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Ampliação das relações comerciais com o Peru é discutida em seminário da FIAM 2015
Um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti) será formado com o objetivo de analisar oportunidades de ampliação das relações comerciais entre o Peru e o Estado do Amazonas. A informação, divulgada pelo secretário-executivo adjunto de Relações Internacionais da Seplancti, Farid Mendonça Júnior, vai ao encontro de proposta apresentada pelo chefe do Departamento Comercial da Embaixada do Peru no Brasil, Carlos Rios, durante o painel “A relação econômica entre o Peru e o Amazonas e as oportunidades de integração regional”. O painel integrou a programação do seminário “Integração dos Países Amazônicos”, ocorrido nessa quinta-feira (19), durante a Jornada de Seminários da oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015).
Conforme as discussões ocorridas no seminário, o grupo de trabalho deve focar, prioritariamente, na análise de projetos que possam viabilizar a implantação de rotas para a expansão da infraestrutura logística de ambas as localidades. Com isso, pretende-se intensificar o intercâmbio comercial e o escoamento da produção.
A formação do grupo de trabalho se soma à assinatura de Memorando de Entendimento entre a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e o Centro de Exportação, Transformação e Serviços de Paita (Ceticos Paita), do Peru, na última quarta-feira (18), cuja finalidade é promover o desenvolvimento descentralizado, por meio do uso de sistemas normativos, promoção de investimentos, geração de emprego e inovação tecnológica.
Grande potencial
O chefe do Departamento Comercial da Embaixada do Peru no Brasil, Carlos Rios, afirmou que o intercâmbio comercial entre o Brasil e os países vizinhos ainda é bastante insipiente. Ele apontou barreiras legais como dificuldades a serem superadas para o incremento da relação com o Brasil. Apesar desse cenário, Rios considera que o projeto para implantação de um eixo rodofluvial como alternativa comercial para os dois países tem viabilidade e possui uma série de vantagens, entre as quais, impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e criar condições para ampliação do grau de competitividade dos produtos por conta da melhoria das condições da infraestrutura logística, sem contar no baixo impacto ambiental.
Outro aspecto positivo apontado pelo profissional da Embaixada peruana é o fato de que se trata de uma proposta que deverá beneficiar não somente o Amazonas, mas também outros Estados brasileiros, como Mato Grosso, Mato Grasso do Sul e Minas Gerais, abrindo caminho inclusive para que mercados do Pacífico sejam acessados. “A Amazônia seria a maior rede fluvial do planeta”, frisou.
De acordo com o secretário executivo de Relações Internacionais da Seplancti, Farid Mendonça, espera-se a complementariedade entre os dois mercados a partir de ações de intercâmbio comercial. Enquanto o carro-chefe da economia amazonense compreende os bens-finais fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM), o setor produtivo do Peru é “puxado” por itens de segmentos, como alimentício, de mineração, têxtil, pesca marítima e construção civil. “Esperamos que essa integração comercial beneficie, principalmente, comunidades ribeirinhas de municípios do Alto Solimões”, frisou o representante do Governo do Estado.
Mendonça comentou ainda que o desafio do Amazonas em relação ao mercado peruano é retomar o mesmo patamar de transações comerciais de anos anteriores. Segundo ele, em 2010, por exemplo, a balança comercial entre Amazonas e Peru indicou um total de US$ 50 milhões em exportações do Estado para aquele País. Em 2014, esse montante reduziu, atingindo US$ 32 milhões. “O objetivo é pelo menos dobrar o valor do ano passado”, comentou.
O seminário Integração dos Países Amazônicos contou ainda em sua programação com o painel “Integração física e econômica para o desenvolvimentos dos países amazônicos”. O palestrante foi o ex-governador do Departamento do Amazonas – Colômbia e atual assessor de Gabinete e Relações Internacionais da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Tabatinga, Álvaro Gomez Suarez.