Reflexões sobre o LideraGOV

Fazer parte da construção do Programa LideraGOV foi um enorme desafio e um grande aprendizado. Colocar uma política "de pé" e depois sustentá-la, mesmo com trocas de governo, foram vitórias que muito me orgulham. Claro que nada se faz sozinho. No LideraGOV teve um encontro de pessoas muito bem intencionadas e que querem fazer a diferença na administração pública. Isso nos dá força diante de todas as dificuldades enfrentadas ao longo do caminho.

Participar dessa história me dá identidade e propósito. Não sou um LideraGOVer, sou servidor do Estado do Rio de Janeiro, um Líder Carioca, cedido ao governo federal, mas me sinto pertencente a esse grupo de pessoas que quer mudanças positivas e as perseguem com muita paixão.

Entre os pontos fortes do Programa destaco o público-alvo para o qual é voltado; o processo seletivo criterioso; a clareza das competências que busca desenvolver nos participantes; a divisão em quatro fases, com a previsão, já no nascimento, de uma cultura de avaliação e melhoria constantes, feita a cada edição. 

O Programa tem a missão de identificar servidores que querem pensar soluções inovadoras para problemas da administração pública, que possuem espírito empreendedor e que são altamente engajados com a causa pública. Tais servidores, quando preparados, podem ter ainda melhores resultados quando vierem a ocupar cargos de alta liderança. Os resultados para a população serão consequência da melhoria dos processos de trabalho.

A matriz de competências de liderança, na qual o LideraGOV se baseia, é suficiente, mas entendo também que precise de constante revisão. E a cada revisão, que cursos complementares sejam ofertados aos antigos egressos para atualização constante.

Diante desse contexto, sempre há algo que precisamos aprimorar. Aprendemos a cada edição e vamos ajustando. Visando isso, na construção do LideraGOV, quatro fases foram previstas. A última etapa é justamente uma avaliação de consultores externos que identificam e apontam necessidades de melhorias no Programa.

Gestores preparados são uma das soluções para os problemas da administração pública. Sem dúvida, a liderança dita o ritmo e a qualidade do que se persegue. Além disso, boas lideranças cuidam de seus colaboradores, sem levá-los ao esgotamento. Uma liderança qualificada pode, portanto, a partir de uma maior segurança do que faz, conduzir seu time de maneira clara e leve, com objetivos, metas e estratégias bem delineados.

Os LideraGOVers, que são os egressos do Programa, saem transformados, mas nós que estamos nos bastidores saímos mais ainda. Primeiro, pelo exercício em si de conduzir um projeto de tamanho vulto. Depois, por ver o quanto o Programa devolve aos servidores sentido e esperança. Os depoimentos dos egressos emocionam demais a todos que participam dessa construção, que é uma construção conjunta do MGI com a Enap. E veja, é um Programa e não mais um curso, pois é uma política de Estado que visa o processo sucessório e a valorização do servidor. Por isso, foi construído em quatro fases (processo seletivo, curso de qualificação, efetivação e avaliação).

A Rede LideraGOV, formada pelos egressos, pode ajudar na solução de problemas da administração pública, por meio da formação de grupos de trabalho transversais, nos quais servidores de diferentes áreas se debruçariam sobre problemas complexos e antigos, em busca de soluções. Numa espécie de apoio às pastas ministeriais, com um olhar novo e ainda não influenciado por uma vivência que possa ter sido, muitas vezes, frustrante.

Neste contexto, é essencial ressaltar que o LideraGOV foi o grande vencedor do Prêmio Espírito público na categoria gestão de pessoas. Isso foi um tremendo orgulho. Foi a sensação de ter realizado um trabalho bem feito. Foi o reconhecimento de uma luta. Esse prêmio é um incentivo para que bons servidores mantenham seu engajamento diante de tantas circunstâncias difíceis. Para o Programa e para os LideraGOVers é a oportunidade de divulgação dos trabalhos e da importância de que os atuais gestores busquem os nomes da Rede para ocupação de cargos em seus times.

