oklahoma (EUA) comprei vários produtos de açaí vendidos como se fossem brasileiros. No entanto, nenhum era de empresa brasileira”, relatou.
Outras palestras e dúvidas
O seminário também teve as palestras: “O Plano Nacional da Cultura Exportadora – Passo Primordial para se Internacionalizar”, pelo analista de Comércio Exterior da Secretaria do Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Rafael Ramos Codeço; “Oportunidades de Investimentos, Negócios e Turismo em Cuba”, pela vice-presidente da empresa Coralsa do Ministério da Indústria Alimentar de Cuba, Nancy Alejano D´Meza; “Oportunidades de Adentrar no Mercado Americano” pela presidente da Brasil & USA Import and Export, Marilene Elage; e “Apoio ao Investidor – Brasil4Business”, pelo analista de políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Felipe Spaniol.
Na fase das perguntas do público, os palestrantes responderam dúvidas sobre vantagens da internacionalização (abertura de filial) em relação à exportação e a importância de aprender o idioma do país para onde se pretende exportar. Para a primeira questão, os especialistas argumentaram que, dependendo do produto ou serviço e do país em que o empresário quer comercializar, pode ser mais estratégico abrir uma filial. De modo geral, a exportação é mais simples. Sobre o idioma, foi relatado que ele não é impeditivo para a exportação, bastando o investidor contratar um profissional que domine a língua estrangeira almejada.