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Interesse mútuo de Brasil e Peru fomenta debate sobre interligação logística
A apresentação de dados atualizados sobre a rota que liga Manaus à Paita, no Peru, foi o destaque da 5ª Reunião sobre a Interligação Logística e Comercial entre as duas localidades, realizada nesta quinta-feira (29) no auditório da sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O evento teve a participação do titular da Autarquia, Alfredo Menezes, do deputado federal Capitão Alberto Neto, do coordenador-geral de Administração Hidroviária da Amazônia Ocidental do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Ahimoc/Dnit), Luciano Moreira Filho, do Cônsul do Peru em Manaus, José Alonso Yepez, e da gerente-geral da Concessionária Hidrovia Amazônica S.A. (Cohidro), Carmen Hernandéz.
O superintendente da Suframa comentou do esforço conjunto das instituições de Brasil e Peru para alavancar as discussões e promover, definitivamente, uma alternativa logística que leve benefícios aos países. "Para nós, é um momento de grande satisfação participar e protagonizar esse projeto, que tem uma parceria muito forte entre o governo federal, o Congresso Nacional - por meio do deputado Alberto Neto -, entidades, governos estaduais e empresários, a fim de que possamos concretizar essa oportunidade que é essa logística que irá melhorar, e muito, a competitividade dos nossos produtos e ampliar ainda mais o comércio entre as nossas nações com reflexo em toda a região amazônica".
O deputado federal Capitão Alberto Neto disse que esteve no Peru e viu de perto o trabalho que está sendo feito no porto de Yurimaguas, com avanços significativos que devem possibilitar essa integração entre Brasil e Peru. "A interligação pode estreitar a relação entre ambos os países por essa rota, que sai de Manaus e chega ao Oceano Pacífico percorrendo o mercado peruano. Logo teremos um encontro entre os presidentes dos dois países, no qual devem ser discutidos acordos internacionais que podem abastecer o Peru de produtos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM) e não são produzidos naquele país, além de alcançar de forma mais prática o mercado asiático".
Representando o diretor-geral do Dnit, General Antônio Leite dos Santos Filho, o coordenador-geral Luciano Filho destacou que "o Departamento está muito focado na Amazônia. Hoje temos em operação na Amazônia Ocidental 44 portos, além de oito em construção que têm previsão de serem concluídos até 2020. Temos, ainda, projetos prontos e previstos para que, no máximo em quatro anos, alcancemos 70 portos na região. A ligação hidroviária Tabatinga-Manaus é uma rota muito tranquila, sem precisar de uma manutenção profunda ou dragagem, sendo naturalmente navegável. É a maior hidrovia do planeta. Temos plenas condições de atender este trajeto e vale ressaltar que o porto de Tabatinga está passando por uma obra que deve ser entregue em dois meses e terá perfeitas condições de operação. Em Manaus, o porto de São Raimundo tem projeto de ampliação, assim como o da Manaus Moderna. Ao longo do percurso, há vários portos em operação e o governo os mantém até pela responsabilidade social, tendo em vista que muitas vezes é a forma de locomoção que têm as comunidades do interior, inclusive para escoar suas produções. Isso vai favorecer essa travessia do Atlântico até o Pacífico por conta das excelentes condições que temos de hidrovias e portos no trajeto de Tabatinga até a foz do Amazonas".
A gerente-geral da Cohidro, Carmen Hernandéz, comentou sobre as boas práticas que o governo peruano vem tendo para propiciar que a rota seja efetivamente utilizada. "Estamos em estágio avançado para garantir a navegabilidade de Tabatinga até Yurimaguas com a saída para o Pacífico pelo porto de Paita ou pelos portos da costa peruana, que também têm acesso por meio de rodovias", pontuou.
Na oportunidade, Carmen ainda apresentou um vídeo institucional da Cohidro que demonstra o trabalho realizado na infraestrutura local e qual a capacidade da Concessionária no que tange ao atendimento de navios e cargas em trânsito.
Estudos
Durante a reunião, também foram apresentados estudos estatísticos de calados máximos nas hidrovias brasileiras, cujos resultados estabeleceram médias de trafegabilidade de acordo com o período do ano, o que ajuda a definir a capacidade de atendimento de navios na região. Outro estudo demonstrou a duração média da viagem entre Manaus e Tabatinga, levando-se em consideração o nível dos rios.