Notícias
Alunos do melhor MBA dos Estados Unidos recebem aula sobre ZFM
Um grupo de 23 estudantes de pós-graduação da melhor escola de negócios dos Estados Unidos esteve nesta sexta-feira (8) na sede da SUFRAMA para aprender como funciona o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM). O aprendizado faz parte da disciplina Global Academic Travel Experience (Gate), ministrada no curso em tempo integral de MBA da Fuqua School of Business, da Universidade de Duke. O curso de MBA da universidade da Carolina do Norte foi escolhido como o melhor dos EUA pela revista Bloomberg Businessweek.
A ideia de incluir a ZFM como tópico da disciplina Gate foi do diretor do centro de estudos sobre a América Latina e Caribe, Patrick Duddy. “Sabe aquele embaixador americano que foi expulso da Venezuela por Hugo Chávez? Sou eu!”, disse Duddy ao se apresentar aos técnicos da SUFRAMA, fazendo referência a episódio ocorrido em 2008. Além de alunos norte-americanos, o grupo que visitou Manaus incluiu universitários do Brasil, China, Coreia do Sul, França, Gana, Indonésia, Japão, Nigéria, Singapura e Tailândia.
A comitiva foi recebida pelo coordenador-geral de Promoção Comercial da Autarquia, Jorge Vasques, e pelo coordenador substituto de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Renato Freitas, encarregado de proferir palestra aos visitantes sobre o modelo de desenvolvimento regional.
Devido à quantidade e à frequência das perguntas, a palestra se concentrou nas respostas para as dúvidas dos estudantes. Freitas, por exemplo, explicou que a ZFM tem características singulares entre as mais de três mil zonas francas existentes. Apesar do nome, ela não é um paraíso fiscal. Ela é um modelo de encadeamento de valor integrado. Os incentivos fiscais são concedidos apenas após as empresas investirem e comprovarem que estão efetivamente produzindo. Para cada real investido o governo recebe de volta R$ 1,45 de impostos.
Tecnologia
Questionado sobre o porquê dos incentivos, Freitas explicou que eles são importantes por causa da distância do centro de consumo do País e ressaltou que, graças aos incentivos é possível oferecer uma alternativa econômica não predatória (o modelo ZFM) e contribuir com a preservação da floresta nativa do Amazonas. “Sem os incentivos, as empresas dificilmente permaneceriam aqui e é provável que, por buscar outras alternativas de geração de renda, como o agronegócio, a cobertura vegetal da Amazônia seria seriamente impactada. Existem estudos que comprovam a contribuição da ZFM para a preservação de mais de 90% da floresta”, observou.
O professor Duddy se disse fascinado quando Freitas ressaltou que as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) não podem usar tecnologia obsoleta e algumas delas são benchmark mundial em competitividade.
O palestrante destacou ainda algumas contrapartidas das indústrias locais, como a geração de empregos e o reinvestimento de parte dos lucros na região. “Um dos melhores exemplos é a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), totalmente financiada pelas empresas do PIM e que oferta hoje 43 cursos de graduação para 22.562 estudantes”, salientou Renato Freitas.
A última pergunta, de um estudante japonês, foi se uma empresa estrangeira precisa ter sócio brasileiro para ingressar na ZFM. “Não. Mas é necessário que o diretor seja residente em Manaus”, detalhou.
Visita
Além da palestra na SUFRAMA, o grupo agendou uma visita a uma das maiores empresas norte-americanas do PIM, a Harley-Davidson. Os estudantes que estiveram em Manaus já haviam passado por São Paulo e devem encerrar a visita ao Brasil pelo Rio de Janeiro. Entre as empresas brasileiras inclusas na programação de viagem estão Embraer, Itaú, Rede Globo e BR Foods.