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Empresa quer investir em sondagem e exploração de silvinita no Amazonas
A exploração da jazida de silvinita do município de Nova Olinda do Norte, no Estado do Amazonas, foi um dos principais temas do seminário “Indústria mineral e óleo e gás para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, realizado durante a quarta Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2008), que teve início ontem e se encerra no próximo dia 13. No evento, foi destacada a necessidade de buscar a auto-suficiência do Brasil na produção de cloreto de potássio, que é extraído da silvinita e é insumo estratégico da indústria de fertilizantes.
Segundo o presidente da Falcon Metais, Hélio Diniz, que havia vencido a licitação da Petrobras, cancelada em agosto deste ano, para a exploração da jazida, a empresa pretende investir US$ 30 milhões em exploração e sondagem na região. "A sondagem compreende seleção de alvos, delimitação do corpo e definição da reserva para que o meio ambiente sofra impacto mínimo", explica o presidente.
Hélio Diniz afirma que a empresa vai tentar reverter a decisão da Petrobrás. "Nosso objetivo é fazer exatamente o que o Governo quer: produzir potássio muito rápido, pois todos têm a ganhar com isso. Queremos uma oportunidade para saber qual é a demanda, qual é o problema, para tentar ajudar a resolver", completou.
De acordo com o diretor de exploração da Falcon Metais, Fernando Henrique Bucco Tallarico, apesar do alto risco do projeto, o resultado será recompensador. "Precisamos buscar a independência do Brasil no segmento de fertilizantes, pois hoje 95% do KLC (cloreto de potássio), por exemplo, é importado e, a cada dia, o consumo no País aumenta consideravelmente", comentou.
O representante do Ministério de Minas e Energia, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Cláudio Scliar, disse, apenas, que a concessão de exploração da região teve que ser revista em decorrência, principalmente, do aumento do preço do potássio no mercado internacional. "De 2006 a 2008, o valor da tonelada deste mineral passou de US$ 150 para US$ 800", afirmou.
Segundo o secretário, o papel da empresa será refazer o estudo da jazida, respeitando as exigências ambientais. Nesse âmbito, uma das principais preocupações do Governo Federal é a destinação dos resíduos da exploração do potássio, que no caso é o sal. "Estamos listando uma série de alternativas como, por exemplo, a produção de cloro ou soda cáustica", explicou Hélio Diniz.
Outros temas abordados pelo secretário foram as possibilidade e potencialidade econômicas para a região amazônica, o contexto geológico da Amazônia, as dificuldades inerentes ao aproveitamento mineral impostas pelas características geológicas e a política nacional de fertilizantes e sua vinculação ao mercado de commodities agrícolas.