Notícias
Encomex Manaus abre segundo dia com palestras sobre economia global, logística e microempresas
Um panorama sobre a economia do País e o cenário global, a importância da logística para o comércio exterior e a internacionalização das micro e pequenas empresas foram os destaques da roda de palestras na manhã desta sexta-feira, 9, do Encontro de Comércio Exterior (Encomex Manaus) . O evento, que visa subsidiar potenciais exportadores com informações para acessar o mercado externo é uma promoção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e encerra-se nesta sexta, no Studio 5 Mall, no bairro do Japiim, Zona Sul de Manaus.
A rodada foi aberta com a palestra “Evolução da Economia Mundial e Perspectivas para 2010”, do assessor especial do Ministério da Fazenda e ex-diretor do Banco Centro e do Banco do Brasil, Emílio Garófalo, que fez uma comparação entre a crise mundial recente e a de 1929, demonstrando que a reação mundial foi melhor agora do que na ocasião anterior, em parte, pelas ações dos governos. “Os Estados Unidos que são a base do liberalismo econômico, passaram a ser sócios de grandes bancos e investiram grandes somas para evitar que esses bancos quebrassem”, disse.
Garófalo afirmou que a economia global vive uma retomada pós-crise a partir do 2º semestre de 2009 com um crescimento de 0,5% no comércio mundial, ante uma queda de 7,8% no quarto trimestre de 2008 e queda de 10,7% no primeiro trimestre de 2009.
No caso do Brasil, o palestrante lembrou que o País, junto com os demais que compõem o chamado grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) apresenta “crescimento razoável”, enquanto a economia norte-americana “caminha de lado” e o bloco europeu - sobretudo Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Piigs) – causa preocupação.
Para Garófalo, o Brasil passa credibilidade aos investidores externos pelo fato de ser hoje um credor internacional – tem reservas para pagar dívidas de empresas e instituições em atividade no País, se for necessário. As reservas brasileiras hoje, informou, somam US$ 240 bilhões e uma dívida externa calculada em US$ 270 bilhões, uma situação melhor que outros grandes exportadores de commodities como a Austrália que tem reservas de US$ 44,7 bilhões e uma dívida de US$ 891,10 bilhões. Com base nesses dados, o assessor especial do Ministério da Fazenda demonstra o quanto a economia do País de hoje é diferente daquela, da década de 80, quando o Brasil “quebrou” três vezes e que convivia com uma hiperinflação.
As perspectivas oficiais apresentadas por Garófalo apontam um superávit de US$ 10 bilhões nas relações comerciais em 2010, chegando a US$ 2 bilhões, em 2011; uma taxa de câmbio chegando a R$ 1,81 para o dólar, no final do ano; taxa de juros em 11,25% (ao ano); crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma inflação de 4,99%, medida pelo Índice de Preços diretos ao Consumidor Amplo (IPCA).
Microempresas
A Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas foi tema da palestra da consultora externa do Sebrae Nacional, Susana Kakuta e do diretor do departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas da Secretaria de Comércio e de Serviços (SCS) do MDIC, Sergio Nunes de Souza. De acordo com o diretor da SCS, mais cedo ou mais tarde, as micro e pequenas empresas terão que buscar o mercado externo, pois as barreiras comerciais estão dando lugar a mercados mais globalizados.
Sergio Nunes de Souza defende que as micro e pequenas empresas precisam perder o medo de exportar e que devem se preparar para fazê-lo. “É preciso pesquisar muito. Ver em sites especializados onde podem vender seu produto, que países têm interesse, ou já estão comprando esse tipo de produto, como estão comprando e a que preços”, diz.
Outro destaque levantado pelo palestrante, diz respeito a geração de um ambiente proprício para a preparação das micro e pequenas empresas e que é de responsabilidade dos governos. Ele cita o Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas como uma ferramente importante para a política dirigida ao setor e lembra que o Projeto de Lei do Fórum do Amazonas já está aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado (ALE) aguardando a sanção do governador.
A meta do governo federal e dos agentes envolvidos com a exportação das micro e pequenas empresas, segundo Sérgio Nunes de Souza é equilibrar a relação entre o número de micro e pequenas empresas exportadoras com o volume movimentado nessas operações. Os dados do ano passado demonstram que 9.971 micro e pequenas empresas fizeram exportações que somaram US$ 1,3 bilhão, enquanto 5.128 grandes empresas exportaram US$ 142,8 bilhões.
O Encomex Manaus integra o programa Cultura Exportadora da Secex e tem o objetivo de aproximar a iniciativa privada das ações de incentivo às exportações do Governo Federal. O evento é promovido pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao MDIC é é realizado em todos os estados brasileiros. A edição de Manaus, conta com a parceria da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Banco do Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).