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EVOLUÇÃO NA SAÚDE
Grupo técnico vai elaborar projeto-piloto de transformação digital no Complexo da Maré
Foto: André Fernandes/MS
Saúde digital como motor de inclusão social e ampliação do acesso ao SUS para as populações das periferias – esse é o objetivo que orienta as ações do Ministério da Saúde no Complexo da Maré (RJ). Na última semana, uma portaria instituiu o Grupo de Trabalho Técnico (GTT) com finalidade de desenvolver projeto-piloto de transformação digital em saúde na comunidade. A iniciativa do Governo Federal faz parte do programa SUS Digital que, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro , vai implantar um núcleo de telessaúde para atender a comunidade, com a expectativa de replicar a iniciativa em outras periferias brasileiras.
Um dos resultados esperados é a implementação de unidades equipadas e profissionais qualificados para a prática de teleconsultas, o que vai beneficiar cerca de 140 mil moradores que residem nas 16 favelas que compõem a Maré. A ideia é levar o atendimento médico de forma virtual ao público, o que deve diminuir a espera, agilizar diagnósticos e evitar deslocamentos desnecessários.
"A transformação digital do Complexo da Maré é um trabalho pioneiro numa comunidade onde há muitas vulnerabilidades, mas ao mesmo tempo muitas fortalezas, e uma delas é o senso do coletivo. E isso vai fazer com que a gente crie um modelo que poderá certamente se tornar uma inspiração para outros territórios", conta a secretária de Informação e Saúde Digital (Seidigi) da pasta, Ana Estela Haddad.
O projeto é um piloto, desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para implantação das ações estratégicas SUS Digital e telessaúde em territórios periféricos urbanos, com alta vulnerabilidade social e violência sistêmica, apoiando a consolidação das redes de atenção à saúde do SUS. A atuação na Maré vai permitir uma avaliação detalhada da viabilidade, eficácia e possíveis melhorias, que serão fundamentais para a elaboração de um plano abrangente que promova a saúde, o bem-estar e a igualdade de acesso aos serviços de saúde em outras comunidades.
O assessor especial para a Saúde nos Territórios de Periferias do Ministério da Saúde, Valcler Fernandes, acredita que a iniciativa é muito importante para a pasta, para o SUS e para os moradores das periferias “Vai promover a experiência de implantação de uma cultura de saúde digital numa periferia brasileira, o que pode nos trazer excelentes elementos de análise para desenvolver um projeto que realmente amplie o acesso à saúde nas favelas do país inteiro. O grupo de trabalho pretende criar condições para que possamos replicar projetos como esse em outras comunidades periféricas, onde, hoje, habitam mais de 20 milhões de pessoas”, explica
Moradores participaram de oficina
Um dos primeiros passos para o desenvolvimento foi a realização de uma Oficina de Transformação Digital na Comunidade Nova Holanda, no complexo. O objetivo da ação foi construir, em parceria com a população, um plano de transformação digital em saúde no território, com base no Programa SUS Digital, e foco em três eixos de atuação: saúde mental, saúde da mulher (prevenção e planejamento), além de acesso às informações, tecnologias e serviços. Considerando a importância da telessaúde, foram exploradas diversas temáticas relacionadas à saúde, conectividade, acesso à informação e formação profissional.
Compromisso de governo
Essas iniciativas são parte de um conjunto de diversas ações de promoção à saúde que têm sido desenvolvidas para redução das vulnerabilidades na Maré. Em dezembro do ano passado, a Secretaria-Geral da Presidência da República oficializou a abertura de um grupo de trabalho técnico composto por nove pastas, incluindo o Ministério da Saúde e a Prefeitura do Rio de Janeiro, para articulação de políticas públicas integradas para o conjunto de favelas. O objetivo é dar atendimento às demandas entregues por 16 associações de moradores da Maré ao Executivo nacional.
Nadja Alves dos Reis
Ministério da Saúde