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Participação feminina no PIM é discutida em evento de conscientização na ALEAM
Durante sessão especial promovida nesta quinta-feira (26), no Plenário Ruy Lins da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), em alusão à campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, a titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Rebecca Garcia, destacou a importância do tema – que vem sendo exposto em diversos segmentos da sociedade – e afirmou que “é preciso que momentos como esses sejam colocados em pauta para que jamais nos esqueçamos desse tipo de violência, que precisamos combater”. Como forma de ressaltar o papel e a importância da mulher na sociedade, a superintendente apresentou considerações sobre as condições de trabalho no Polo Industrial de Manaus (PIM).
O evento foi uma proposição da deputada estadual Alessandra Campelo e contou, ainda, com a participação de parlamentares, representantes de órgãos estaduais e de alunos do ensino público do Amazonas que participaram do 3° Concurso Estadual de Prevenção à Violência Contra a Mulher.
Em seu pronunciamento, a superintendente Rebecca Garcia, com base nos Indicadores de Desempenho do PIM e também em pesquisas locais, nacionais e internacionais, evidenciou, entre outras conclusões, que, apesar do aumento do índice de mulheres com trabalho remunerado no mundo, elas continuam recebendo salários 24% menores que os homens para o desempenho das mesmas tarefas e, além disso, 50% das mulheres em idade de trabalhar se encontram na parcela economicamente ativa da sociedade, enquanto que a parcela de homens chega a 77%.
No caso específico do PIM, Rebecca afirmou que a participação da mão de obra feminina, nos últimos cinco anos, representou 32,40% do total de trabalhadores empregados, ou seja, mais de 36 mil postos de trabalho foram ocupados nesse período por mulheres. “Os segmentos industriais que mais contrataram mulheres foram Eletroeletrônico, Vestuário e Calçados, Relojoeiro, Ótico, Têxtil e Isqueiros, Canetas e Barbeadores Descartáveis, por demandarem maior nível de concentração e detalhamento na execução das tarefas”, disse a superintendente. Outro aspecto destacado por Rebecca diz respeito à popular “dupla jornada”, na qual os trabalhadores têm de se desdobrar entre as tarefas profissionais e os afazeres domésticos. “A parcela de trabalhadoras na indústria em Manaus que declararam se ocupar com afazeres domésticos foi de 81%, enquanto que a proporção de homens em Manaus ocupados na indústria com afazeres domésticos foi de 49%”, disse Rebecca.
Na opinião da superintendente, os estudos sobre as questões de gênero no mercado de trabalho têm apontado para uma realidade de desigualdades persistentes, apesar de melhorias consideráveis nos últimos anos. “Esse cenário denota oportunidades de crescimento e perspectivas de que as indústrias possam gerar mais postos de trabalho destinados às mulheres. E é claro que a prevenção contra a violência e outros crimes começa pelo respeito e pela valorização desse papel economicamente ativo da mulher na sociedade”, pontuou.
Estrutura contra violência
Durante a sessão especial, a deputada estadual Alessandra Campelo informou que vem se buscando adequar a estrutura do Estado para atender a casos que envolvam violência contra as mulheres, com a expansão de centros especializados neste tipo de crime. Ela alertou, ainda, sobre a grande incidência de casos de violência sofrida pelas mulheres em ambiente doméstico. “Estudos mostram que o Brasil está atrás apenas da Rússia, Guatemala, Colômbia e El Salvador nesse ranking de violência. Precisamos atuar para mudar isso”, comentou Campelo.