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PIM é destacado como fundamental para a implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital
O Pólo Industrial de Manaus (PIM) tem capacidade para atender o mercado nacional de set-top box, o conversor que possibilita as TVs de tecnologia analógica a receberem o sinal digital, a indústria local também já começa a produzir televisores com o aparelho acoplado e o Governo Federal aposta no parque fabril como peça fundamental no processo de implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTV).
“Manaus tem um parque fabril fantástico, com investimentos consolidados que serão importantes para a TV digital brasileira”, destacou o assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, André Barbosa, no encerramento do II Painel TV Digital, realizado nesta sexta-feira (dia 25) na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). No PIM está concentrada a produção nacional de televisores e set-top box, inclusive para a TV digital. Em 2007 foram produzidos 11,5 milhões de televisores e 6,5 milhões de conversores.
O encontro foi promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e contou com a participação de representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que falou sobre as linhas de financiamento e condições especiais voltadas à indústria da TV digital. Na oportunidade, executivos de fabricantes mundiais de televisores e conversores puderam tirar dúvidas sobre o atual estágio de implantação do SBTV e condições de financiamento.
Força-tarefa
O representante do BNDES no II Painel TV Digital, Maurício Neves, afirmou que o banco fará força-tarefa para analisar prioritariamente os pedidos de financiamento feitos pela indústria. “O Sistema Brasileiro de TV Digital é estratégico para País, lançamos um programa específico, o ProTVD, com condições especiais e vamos nos empenhar para reduzir os prazos para análise e liberação de financiamentos”, ressaltou Maurício, que é do Departamento de Indústria Eletrônica do BNDES.
Atualmente, destacou o coordenador geral de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, José Alberto da Costa Machado, 14 fábricas produzem TVs, sendo que quatro já colocam no mercado o aparelho com o conversor integrado. Outras 16 produzem ou têm projeto aprovado de set-top box para transmissão via satélite, nove o produto para sinal via cabo e 14 estão operando ou aptas a fabricar o aparelho para a TV digital. Para este ano, a projeção é uma produção de 12 milhões de TVs e 6,5 milhões de conversores.
O secretário de Tecnologia Industrial do MDIC, Francelino Grando, que mediou o II Painel TV Digital em Manaus, ressaltou que o objetivo do encontro foi justamente mostrar ao empresariado o estágio de implantação do SBTV. Além disso, explicou, difundir as oportunidades de negócios que a nova tecnologia inaugura e que o governo está empenhado em promover todas as condições para a indústria nacional se desenvolver e assim também contribuir para a democratização da televisão de alta definição. Segundo Grando, até o final de 2009 todas as capitais brasileiras terão o sinal digital. A cobertura nacional está planejada para ocorrer em 2013.
Horizonte de negócios
“O set-top box é importante para esta fase de transição de tecnologia, do sinal analógico para o digital, mas é temporário. Precisamos enxergar além e tenho certeza que conseguiremos, nós governo e a indústria, com competência e competitividade”, destaca Fracelino Grando. Segundo o secretário do MDIC é importante lembrar que a TV digital também ampliará as oportunidades de negócios e de interatividade a partir dos aparelhos celulares. “Atualmente, só de celulares, temos um mercado de mais de 100 milhões de telefones”.
No último encontro do Grupo de Trabalho Brasil-Japão para a implantação do SBTV, avançaram as negociações, por exemplo, para que a indústria do segmento no Brasil ganhe reforço em linhas de financiamento. Também foram discutidas na reunião do GT em junho em Tóquio, segundo o assessor especial da Presidência da República, André Barbosa, temas como a acessibilidade à TV de alta definição com relação ao close caption (para deficientes auditivos) e as transmissões via satélite.
André Barbosa lembrou das críticas que o governo brasileiro recebeu quando optou pelo padrão japonês para o sistema nacional de TV digital e que hoje o sistema, pela sua modernidade, atesta que a escolha do governo foi acertada. “Nossos vizinhos, como Argentina, Chile, estão interessados no sistema brasileiro”. A superintendente da SUFRAMA, Flávia Grosso, lembrou da estreita relação comercial do Pólo Industrial de Manaus como esses países e que ela pode ser intensificada a partir da TV digital. “Nossa indústria contribui para a integração do continente e podemos fazer muito mais”.