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“Vale do Jaraqui” inaugura em agosto de 2016
Em agosto de 2016 será inaugurado o “Vale do Jaraqui”, o primeiro Parque Tecnológico do Amazonas. A declaração foi feita pelo reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo de Almeida Costa, durante o seminário “Inovação Tecnológica e competitividade: a diversificação da matriz econômica para o futuro da Amazônia Brasileira”. O seminário ocorreu no auditório do Studio 5 Centro de Convenções nesta sexta-feira (20) – terceiro e penúltimo dia da programação da oitava edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2015).
O reitor da UEA afirmou que marcou a data de inauguração do parque tecnológico para evitar que o projeto nunca saia do papel. “Não vamos esperar um prédio bonito ou algo do tipo. Vamos inaugurar o parque tecnológico e depois, à medida que crescermos, faremos adaptações, reformas, o que for necessário. Tem que ser assim, senão no futuro ainda vamos estar discutindo como seria importante ter um Parque Tecnológico no Amazonas”, afirmou.
Costa explicou que a ideia vem da necessidade da região de avançar mais velozmente em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e aproveitar melhor os recursos provenientes da obrigação legal das empresas de investirem 5% de seu faturamento em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O plano é mudar a matriz econômica de um sistema regional de produção para um sistema regional de inovação.
Para desenvolver esse ambiente de desenvolvimento e criatividade, a aproximação da academia com o setor produtivo torna-se prioritária, entretanto, essa união ainda encontra resistência. “Falar em dinheiro na universidade era como falar palavrão na igreja. E a universidade ainda se comportava como o sacerdote que ficava falando latim, de costas para as empresas. Por isso, costumamos reforçar e declarar que ‘é permitido ganhar dinheiro eticamente na universidade, revogam-se as disposições em contrário’”, salientou Costa, acrescentando que a integração com a indústria já permitiu à UEA a construção de três laboratórios de alto desempenho.
Segundo o reitor, o parque tecnológico vai enfocar projetos nas áreas de CT&I; Biotecnologia; Bioeconomia; Bem Estar e Saúde; Eletroeletrônico e Turismo.
O nome “Vale do Jaraqui” não é oficial e, sim, uma brincadeira que faz alusão ao Vale do Silício (Califórnia-EUA), o mais famoso parque tecnológico do mundo. Todavia, a inspiração amazonense é o modelo desenvolvido no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Uptec), de Portugal.
Para detalhar a experiência da Universidade do Porto, o presidente da Uptec, Jose Novais Barbosa, foi também um dos palestrantes. Barbosa explicou o trabalho desenvolvido no parque desde a sua criação em 2007 e os resultados obtidos. “O impacto econômico das empresas do Uptec no Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal foi, em 2012, de quase 32 milhões de euros e o nível das receitas fiscais, no mesmo ano, foi de 6,3 milhões de euros”, detalhou, acrescentando que a instituição de uma escola de startup é um dos diferenciais do parque.
Os resultados econômicos da indústria de inovação também foram uma das ênfases da palestra ministrada pelo diretor do Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras da Amazônia (Certi/Amazônia), Marco Antônio Giágio. Giágio apresentou dados sobre o impacto do projeto Sinapse da Inovação em Santa Catarina. Desde a operação piloto lançada em 2008, o programa já deu origem a quase 300 startups inovadoras e gerou mais de 1,2 mil empregos diretos e 94 patentes.
“Em cinco anos, o Sinapse recebeu R$ 22 milhões de financiamento. Porém, as empresas criadas com o programa apresentaram faturamento de R$ 300 milhões e arrecadaram R$ 27 milhões em impostos. Além disso, a taxa de sobrevivência das empresas ‘sinápticas’ é de 83%, bastante superior à média nacional. E enquanto o PIB do Brasil foi de 0,1% em 2014 e deverá ser de -3% este ano, essas empresas cresceram 9% ano passado e deverão crescer 16% este ano ”, frisou.
O Sinapse de Inovação está sendo adotado pelo Amazonas. No primeiro ano, foram inscritas quase 1,2 mil ideias. Segundo Giágio, estavam sendo esperadas 400 propostas, o número superior foi uma “demonstração da vocação do Estado para a inovação e que não deve ser desperdiçado”.
Parque
Parque Tecnológico é um ambiente especializado e cooperativo que promove e oportuniza a cultura da inovação e do empreendedorismo entre empresas e instituições de pesquisa, estimulando novos negócios, a criação de spin off (empresa que nasce de outra organização/empresa e seus criadores continuam na direção e na administração), spin-out (empresa que surge de uma outra organização/empresa, mas seus criadores não são majoritários e não exercem controle gerencial) e startups(empresas jovens e inovadoras de qualquer segmento de atividade que desenvolve um modelo de negócio rentável) por meio da incubadora.