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Pavilhão Amazônico da FIAM 2015 valoriza artesanato e produção regional
Conhecer um pouco da arte, cultura e criatividade dos artesãos e produtores regionais, adquirir produtos “da terra” a preços acessíveis ou até mesmo identificar novas técnicas de produção artesanal e oportunidades de investimentos. Essas e outras experiências são vivenciadas pelo público que visita o Pavilhão Amazônico da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015), espaço organizado pela SUFRAMA em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab). O local, que tem visitação gratuita até sábado (21), das 15h às 22h, no Studio 5 Centro de Convenções, reúne aproximadamente 60 expositores, incluindo artesãos e produtores oriundos dos Estados do Amazonas, Rondônia e Roraima e empresas de alimentação do espaço gastronômico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Entre os produtos regionais disponibilizados aos visitantes do Pavilhão Amazônico, um dos maiores destaques por conta da elevada procura é a farinha saborizada da indústria Jutica, empresa que surgiu há três anos na comunidade de mesmo nome, em Tefé (AM). A localidade, que fica a quatro horas de barco da sede do município, não tem sequer sinal de celular, mas se diferencia pela qualificação da mão de obra feminina. O casal Ana Paula e Márcio Cunha, proprietários da empresa, emprega mulheres da comunidade para fazer o empacotamento da farinha, que é preparada com três sabores distintos (alho, cebola e pimenta) e é vendida no Pavilhão Amazônico ao preço de R$ 5 (embalagem de 500g). Além da farinha, a Jutica também está comercializando em seu estande no Pavilhão a castanha desidratada (R$ 5) e o óleo de castanha (R$ 15).
Os produtos da Jutica podem ser encontrados em empórios e supermercados de Manaus, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, Estado onde existe um Centro de Distribuição da fábrica. Neste mês, a empresa exportou 800 caixas de castanha desidratada para Israel. “Foi nossa primeira exportação. Agora o Sebrae-AM de Tefé vai treinar as nossas funcionárias para que aprendam a fazer doces e biscoitos. Já queremos lançar esses novos produtos no primeiro semestre de 2016, junto com a farinha de tapioca, que está em teste”, adiantou a empresária Ana Paula.
No Pavilhão Amazônico, o visitante também pode encontrar produtos regionais que são lançamentos no mercado, como é o caso da trufa de tucumã e da trufa sem lactose, produzidas pela Divino Cioccolato. As trufas estão sendo comercializadas ao preço de R$ 2 e contam com mais de 20 sabores de chocolate recheado. A empresa iniciou suas atividades este mês com apoio da incubadora Ayty, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifam). Além de estar expondo seus itens no Pavilhão, a Divino Cioccolato também participou, nessa quinta-feira, da Rodada Internacional de Negócios da FIAM, como forma de divulgar sua marca e seus produtos para um público diversificado. De acordo com a Microempreendora Individual (MEI) Jessica Silva, de apenas 24 anos, a Feira Internacional da Amazônia está ajudando a criar oportunidades de negócios no Brasil e na Europa. “Na rodada de negócios três empresas me procuraram. Uma delas é do Rio de Janeiro, uma da Espanha e outra da Turquia. Agora preciso tomar algumas ações para me adequar àquilo que elas precisam”, explicou a empresária.
Novidades do artesanato
A FIAM 2015 também está ajudando a divulgar e a valorizar o artesanato produzido por comunidades ribeirinhas e indígenas e demais artesãos da região. Um dos principais pontos onde o visitante do Pavilhão Amazônico pode encontrar novidades do segmento é no espaço organizado pela Setrab, por meio do Programa do Artesanato Amazonense e dos grupos de Economia Solidária. O espaço reúne aproximadamente 60 artesãos oriundos de dez municípios do Interior do Amazonas, exibindo, com maior destaque, trabalhos desenvolvidos com biojoias.
Já no estande “Empreendedorismo Ribeirinho”, organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM) e pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), várias outras empresas e grupos de artesanato estão expondo e disponibilizando peças para comercialização. Uma das artesãs participantes do estande é a representante do grupo de artesãos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, Maria Rosenise. Ela conta que saiu do interior do município de Maraã para participar da FIAM 2015 e vender cestarias, tapetes e jogos americanos produzidos em sua comunidade, com preços a partir de R$ 5. “Os jogos americanos já foram todos vendidos. Mas temos ainda tapetes e as cestas redondas e quadradas”, disse.
Outros dois grupos de artesanato oriundos da RDS do Rio Negro – o grupo “Formiguinhas”, da comunidade Saracá, e o grupo “Mais Talentos”, da comunidade Tumbira – estão com um leque de produtos que inclui pulseiras, colares, bolsas e descansos de mesa, que variam de R$ 5 a R$ 50. “Está valendo a pena participar da FIAM. Os brincos feitos com escamas de peixe já foram todos vendidos”, afirmou Pedrina Brito, representante do “Formiguinhas”. Esses dois grupos de artesanato também participaram da Rodada Internacional de Negócios da FIAM 2015, onde foram abordados por empresas de São Paulo e da Itália interessados na aquisição de suas peças.
Oportunidades de negócios
Visitantes do Pavilhão Amazônico da FIAM 2015 também estão aproveitando o ambiente de exposições para identificar novas tendências em produtos regionais e identificar oportunidades de negócios no exterior. É o caso da empresária e jornalista Cássia Vasconcelos, que reside metade do ano no Brasil e a outra metade em Dubai (Emirados Árabes Unidos). Cássia percorreu todo o pavilhão para encontrar produtos que podem ter boa aceitação no Oriente Médio. “Estou voltando a Dubai na primeira semana de dezembro. Minha filha é executiva da Emirates e nós estamos abrindo uma empresa para inserir os produtos da Amazônia em Dubai. Durante a feira consegui amostras de xampu de amor crescido, sabonete íntimo à base de crajiru, gel anestésico e de bolos regionais. Vou levar tudo comigo”, disse a empresária da Amazônia Nutri.