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Áustria de olho na Zona Franca
A chegada da Red Bull ao Polo Industrial de Manaus (PIM) será um grande cartão de visita do modelo Zona Franca para os investidores austríacos. A avaliação é do embaixador da Áustria, Hans-Peter Glanzer, que esteve, nesta terça-feira (27), em reunião com o superintendente da SUFRAMA, Thomaz Nogueira, na sede da autarquia. “Existem no Brasil mais de 200 empresas austríacas, mas elas precisam ampliar a visão sobre o país. Temos trabalhado nisso, para mostrar que o Brasil não se limita a São Paulo e que o Nordeste e Manaus são muito interessantes”, disse Glanzer, em visita oficial a Manaus desde o último dia 24.
Para o embaixador, a Red Bull - empresa da Áustria que mais faturou em 2011 - ajudará a chamar a atenção de outras grandes empresas daquele país para Manaus. “Certamente, pelo tamanho da Red Bull, outras empresas vão querer saber por que ela decidiu se instalar na Amazônia”, explicou.
Hans-Peter Glanzer também fez uma avaliação da economia europeia e destacou que, apesar da crise, a Áustria cresceu quase 3% no ano passado e manteve uma taxa de desemprego inferior a 4%, em parte por possuir um parque industrial especializado, como o que produz máquinas e equipamentos utilizados por outras indústrias e que abastece países emergentes como China e Brasil. “A situação varia conforme o Estado, mas o desafio é ajudar os países da comunidade com problemas financeiros a crescer sem que isso signifique mais endividamento. Não é fácil, mas essa situação deverá estar superada nos próximos dois anos”, disse.
As maiores dúvidas sobre o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) foram quanto à disponibilidade de terrenos, quanto aos meios para o transporte das mercadorias aqui produzidas e quanto aos incentivos fiscais. O superintendente Thomaz Nogueira apontou que a falta de terrenos na área do Distrito Industrial é um fato, mas adiantou que soluções já estão em estudo. “Quanto aos incentivos, a Zona Franca de Manaus tem garantia constitucional, o que dá uma segurança jurídica, às empresas interessadas em investir, de que as isenções não serão retiradas até 2023 – e em breve, até 2073”, disse Nogueira, destacando que, apesar do nome ‘Zona Franca’, o modelo é o maior arrecadador de impostos federais da região Norte e que os incentivos são apenas para compensar questões logísticas. “Isso é muito importante para mostrar que não há uma competição desleal”, alertou o superintendente ao embaixador.