Vencer é algo muito relativo. Conquistar o Prêmio Espírito Público é importante, mas a grande vitória foi manter o LideraGOV ativo, mesmo diante da troca de governantes. Essa conquista é um reconhecimento para nós do MGI e para a Enap, ambos participamos da construção e da manutenção do Programa. É uma valorização, após árdua luta para implementar e manter o LideraGOV vivo. Gostaria de agradecer aos idealizadores do Prêmio Espírito Público pelo trabalho tão significativo para a administração pública. Precisamos desses incentivos para manter profissionais engajados ao longo da extensa trajetória.

Sempre é bom relembrar que o LideraGOV se firmou como política, mas ainda precisa ganhar escala e, aí sim, crescer mais e mais. Crescer em termos de potência, a partir das conexões que promove em todo o Brasil e em diversas entidades e órgãos públicos. Precisamos ganhar maior proporção, abrir mais turmas, ter mais participantes, diretorias voltadas exclusivamente para o Programa, tanto no MGI quanto na Enap. Para isso, precisamos de maior investimento financeiro. E é para isso que precisamos do apoio do alto escalão.

Depois de quatro edições, da publicação de resultados e de prêmios ganhos, precisamos alcançar os altos gestores dos ministérios. Temos que chegar no Presidente Lula. O Programa precisa ser conhecido pelo alto escalão, para que ganhe aliados que nos ajudem na valorização dos servidores egressos.

Como objetivo central temos o de formar uma rede de servidores qualificados, aptos a ocuparem funções e cargos de liderança. Para que essa rede se fortaleça, precisamos aumentar a quantidade de participantes, que precisam estar espalhados por todo o Brasil. Neste sentido, aumentar o investimento para a abertura de mais turmas ao ano é um grande desafio diante das limitações orçamentárias e de pessoal que temos. Outra questão é aprimorar a possibilidade de movimentação dos egressos, que necessita de normativos para que se torne mais efetiva.

Fundamental ressaltar que a Enap é a grande parceira da Secretaria de Gestão de Pessoas do MGI em qualquer ação que vise o desenvolvimento profissional. No LideraGOV não poderia ser diferente. A Enap possui enorme competência na formação de servidores. É uma potência que deve ser aproveitada. Além disso, a SGP constrói as políticas de desenvolvimento, mas é a Enap a principal executora.

Fazer parte da construção do Programa foi um desafio, muito trabalhoso, mas muito gratificante. Trabalhar no LideraGOV foi uma oportunidade de gerar valor público. Quando, há sete anos, decidi mudar minha trajetória profissional e atuar em gestão de pessoas, o fiz para trabalhar desenvolvendo políticas públicas que valorizassem o servidor público. Assim, foi e é uma alegria ver que é possível e o LideraGOV é um exemplo disso.

Você aposta numa ideia e tem esperança de que vai dar certo, mas não sabe o que pode acontecer. São horas de trabalho e dedicação. Mas quando o projeto é bem cuidado, acaba florescendo. Ver a trajetória do LideraGOV é muito gratificante, pois a gente percebe claramente o crescimento e o profissionalismo. Só o fato de ter ultrapassado dois governos e continuar sendo desenvolvido, a meu ver, já é uma grande conquista que mostra o potencial do Programa. Acompanhar todo esse processo de crescimento foi e é muito satisfatório, dá a sensação de dever cumprido.

Vencer o Prêmio Espírito Público é como passar um filme na nossa cabeça, de como tudo começou, das incertezas do caminho, das dificuldades. Mas é ótimo. Fiquei muito feliz e quero conquistar mais prêmios.

O LideraGOV precisa crescer mais ainda e atingir muitos mais servidores, com mais turmas durante o ano e implementar o projeto dos egressos do Programa formarem incubadoras de projetos. Certamente, líderes preparados não são a solução única para os problemas da administração pública, mas é um começo. Afinal, sem pessoas não há administração.

