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IGUALDADE DE GÊNERO
Líderes femininas do setor público discutem desafios e estratégias para promover igualdade de gênero nas carreiras do Governo Federal
No painel "Diagnóstico da situação das mulheres em carreiras de Estado" foram discutidas as barreiras enfrentadas pelas mulheres nas carreiras públicas. Foto: Albino Oliveira
O 1º Encontro Nacional de Mulheres de Carreiras de Estado, uma iniciativa pioneira realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que é ligada ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI), reuniu especialistas e líderes femininas do setor público para discutir desafios e estratégias para promover a igualdade de gênero nas carreiras de Estado. O debate ocorrido nessa segunda-feira (13/11), em Brasília (DF), é um marco na direção de uma administração pública mais inclusiva e equitativa para as mulheres.
No painel "Diagnóstico da situação das mulheres em carreiras de Estado", foram discutidas as barreiras enfrentadas pelas mulheres nas carreiras públicas, como acesso, promoção, permanência e a influência de fatores interseccionais como raça e identidade de gênero. Representando a carreira do Serviço Exterior Brasileiro, a diplomata Irene Vida Gala falou sobre a realidade de gênero dentro da carreira. “Nossa carreira não está feita para a progressão funcional. Mulheres encerram a carreira em cargos de meio [conselheiras], enquanto os homens, como ministros de primeira classe”, disse a diplomata.
Foram consenso entre as painelistas as críticas à falta de representatividade e aos tratamentos desiguais na administração pública. No entanto, as experiências e perspectivas das participantes trouxeram à tona não apenas os desafios enfrentados pelas mulheres em suas carreiras, mas também propostas de soluções inovadoras e práticas para superá-los. Foram discutidas políticas de inclusão, programas de mentoria e medidas para equilibrar a vida profissional e pessoal, além de iniciativas para promover ambientes de trabalho mais igualitários. As discussões e estratégias delineadas no painel oferecem um caminho promissor para abordar as desigualdades de gênero, apoiando a ascensão das mulheres em posições de liderança dentro do setor público.
A Assessora Especial de Diversidade e Inclusão da Advocacia-Geral da União (AGU), Claudia Trindade, afirmou que a área dela é algo inédito dentro do órgão e que foi criada justamente para fazer um diagnóstico e conseguir transformar e sugerir políticas públicas mais diversas. “Nossa carreira não tem muita disparidade de gênero. Nas carreiras jurídicas, o déficit grande é de pessoas negras e com deficiência. É nesta perspectiva que estamos propondo estudos, para que a AGU reflita mais a cara do Brasil”, afirmou.
As participantes do painel concordaram que é fundamental criar políticas para garantir igualdade de gênero nas carreiras públicas brasileiras. Elas destacaram que isso não só promove a justiça e a igualdade, mas também é benéfico para o serviço público incluir diferentes pontos de vista e habilidades de uma equipe diversificada.
Encontro Nacional
A programação do 1º Encontro Nacional de Mulheres de Carreiras de Estado termina nesta terça-feira (14/11). Entre os destaques estão painéis sobre diversidade e políticas de gênero com a assessora especial do ministro da Fazenda, Fernanda Santiago, que é procuradora da Fazenda Nacional e integrante do Conselho Superior da AGU, além de palestra da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais informações estão disponíveis no site http://www.enap.gov.br.
Participaram da abertura do encontro as ministras Esther Dweck (Gestão),Cida Gonçalves (Mulheres) e Anielle Franco (Igualdade Racial). Também estiveram presentes a presidente da Enap, Betânia Lemos, a diretora-geral do Senado Federal, Ilana Trombka, e a secretária-executiva da Comissão Interamericana de Mulheres da Organização dos Estados Americanos (OEA), Alejandra Mora Mora.