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Encontro na SUFRAMA debate política de fomento ao polo naval do Amazonas
As problemáticas atuais e as potencialidades de crescimento do polo naval da Zona Franca de Manaus estiveram em debate nessa terça-feira, 18, durante o “I Encontro do Polo Naval do Amazonas: perspectivas e cenários”. O evento, realizado no auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) por meio de parceria envolvendo a autarquia, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), a Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan/AM), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Sindicato da Indústria da Construção Naval (Sindnaval), contou com a participação de representantes de órgãos governamentais, entidades de classe, instituições de ensino superior, empresas de transporte fluvial, estaleiros e demais atores vinculados à cadeia produtiva do setor.
O encontro teve como principal foco a discussão conjunta de propostas visando à formatação de uma política de fomento ao polo de construção naval do Amazonas, o qual, mesmo registrando números crescentes de produção e faturamento nos últimos anos, ainda enfrenta problemas como a falta de regularidade fundiária, a dificuldade para obtenção de ações de crédito e de financiamento, a escassez de mão-de-obra qualificada e a necessidade de área para expansão.
As principais propostas debatidas durante a reunião incluíram desde a realização de cursos técnicos e de nível superior com vistas à formação de profissionais para atuação no segmento até a definição do marco regulatório de portos e estaleiros e investimentos em infraestrutura produtiva. A SUFRAMA, a SAE/PR e a Seplan ficaram incumbidas de organizar as idéias debatidas e consolidá-las em um documento único que será formatado, futuramente, objetivando definir as políticas públicas a serem colocadas em prática no setor nos próximos anos.
Segundo a coordenadora-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Ana Maria Souza, o encontro foi positivo principalmente porque todos os agentes envolvidos nas discussões se manifestaram de forma pontual acerca dos gargalos enfrentados. “A expectativa é de que as propostas se revertam em ações concretas a curto prazo, pois o polo naval é um setor de extrema importância para o desenvolvimento da economia e da infraestrutura logística da região”, afirmou Ana Maria.
Ela aponta ainda que o polo naval encontra atualmente um ambiente governamental extremamente favorável à sua estruturação, uma vez que tanto o Governo Federal quanto o Governo do Estado estão assumindo papel de liderança nas discussões. “O setor também deve acompanhar o crescimento projetado da economia brasileira para os próximos anos e aumentar progressivamente seus índices de produção e faturamento. A expansão do segmento deverá gerar milhares de novos empregos e fortalecer uma vocação produtiva bastante associada às peculiaridades regionais e às bases de sustentabilidade almejadas”, reforçou a coordenadora.
O presidente em exercício do Sindnaval/AM, Matheus Araújo, disse que as propostas estão tendo o foco apropriado e que a luta imediata deve ser pela regularização do setor. “Hoje geramos em torno de quatro mil empregos diretos no Estado, mas entendemos que, com investimentos e políticas públicas ajustadas às necessidades do setor, temos condições de chegar, em um prazo de quatro anos, a mais de 50 mil empregos diretos gerados”, afirmou Araújo.
Segundo dados da SUFRAMA, o polo naval registrou faturamento de US$ 69,293 milhões no período de janeiro a novembro de 2010, o que representa um crescimento de 60,48% frente o mesmo período de 2009 (US$ 43,178 milhões) e de 20,70% sobre o mesmo período de 2008 (US$ 57,407 milhões). Devido ao seu grande potencial de crescimento, o segmento tem motivado nos últimos meses a vinda a Manaus de comitivas de investidores nacionais e internacionais para prospectar negócios, com destaque para grupos empresariais da Coréia, Alemanha, Itália e Espanha.
O encontro realizado ontem no auditório da SUFRAMA deverá ser sucedido por uma reunião, ainda com data a ser marcada, entre a autarquia, a SAE/PR, a Seplan/AM e as instituições de ensino superior e de ensino técnico atuantes no Estado. Na pauta, deverão constar itens como o mapeamento das necessidades de qualificação profissional e as soluções que podem ser tomadas em caráter imediato para tentar amenizar as dificuldades de mão-de-obra no setor.