O LideraGOV é a realização de um antigo sonho. Sou da área de gestão e sempre imaginei uma administração pública profissionalizada, com lideranças capazes e capacitadas, exercendo suas funções, apoiadas em suas próprias competências potencializadas pela boa técnica. É isso que o Programa faz, transforma, prepara, apoia e potencializa lideranças para assumir papéis estratégicos nas organizações públicas, a partir das melhores práticas de gestão.

A trilha de desenvolvimento do LideraGOV promove a reflexão sobre liderança em várias vertentes: o liderar a si próprio, o liderar equipes e o liderar organizações. Essa introspecção nos vários papéis e vieses do se ver líder, do ser visto como líder, para só então se sentir e ser líder, gera uma transformação muito complexa na forma de repensar o seu lugar dentro do ecossistema público do qual fazemos parte.

A liderança não está somente no cargo, mas na capacidade de inovar e fazer transformações, mesmo que seja na sua sala. Parece ser simples, mas essa reflexão potencializa tanto nossas competências e possibilidades, porque a ação deixa de estar no reconhecimento do outro, mas como nós reconhecemos a nós mesmos. Então, você se renova como profissional, se vê de uma forma mais completa e mais estratégica, consequentemente, se posiciona melhor.

Para mim, o ponto forte do LideraGOV é que ele é um Programa em movimento, cresce a partir dos próprios resultados e se renova a cada ciclo de avaliação, aprende consigo mesmo. Não é um Programa estanque, está sempre acompanhando as tendências e promovendo conhecimentos necessários e atualizados.

O formato online também democratiza o acesso, uma vez que permite que pessoas de todo o Brasil, que teriam dificuldades de acessá-lo presencialmente, participem remotamente e de forma ativa. Também gosto do tempo de duração. Por ser uma formação tão completa, penso que acertaram na proposta de tempo. Nem tão curto, que gere sobrecarga com os afazeres do cotidiano, nem tão longo, que cause um comprometimento de tempo maior do que o necessário.

Minha expectativa é que o Programa se torne sustentável, permanente e que a Rede LideraGOV se solidifique, gerando maiores contribuições efetivas para a administração pública, em geral. Imagino o selo LideraGOV como uma espécie de certificação que chancele servidores ao exercício de cargos de gestão, de maneira que isso seja evidenciado em seleções públicas, no âmbito de cargos de nível mais elevado nas organizações.

Quando penso em mudanças no Programa, seria mais em questões de estrutura e ampliação de alcance. Atualmente, o formato das aulas é de um encontro de um dia inteiro. Acho que dois encontros, de meio período, trariam mais engajamento nas atividades e no aprendizado, porque 8h de tempo de tela é demasiado para qualquer tipo de atividade que envolve apreensão de conhecimento, fora as questões ergonômicas e do cotidiano de cada um. Meio período seria mais fácil de deixar reservado sem interrupções.

Em uma das oficinas de planejamento, alguém mencionou intercambio interinstitucional e fiquei pensando o quanto seria operacionalizável promover uma espécie de estágio, no âmbito do Programa, onde os participantes poderiam atuar como time volante em alguma instituição na implementação de algum projeto estratégico.

Um ganho fantástico seria a interação com servidores de outras esferas, como estados e municípios. Poderia haver vagas adicionais para servidores dessas esferas, uma vez que, como executores das principais políticas públicas, a carência de formação nessa área é efetiva e a interação com servidores da esfera federal traria um ganho de compreensão fantástico, a exemplo do que ocorre em cursos da Enap, onde temos esse tipo de público misto e que os insights são extraordinários. Talvez os estados e municípios tenham interesse em patrocinar seus servidores, pelo menos alguns. Ou, de repente, criar uma turma extraordinária para esse público.

A edição 5.0 amplia as ações de diversidade do Programa ao incluir pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas e trans, e pode ainda pensar no aspecto de regionalização, uma vez que as regiões norte e nordeste ainda se mostram bastante "tímidas" no tocante ao número de participações. Estimular a formação de gestores do porte do LideraGOV fora do eixo DF/Sudeste, cuja oferta já é bem ampla, é uma forma de incentivar a melhoria contínua da Gestão Pública em todo o território brasileiro de forma mais igualitária.

