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252ª Reunião Ordinária do CAS aprova US$ 480.6 milhões em novos investimentos para a Zona Franca de Manaus
O Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (CAS) realizou nesta quinta-feira (25) sua 252ª Reunião Ordinária, aprovando uma pauta com 27 projetos industriais e de serviços, dentre os quais 13 de implantação e 14 de atualização, ampliação e diversificação. Juntos, os projetos somam investimentos de US$ 480.6 milhões e estimam a geração de 2.432 novos postos de trabalho no Polo Industrial de Manaus (PIM) ao longo dos próximos três anos.
A reunião foi presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) interino, Alessandro Teixeira, e contou com a participação da superintendente da SUFRAMA, Flávia Grosso, de conselheiros dos ministérios integrantes do CAS e de representantes das classes empresarial, política e trabalhadora da região.
A pauta de projetos aprovados teve como maiores destaques as iniciativas das empresas Neotec Indústria e Comércio de Pneus, que deverá investir cerca de US$ 58 milhões e gerar 33 novos empregos na fabricação de pneumáticos para bicicletas e motocicletas, o que deverá reforçar a cadeia produtiva da borracha no Estado do Amazonas, e Phitronics Indústria e Comércio de Eletroeletrônicos e Informática, para produção de receptores de sinal de televisão via cabo e via satélite, com investimentos totais de US$ 127 milhões e geração de 417 novos empregos.
Outros projetos de destaque aprovados na 252ª Reunião do CAS foram os das empresas Dafra da Amazônia, para fabricação de bicicletas elétricas, e Pool Engenharia Serviços e Comércio, para produção de postes de poliéster reforçados com fibras de vidro. Ambos representam produtos pioneiros no polo e deverão agregar valor ao portfólio de itens fabricados pela indústria regional.
Segundo o ministro interino do MDIC, Alessandro Teixeira, o Polo Industrial de Manaus vem se mostrando muito dinâmico em vários segmentos e deve continuar crescendo em ritmo sustentável, a despeito da desaceleração em diversos países provocada pela crise mundial. “Tivemos vários segmentos no PIM crescendo acima de 30% no primeiro semestre e o polo vai continuar se desenvolvendo, gerando emprego e renda para a região. A Zona Franca é um dínamo da economia brasileira”, afirmou.
A superintendente da SUFRAMA, Flávia Grosso, reforçou o discurso otimista afirmando que os US$ 19.7 bilhões faturados pelo PIM no primeiro semestre de 2011 superaram as projeções iniciais feitas pela autarquia e que tudo indica que o polo deverá ultrapassar um faturamento de US$ 40 bilhões e gerar mais de 120 mil empregos ao final deste ano. “Isso mostra que o empresariado continua acreditando no sucesso do modelo e investindo, o que proporciona crescimento econômico e bem-estar social à região. A cada desafio saímos mais fortes”, disse. “Normalmente o faturamento do polo aumenta no segundo semestre, então estamos confiantes de que chegaremos ao final de 2011 com a conquista de novos recordes de faturamento e de geração de empregos”, complementou a dirigente.
Discussões pontuais
Além da aprovação de novos investimentos, a 252ª Reunião do CAS foi marcada também por debates sobre questões como a necessidade de mecanismos de proteção comercial à indústria regional e o descontingenciamento dos recursos próprios da SUFRAMA.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC) e conselheiro representante das classes produtoras, Leandro Pinto, solicitou medidas emergenciais de proteção aos produtores de sacarias de juta e malva na região. Segundo o conselheiro, esse segmento oferece hoje alternativas de emprego e renda para mais de 20 mil famílias ribeirinhas somente no Estado do Amazonas e estaria sofrendo sérias ameaças com a concorrência desleal de produtos similares importados de países asiáticos. O ministro interino do MDIC, Alessandro Teixeira, informou que foi realizada nessa quarta-feira uma reunião no ministério para tratar do assunto e que a meta é encontrar uma solução no menor tempo possível.
A respeito do contingenciamento dos recursos próprios da SUFRAMA, tema que recebeu contribuições de diversos conselheiros do colegiado, o representante das classes trabalhadoras, Antônio Tavares, disse que isso é um problema que tem afetado o desenvolvimento da região e trazido inseguridade ao modelo Zona Franca de Manaus, ao mesmo tempo em que cobrou uma maior atenção do Governo Federal à questão.
O secretário municipal de Finanças e conselheiro representante da Prefeitura de Manaus, Alfredo Paes, disse que o equilíbrio fiscal do governo é uma preocupação constante, mas que a reivindicação regional é por um tratamento diferenciado ao orçamento da SUFRAMA. “Quando você fala em contingenciamento de orçamento de um ministério, você está tratando de despesa. O que a SUFRAMA reivindica é que ela também é arrecadadora, então seus recursos vão para o Tesouro e contribuem com o equilíbrio fiscal. O entendimento é que, como a autarquia gera receitas, ela teria que ter um tratamento diferenciado no seu orçamento”, afirmou.
O ministro Alessandro Teixeira disse que o Governo prioriza a região e que mantém um compromisso sério em prol do fortalecimento e do crescimento do modelo ZFM. “Nós temos a convicção de que a Zona Franca de Manaus é um modelo viável para o desenvolvimento do país. Não há qualquer desprestígio da Zona Franca. Se isso ocorresse, não estariam crescendo os investimentos e a Zona Franca de Manaus não estaria no centro da política de governo”, afirmou. “Os recursos da Zona Franca vão aumentar e isso é um comprometimento que o Governo tem no sentido de garantir o desenvolvimento do polo e da região. Tenho certeza que o Estado do Amazonas nunca cresceu tanto e nunca gerou tanto emprego quanto nos últimos anos. A atual gestão do Governo Federal tem se mostrado comprometida seriamente com a região”, complementou.