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Faturamento do PIM atinge US$ 20,92 bilhões
O faturamento do Pólo Industrial de Manaus (PIM) registrou nova alta. De janeiro a agosto deste ano, as empresas do PIM atingiram faturamento de US$ 20,925 bilhões, percentual 32,74% maior na comparação com igual período de 2007, quando alcançou a marca, até então histórica, de US$ 15,764 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10), pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
Os postos de trabalho gerados nas linhas de produção das empresas ultrapassaram a casa dos 110 mil, de um total informante de 404 das mais de 500 fábricas instaladas no PIM. Esse número de empregos é o maior já registrado no ano pelos Indicadores de Desempenho divulgados pela SUFRAMA.
As exportações mantiveram trajetória de crescimento. Em agosto, as vendas ao mercado externo atingiram US$ 780,658 milhões. O indicador é 18,72% maior que os US$ 657,576 milhões constatados em igual período de 2007. Entre os produtos que lideraram a pauta de exportação, destacam-se: telefone celular, cartucho de lâmina para aparelhos de barbear, concentrados para bebidas não alcoólicas, peças plásticas moldadas por injeção (injetado plástico),papel fotográfico para fotografias e artes gráficas e filmes fotográficos.
O segmento Eletroeletrônico/Bens de Informática apresentou o maior faturamento, totalizando US$ 8,827 bilhões, 22,13% superior ao registrado no mesmo período de 2007, que foi de US$ 7,228 bilhões. Seguindo a trajetória de crescimento, o pólo de Duas Rodas aparece em seguida com US$ 5,774 bilhões, percentual 51,39% maior que o do ano passado quando o faturamento do setor alcançou US$ 3,814 bilhões. Esse resultado continua refletindo o aquecimento do mercado interno, o que mantém a perspectiva de crescimento gradual do segmento. Entre os outros sub-setores que também apresentaram bom desempenho merece destaque o Químico, alta de 23,32% (US$ 1,965 bilhão), Metalúrgico, aumento de 53,61% (US$ 1,433 bilhão), além do Termoplástico, alta de 28,92% (US$ 1,169 bilhão).
Dentre os produtos fabricados no PIM, os televisores com tela de cristal líquido (LCD) apresentaram grande aumento na produção. De janeiro a agosto deste ano, foram produzidas mais de 1,4 milhão de unidades, percentual 258,81% maior que o do ano passado, quando as linhas de produção desse tipo de televisor atingiram 391.058 unidades. Os televisores com tela de plasma registraram alta de 68,37% no mesmo período de comparação, passando de 113.972 para 191.894 unidades.
Outros produtos com elevação no percentual de expansão, no período em análise, foram as unidades evaporadoras para ar-condicionado tipo split system, cuja produção passou de 41.568 para 96.380 unidades, alta de 131,86%. No mesmo segmento, as unidades condensadoras para ar-condicionado tipo split system tiveram 136.832 unidades produzidas, de janeiro a agosto deste ano, contra 69.235 unidades em 2007, aumento percentual de 97,63%. Os números refletem a retomada da produção de aparelhos de ar-condicionado após a edição da Portaria Interministerial nº 180, em outubro do ano passado, que fixou o novo Processo Produtivo Básico (PPB) para essas indústrias, flexibilizando sete etapas do PPB, entre as quais a de fabricação de condensadores, evaporadores e peças de injeção plástica, além de motores elétricos e motocompressores herméticos.
Além desses produtos também apresentam produção elevada no período câmera fotográfica digital (110,35%), telefone celular (39,86%), microcomputadores – inclusive portátil (33,83%), compact disc (30,14%), motocicletas, motonetas e ciclomotores (28,49%), receptores de sinal de televisão (23,38%) e auto-rádios e aparelhos reprodutores de áudio (19,51%).
Crise Financeira
Os números dos Indicadores de Desempenho do PIM de agosto não refletem os resultados da crise financeira dos mercados internacionais, contudo a SUFRAMA não vê a atual situação econômica como uma ameaça ao crescimento do Pólo Industrial de Manaus.
Na avaliação do coordenador-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da autarquia, José Alberto da Costa Machado, as oscilações da moeda norte-americana têm dois efeitos práticos para a indústria instalada na Zona Franca de Manaus. Segundo ele, ao mesmo tempo em que encarece a compra dos insumos importados, também favorece o aumento da competitividade do produto final fabricado no PIM. "Uma coisa compensa a outra", afirma o coordenador, recordando que a média de nacionalização dos produtos fabricados no PIM é de 55 por cento, o que equivale dizer que "apenas 45 por centro dos insumos são comprados fora" e ficam a mercê da alta do dólar.
Machado acredita que as exportações do PIM não terão prejuízo, uma vez que a maior parte das vendas feitas ao exterior tem como destino os países vizinhos da América Latina e não Estados Unidos e Europa, que estão no centro da crise.
Segundo o coordenador, a grande preocupação da indústria é com uma possível retração na oferta de crédito - fator importante na venda de bens de consumo duráveis como os produzidos no Pólo Industrial de Manaus - entretanto, ele acredita que se houver essa redução, não será por tempo prolongado e que a demanda de Natal poderá compensar uma possível retração.
Na opinião de Machado, é preciso, todavia, ficar atento para o fato de que, como os principais destinos da produção chinesa são os mercados atingidos pela crise – Estados Unidos e Europa – certamente as exportações do país asiático devem ser redirecionadas para outros lugares e o Brasil é naturalmente um forte candidato devido a certa estabilidade que possui em comparação com outros países. Nesse caso, ele defende que o governo adote algum tipo de proteção ao produto nacional, diante da iminência da pressão maior das exportações chinesas para o Brasil.