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Mão de obra feminina no Amazonas cresce acima da média nacional
Por causa da minúcia e da preocupação com os detalhes, o segmento Eletroeletrônico, o mais rentável do Polo Industrial de Manaus (PIM), é composto por 64% de mão de obra feminina. Essa foi uma das informações passadas pela coordenadora geral de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Ana Maria Souza, na palestra “Contribuição Feminina no Fortalecimento e Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (ZFM)”, ministrada nesta quinta-feira (12), na 21ª edição do Congresso Nacional da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica. O evento, sediado no Tropical Hotel de Manaus, começou na quarta-feira e vai até sábado (14).
Durante a palestra, Ana Souza delineou e contextualizou vários estudos econômicos enfocando a força de trabalho, destacando dados do Brasil e do Amazonas. No mais recente estudo sobre a População Economicamente Ativa (PEA) - formada por 93,5 milhões de pessoas na faixa etária apta para trabalhar e que busca emprego - a representante da SUFRAMA destacou que os números do Estado são equivalentes aos nacionais. Nos grupos dos que não têm o ensino fundamental completo e os que detêm diploma de Ensino Superior, os números do Amazonas e do Brasil são iguais. São 64% de homens e 36% de mulheres no grupo dos com pouca instrução formal; e 56% de mulheres e 44% de homens no conjunto dos que concluíram um curso superior.
Em seguida, a economista salientou as conclusões de um estudo sobre os chamados jovens “Nem-Nem”. Jovens na faixa dos 19 a 24 anos que não trabalham nem estudam cujo total é de 3,21 milhões brasileiros. Desses, 75% são formados por mulheres, sendo que 43% são mulheres que tem filho e um milhão não tem ensino fundamental completo.
A coordenadora também ressaltou que de 2002 a 2011, o crescimento de emprego total no Brasil foi de 19,6%, enquanto no Amazonas foi de 86,4%. No caso do acréscimo de empregos no setor industrial, no Brasil o percentual foi de 12,4% e no Amazonas, 39,4%. No caso da mão de obra feminina, o crescimento geral de empregos no Brasil foi de 22% e 81,7% no Amazonas. No setor industrial, as vagas para mulheres aumentaram em 12,6% no Brasil e 52,9% no Amazonas.
Indústria
A respeito dos dados específicos no PIM, Ana Souza frisou que 31% da mão de obra total do Polo (36.714) é formada por mulheres. “Ou seja, as mulheres são diretamente responsáveis por quase um terço do que é faturado no PIM”, destacou.
Infelizmente ainda há desigualdade entre os gêneros quando o assunto é remuneração, mas, enquanto as mulheres recebem, em média, 43% menos que os homens na indústria brasileira em geral , no PIM a diferença média da remuneração é 20%. “A SUFRAMA administra as questões dos incentivos fiscais e não tem poder legal para obrigar as empresas a empregar mais mulheres, por exemplo. Quando podemos, exigimos contrapartidas como a instalação ou fornecimento de creches para empresas com mais de cem funcionários, mas isso de acordo com as leis vigentes. O que pode mesmo modificar os estados dessas coisas é a mulher se impor com sua inteligência e capacidade intelectual”, resumiu Ana Souza.