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Cadeia de beneficiamento do caulim é discutida na SUFRAMA
O apoio da SUFRAMA para o projeto de implantação de um mineroduto para explorar jazidas de caulim localizadas em Manaus e em áreas próximas foi um do principais temas da reunião ocorrida nessa quinta-feira (16), na sede da autarquia, entre a superintendente Rebecca Garcia e uma comitiva de empresários, técnicos governamentais e o deputado estadual Sinésio Campos. Durante o encontro, também foi solicitado auxílio da SUFRAMA para viabilização do Polo Naval do Amazonas e do Eixo Manta-Manaus.
O diretor-presidente da Kalamazon Estudos Geológicos, Marcelo Pinto, destacou as vantagens econômicas da exploração do caulim e a instituição de uma cadeia de indústrias voltada ao beneficiamento do mineral. “Cada emprego gerado na mineração gera outros nove indiretos. Se houver a verticalização e a criação de uma cadeia produtiva de caulim, serão gerados mais de dez mil empregos”, observou.
Estima-se que em Manaus e áreas próximas concentrem-se 68% das reservas conhecidas de caulim do Brasil (calculadas em mais de cinco bilhões de toneladas). Além disso, estudos geológicos revelaram que o mineral do solo amazonense é de alta qualidade. Entretanto, ainda não há quaisquer atividades de lavra no Amazonas.
A superintendente Rebecca Garcia destacou que a exploração industrial do caulim contempla uma vocação natural do Amazonas, ainda incipiente, que é o setor mineral. Para a superintendente, uma vantagem adicional da atividade é que ela não depende da regulação dos incentivos fiscais. “Devido à imutabilidade da localização das jazidas, as indústrias de mineração não se transferem se houver alguma contrariedade sobre tributos e impostos”, observou, acrescentando que a comitiva informou que existe uma de reserva de caulim, inclusive, em áreas do Distrito Agropecuário da SUFRAMA (DAS).
Utilização
O caulim tem muitas aplicações industriais e novos usos estão constantemente sendo pesquisados e desenvolvidos. É um mineral industrial de características especiais, porque é quimicamente inerte dentro de uma ampla faixa de pH; tem cor branca; apresenta ótimo poder de cobertura quando usado como pigmento ou como extensor em aplicações de cobertura e carga; é macio e pouco abrasivo; possui baixas condutividades de calor e eletricidade; e seu custo é mais baixo que a maioria dos materiais concorrentes. Por isso, o mineral tem diversas aplicações na indústria farmacêutica, de cosméticos, tintas, papel e na construção civil.
“Atualmente, as principais aplicações são como agente de enchimento (filler) no preparo de papel; como agente de cobertura (coating) para papel couché e na composição das pastas cerâmicas. Mas também, dependendo da sua granulometria, pode ser usado na fabricação de vidros, nos capacitores de smartphones e telas LED, óculos, plásticos, borrachas, tintas, adesivos, cimentos, inseticidas, pesticidas. Até no branco da aspirina contém caulim”, detalhou Marcelo Pinto.
O empresário também ressaltou que a exploração de caulim está se caracterizando pelo impacto ambiental controlado e reversível. Cada ano são explorados, em média, 16 hectares de mina, que depois são recuperados. A estimativa é de que uma mina caulinífera possa ser explorada por mais de 50 anos.
Pinto explicou que a Kalamazon, especializada na extração e processamento de caulim, é formada por sócios brasileiros, australianos, americanos e chineses. Só o sócio chinês, Guangdong Highsun, que possui 35% do capital do grupo, firmou um contrato de compra de 150 mil toneladas anuais, nos primeiros oito anos, mas a empresa planeja produzir até 500 mil toneladas por ano.