O LideraGOV representa uma oportunidade de alinhar capacidades dentro da gestão pública no Executivo Federal, promovendo a ampliação de lideranças públicas voltadas ao aperfeiçoamento na criação e execução de políticas públicas.

Apesar de ter vindo de quase onze anos em funções de chefia na Polícia Rodoviária Federal, pude ampliar não só conhecimentos em gestão pública, mas trabalhar minha capacidade de articulação e pensamento sistêmico em sentido amplo. 

Entre os pontos fortes do Programa posso destacar a formação da Rede LideraGOV, as trocas, em especial na turma 4, e a reunião de lideranças públicas negras de altíssimo nível estratégico, operacional e acadêmico, que certamente contribuíram e contribuirão para a máquina administrativa e desenvolvimento de políticas públicas eficazes, antirracistas e inclusivas.

Espero que o LideraGOV seja intencional no equilíbrio de diversidade, não necessite de mais edições exclusivas, que reflita sobre o desequilíbrio das primeiras quatro edições e evolua para ser a virada de chave que todos os governos precisam para efetuar as suas políticas públicas, e seja também uma semente robusta, de profissionalização constante dessas altas lideranças.

Tenho como proposta a ampliação do Programa para os três poderes e para as três instâncias federativas, assim, não só haveria um enriquecimento dos mesmos, como aumentariam as chances de um intercâmbio altamente eficaz de lideranças.

O Lideragov foi um salto na minha carreira. Durante o curso, o Programa resgatou a autoconfiança no meu potencial profissional. Hoje, me dá segurança para tomar decisões. Para sempre será a base de uma rede de aprendizado coletivo e compartilhamento de oportunidades.

O Lideragov permitiu um maior autoconhecimento, me ensinou como conhecer e respeitar aos outros, e deu a base para imaginar e construir o setor público do qual faço parte. 

Desde que me formei, uso as três etapas da formação em todas as minhas análises, planos e projetos profissionais. Isso me gera a certeza de que o que quer que eu resolva executar no ambiente de trabalho será bem-feito e trará bons resultados.

O LideraGOV é um programa completo e voltado para o setor público. Para quem é servidor, não há como encontrar uma formação mais específica. Como gosto do tema da liderança, já tinha participado de outras formações pagas por aí, mas sempre falta a compreensão e a conexão com a realidade do Estado e dos governos.

Sem dúvida, o Programa foi uma experiência transformadora que abre horizontes internos e externos. Depois de passar pelo Lidera e entrar na Rede de egressos, todo servidor sente que é possível, é necessário, ser mais do que se espera de um servidor. Servir pode ser o grande propósito, e, em nossos tempos tão complexos, velozes e voláteis, o mais importante de todos.

O LideraGOV é um espaço de valorização do servidor público, é a resposta do Estado brasileiro a uma demanda da sociedade por instituições públicas mais bem geridas e alinhadas com os interesses da coletividade. O programa é um despertar do Estado para a necessidade de desenvolver líderes, a partir dos seus servidores e servidoras, independentemente de origem e área de formação/atuação.

A formação no LideraGOV supre lacunas que, na rotina ordinária de servidor público, não conseguimos avaliar adequadamente ou mesmo perceber que elas existem. Os conteúdos e habilidades adquiridos e aperfeiçoados no Programa e a rede de colegas criada, a partir do LideraGOV, são impulsos que têm me levado a refletir constantemente sobre meu papel enquanto líder e servidor e sobre a necessidade de aperfeiçoamento constante para melhores entregas aos usuários do serviço público.

Entre os pontos fortes do Programa posso destacar o foco abrangente, que envolve o autoconhecimento, a relação com a diversidade de pessoas e a flexibilidade institucional. Outro ponto de destaque, mas não menos importante, é a desmistificação do que é ser líder no serviço público, ou seja, é uma questão de habilidades para além da ocupação formal de uma função de chefia.