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Paraguai levanta informações sobre o PIM para ampliar processo de industrialização
A política industrial do Governo Federal na Zona Franca de Manaus, por intermédio da SUFRAMA, ajudará o governo do Paraguai a desenvolver o processo de industrialização pelo qual passa nos últimos anos. Delegação governamental e de empresários paraguaios conheceu nesta quarta-feira (dia 26), na sede da autarquia, os mecanismos que regem o Pólo Industrial de Manaus e os indicadores de sucesso da indústria incentivada, que em 2007 faturou US$ 25,7 bilhões e gerou mais de 500 mil empregos.
“Estamos aqui para identificar oportunidades de negócios, mas também conhecer como se dá a industrialização em Manaus. O Brasil teve um período de grande reserva de mercado, mas superou essa fase, modernizou sua indústria e o que queremos é ter mais informações sobre essa experiência de sucesso. No Paraguai temos uma necessidade muito grande de substituir importações”, destacou o diretor-executivo do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, Pablo Cuevas.
O coordenador-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, José Alberto da Costa Machado, destacou os recordes de crescimento contabilizados pelo Pólo Industrial de Manaus nos últimos anos e que o modelo oferece incentivos, mas também gera emprego e renda e recolhe volumosa carga de impostos para as três esferas de governo.
No ano passado, aponta o coordenador, o pólo garantiu mais de 100 mil empregos diretos nas linhas de produção, além de outros cerca de 400 mil indiretos. Ele destacou ainda que o nível de verticalização dos segmentos é elevado e que o índice de insumos nacionais e regionais somam mais da metade utilizada na composição das mercadorias. “Além do mais, em 2007 essa mesma indústria gerou R$ 12,5 bilhões em impostos, o equivalente a 28,2% do PIB do Amazonas”, ressalta José Alberto.
Lei de Maquila
Em 2001, o Paraguai lançou a Lei de Maquila. A partir dela, empresas paraguaias são incentivadas a instalar linhas de montagem de mercadorias adquiridas de fabricantes no exterior. Elas recolhem um único imposto, o equivalente a 1% sobre o valor agregado ao produto localmente. Em contra-partida, a produção deve ser direcionada à exportação, podendo ser internado 10% da produção do ano anterior, conforme explica a secretária-executiva da Lei de Maquila, Raquel Ramírez.
Maria Luiza Brun, da Secretaria de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), explicou que o objetivo do encontro de Manaus é o de integrar as cadeias produtivas dos países-membro do Mercosul. “Este é um esforço que busca fortalecer o Mercosul através do melhoramento da competitividade dos setores produtivos, num jogo que chamamos de ganha-ganha”, pontuou a representante do MDIC.
A visita da comitiva paraguaia ao Pólo Industrial de Manaus continua nesta quinta-feira, com a visita a fábricas de componentes e de bens finais dos segmentos de duas rodas e bens de informática. A expectativa dos empresários que compõe a delegação é que possam fazer negócios com os fabricantes locais. Da parte do governo brasileiro, há o interesse em ampliar o fluxo comercial entre os dois países, conforme explica a coordenadora-geral de Comércio Exterior da SUFRAMA, Gracilene Belota.