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Iniciativa dos Ministério da Gestão e do Planejamento busca o enfrentamento ao preconceito por meio de debates e filmes
Representantes do Ministério da Gestão, do Planejamento, e do Arquivo Nacional participaram do debate sobre a temática do enfrentamento à discriminação racial. Foto: Washington Costa/MGI
Para somar-se as atividades do governo em lembrança ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial, celebrado na última quinta-feira (21/3), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em parceria com Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), promoveu encontro para a exibição de filmes de longa e curta metragens, que contam histórias de enfrentamento ao racismo e à discriminação racial.
A iniciativa faz parte do “Cine Bloco K”, atividade permanente das Assessorias de Participação Social e Diversidade dos dois ministérios, que promove a exibição de filmes e documentários, mensalmente, sobre temáticas que valorizam a cultura popular, a história, a memória e a produção audiovisual brasileira, além de incentivar diálogos com os desafios das políticas públicas do país.
Com o tema “Um país unido no enfrentamento a toda forma de preconceito”, o encontro buscou discutir datas importantes para a história e luta social. Daniela Gorayeb, chefa da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MGI, explicou que os debates dos filmes exibidos nessa sessão reforçam a importância dessa data, que marca a luta histórica contra a discriminação e racismo. “A ideia é que a gente utilize essas datas, que marcam essas lutas históricas por direitos, para o exercício pleno da democracia, e que a gente possa também utilizar esse espaço para uma interação entre o conteúdo e nosso trabalho aqui em Brasília, incorporando essas perspectivas”, disse.
Ao falar do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, Anderson Luiz Alves de Oliveira, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MPO, apresentou um histórico dessa conquista para a sociedade. Ele destacou que o Brasil é um país multicolor e possui 56% da população de pessoas negras, que é a junção de pessoas pardas e pretas.
“Essa data tem vários simbolismos. Ela surgiu a partir de um acontecimento na África do Sul, onde 69 pessoas foram mortas e 182 ficaram feridas em protesto contra a segregação, contra o Apartheid na África do Sul. E a segregação vem desde a colonização e permeia todo o globo terrestre. Em todos os continentes temos notícias de pessoas escravizadas. No Brasil, nós tivemos mais de 300 anos de escravidão, fomos o último país a abolir a escravidão e vivemos um dos processos mais cruéis”, explicou.
Ciliar Abreu, secretário de Gestão Corporativa MGI, afirmou que o enfrentamento à discriminação racial é importante para o dia a dia do serviço público. “Reforço o compromisso que esse governo tem em trazer questões pragmáticas, por exemplo, o decreto que estabelece o preenchimento de 30% de pessoas negras nos cargos de alta liderança. Fico muito feliz que algumas unidades do MGI já superaram essa meta, no total estamos nos aproximando de 40%, mas ela deve ser considerada como um piso”, citou.
A diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, apresentou informações sobre o contexto dessa conquista, reforçando a relevância dos agentes da história, que promoveram as mudanças essenciais para a vida de todas as pessoas no mundo. “É importante lembrar do dia de hoje não só das imagens de mortes, mas também das imagens dos sujeitos das lutas. O importante do dia de hoje não é ter decorado quantas pessoas foram feridas, mas quantas pessoas se dedicaram e quais pessoas foram essas que, embora tenham lutado quase 30 anos para que o Apartheid tivesse fim, dedicaram suas vidas para mostrar que pessoas negras devem ser respeitadas”, destacou.
Filmes
Após a mesa de abertura do encontro, foram exibidos dois filmes, um de curta e um longa-metragem, na temática do enfrentamento ao racismo e à discriminação, destacando as personalidades que lutaram.
Filme - Carolina
Ficção: Curta metragem
Direção: Jeferson De
Sinopse: Filme sobre a escritora Carolina Maria de Jesus. O seu diário da favela, escrito dentro da barraca onde morava, denunciava a fome, o preconceito e a miséria. Intitulava-se Quarto de Despejo; tornou-se um sucesso em 1960, tendo sido publicado em mais de 40 países e traduzido para 13 idiomas.
Filme - Dr. Gama
Ficção: Longa metragem
Direção: Jeferson De
Sinopse: Doutor Gama é um filme biográfico sobre a vida do escritor, advogado, jornalista e abolicionista Luiz Gama, uma das figuras mais relevantes da história brasileira. Ele utilizou todo seu conhecimento sobre as leis e os tribunais para libertar mais de 500 escravos durante sua vida. Nascido de ventre livre, Gama foi vendido como escravo aos 10 anos para pagar dívidas de jogo de seu pai, um homem branco. Mesmo escravizado, ele conseguiu se alfabetizar, assim conquistou sua liberdade, se tornando um dos mais respeitados advogados de sua época.