Vigitel
O que é o Vigitel?
A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, juntamente com outros inquéritos, como os domiciliares e os voltados para a população escolar. Conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade destas doenças, melhorando assim a saúde da população. A pesquisa Vigitel é realizada anualmente pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
Entre as DCNT monitoradas por esse sistema estão:
- Diabetes;
- Câncer;
- Cardiovasculares, como hipertensão arterial, que têm grande impacto na morbi-mortalidade e na qualidade de vida da população.
Esses grupos de doenças possuem quatro fatores de risco modificáveis em comum, também monitorados pelas pesquisas:
- Tabagismo;
- Alimentação não saudável;
- Inatividade física;
- Uso nocivo de bebidas alcoólicas.
Além do acompanhamento contínuo desses quatro principais fatores de risco, diagnóstico médico de diabetes e de hipertensão arterial e exames de detecção precoce de cânceres femininos, o Vigitel também é utilizado para investigar outros temas de forma mais pontual ou temporária, conforme necessidade. Como exemplo, cita-se a inclusão de perguntas sobre:
- A proteção contra raios ultravioletas (2007 a 2010);
- Questões relacionadas ao comportamento no trânsito (a partir de 2011);
- Ações de combate à dengue (2012).
O monitoramento dos fatores de risco e das principais doenças crônicas fornece informações importantes para o planejamento de políticas públicas de promoção e prevenção, além da avaliação de intervenções realizadas.
Os resultados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT embasaram a elaboração do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011–2022, e subsidiam o monitoramento periódico das metas propostas no mesmo.
O Vigitel, dentro do sistema de vigilância, apoia também o monitoramento das metas do Plano Regional de DCNT (Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS) e do Plano Global para o Enfrentamento das DCNT (Organização Mundial da Saúde).
ATENÇÃO: O Vigitel NÃO PERGUNTA qualquer informação de CPF, RG ou dados bancários. As únicas informações pessoais obtidas por meio da pesquisa dizem respeito à idade, sexo, escolaridade, estado civil e raça/cor e são utilizadas nos procedimentos metodológicos da pesquisa para que seus resultados reflitam a distribuição sociodemográfica da população total.
O sigilo das informações é garantido pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) e pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde.
Para que serve o Vigitel?
O Vigitel faz parte das ações do Ministério da Saúde para monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para DCNT em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Entre essas doenças incluem-se diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares como hipertensão arterial, que têm grande impacto na qualidade de vida da população.
ATENÇÃO: A participação na pesquisa é voluntária, a pessoa entrevistada não é obrigada a participar e, mesmo que comece a responder ao questionário, pode desistir da entrevista ou interrompê-la a qualquer momento. Ressalta-se que a participação é muito importante para a vigilância em saúde no nosso país e para o planejamento e monitoramento de ações estratégicas.
Quando o Vigitel começou?
O Vigitel foi implantado em 2006 em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. As entrevistas ocorrem por inquérito telefônico realizado anualmente em amostras da população adulta (18 anos ou mais) residente em domicílios com linha de telefone fixo.
Quais temas o Vigitel aborda?
Os indicadores avaliados pelo Vigitel estão dispostos nos seguintes assuntos:
- Tabagismo;
- Excesso de peso e obesidade;
- Consumo alimentar;
- Atividade física;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Condução de veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas;
- Autoavaliação do estado de saúde;
- Prevenção de câncer;
- Morbidade referida.
A duração média para responder ao questionário é de 12 minutos. Importante destacar, também, que algumas perguntas realizadas não são diretamente sobre saúde, mas são muito importantes para serem relacionadas com a situação da saúde da população.
Amostragem
O processo de amostragem é iniciado com o sorteio de números telefônicos fixos a partir dos cadastros de telefones existentes nas capitais do país com base no cadastro eletrônico de empresas telefônicas. É importante reforçar que as empresas telefônicas cederam apenas os números de telefone, sem informação de nomes e endereços que identifiquem os moradores. A partir desses números, são selecionados telefones que receberão a ligação e o convite para participar do estudo.
Primeiramente são sorteadas 5.000 linhas telefônicas por cidade, de forma sistemática e estratificada por CEP. A seguir, as linhas passam por um segundo sorteio e são divididas em réplicas de 200 linhas, sendo que cada réplica reproduz a mesma proporção de linhas por CEP do cadastro original.
A próxima etapa identifica, entre as linhas sorteadas, aquelas que são elegíveis. São consideradas não elegíveis as linhas:
- Que correspondem a empresas;
- Que não existem ou se encontram fora de serviço;
- Que não atendem a seis tentativas de chamadas feitas em dias e horários variados, podendo corresponder a domicílios fechados.
As linhas consideradas elegíveis passam por uma segunda etapa da amostragem do inquérito, com sorteio de um dos adultos moradores no domicílio para responder ao questionário. O sistema estabelece um tamanho amostral mínimo de aproximadamente 2.000 adultos entrevistados por cidade, para estimar as frequências dos indicadores com um coeficiente de confiança de 95% e erro máximo de cerca de três pontos percentuais.
Os sorteios das linhas são feitos porque o Ministério da Saúde quer proporcionar a todos os moradores da residência a chance de participar da entrevista e também para obter uma correta estimativa do conjunto da população adulta de todas as capitais do país, ou seja, para que os resultados encontrados sejam mais condizentes com a realidade da população. Para que a pesquisa represente a situação da população da cidade e do Brasil é importante que a entrevista seja respondida pela pessoa sorteada de cada casa.
As ligações são feitas anualmente, em todos os dias da semana, das 9h às 21h (horário de Brasília) nos dias úteis e das 10 às 16h aos sábados, domingos e feriados. Quando o número de telefone é selecionado e a pessoa atende ao telefone, um levantamento do número de moradores adultos (com 18 anos ou mais) no domicílio é realizado. O(a) entrevistado(a) não é obrigada(o) a citar os nomes dos moradores, apenas a idade e sexo de cada adulto para que sejam calculadas as estimativas adequadamente. A partir dessas informações, os resultados da pesquisa poderão representar os hábitos de vida de toda a população adulta das capitais brasileiras. As ligações são feitas por uma empresa de pesquisa contratada pelo Ministério da Saúde para a execução desta atividade.
Com a meta de entrevistas completas atingida, os resultados permitem inferências populacionais apenas para a população adulta que reside em domicílios cobertos pela rede de telefonia fixa. A fim de gerar estimativas para a população de cada cidade, como um todo, são atribuídos pesos finais a cada indivíduo de forma a igualar a composição sociodemográfica estimada para a população de adultos com telefone da amostra do Vigitel à composição sociodemográfica que se estima para a população adulta total da mesma cidade no mesmo ano do levantamento. Esse peso pós-estratificação foi calculado pelo método “rake”.
Como é feita a divulgação dos dados do Vigitel?
A divulgação dos resultados do Vigitel é feita ao final de cada pesquisa, por meio de relatórios e publicações do Ministério da Saúde. Os primeiros resultados são divulgados pelo próprio Ministro da Saúde em entrevistas à imprensa. São divulgados apenas os resultados agrupados por capital do país/região de residência, sexo, idade e nível de escolaridade. Não são analisados ou divulgados dados individuais de cada entrevistado(a).
Acesse aqui os relatórios e questionários