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Novas metodologias são debatidas em Encontro de Contas Regionais dos Estados da Região Norte
Novas metodologias estatísticas que visam ao aperfeiçoamento do cálculo das “Contas Regionais dos Estados da Região Norte” estão sendo debatidas por técnicos da SUFRAMA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e das Secretarias de Planejamento dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins em evento que iniciou nesta terça-feira (3), na sede da autarquia, e vai até quinta-feira (5).
O superintendente adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional da SUFRAMA, Marcelo Pereira, participou da abertura do evento e destacou o desafio de se identificar a real situação das economias regionais e a importância dos dados para a implementação de planos e políticas setoriais visando ao desenvolvimento dos Estados. “Técnicos da SUFRAMA, há quase 50 anos, e do IBGE, há quase 80 anos, têm entre seus desafios o de traduzir em números o que somos. E isso é essencial para o planejamento e a tomada de decisões”, frisou.
As Contas Regionais compreendem um conjunto de agregados macroeconômicos que possibilitam aos planejadores dos Estados avaliarem a quantificação das riquezas criadas nas economias regionais, traçando as políticas setoriais para o desenvolvimento de cada Estado. Graças ao Acordo de Cooperação Técnica nº 3/2013, celebrado entre IBGE e SUFRAMA e cuja vigência vai até o dia 4 de abril de 2018, a autarquia tem apoiado regularmente o Instituto na Elaboração das Contas Regionais e do PIB dos Municípios.
Novas ferramentas
A última edição do Encontro de Contas Regionais dos Estados da Região Norte ocorreu em maio de 2011. De acordo com o gerente de Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha, uma nova edição do evento era necessária devido à introdução de uma série de mudanças e ferramentas metodológicas que ainda não foram totalmente assimiladas pelas equipes estaduais. Além disso, será apresentada uma análise dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica da renda e não apenas pela da produção, como ocorria antes.
“No cálculo do PIB pela ótica da produção são computadas as produções de cada atividade econômica e o consumo intermediário destas, por unidade da federação. A diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário resulta no valor adicionado bruto das atividades econômicas. O valor adicionado de todas as atividades em cada unidade da federação é somado ao total da arrecadação de impostos líquido de subsídios sobre produtos, resultando no PIB de cada UF”, explicou Cunha. “Já pela ótica da renda, o PIB corresponde à soma de todos os rendimentos obtidos no processo de produção de bens e serviços mais os impostos, líquidos de subsídios sobre a produção e importação”, detalhou.
Uma mudança que está sendo abordada no encontro refere-se à estimativa do aluguel de imóveis, que passou a utilizar o método de calibração e não mais o método de imputação. O processo de imputação parte de regressões que usam, como variáveis explicativas, características do imóvel, de seu setor censitário e da pessoa de referência constante da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Já na nova metodologia que usa a calibração, os pesos amostrais da pesquisa são ajustados a partir de informações sobre o universo pesquisado.
Outra introdução metodológica da nova série, e que tem impacto nas contas regionais, diz respeito à reclassificação da Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS), que passou a ser considerado como imposto sobre produto e não mais um imposto sobre a produção. O resultado desta reclassificação foi a redução do valor adicionado bruto e correspondente aumento do valor dos impostos líquido de subsídios sobre produto, entretanto, não há impacto no total do PIB.