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Em simpósio sobre vacina Covid-19, especialistas de Oxford debatem imunização de crianças
A vacinação pediátrica primária e de reforço foi um dos principais temas abordados pelos diversos especialistas internacionais e do Brasil presentes durante o simpósio internacional organizado pelo Ministério da Saúde, na última segunda-feira (12), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília (DF) para discutir a política de vacinação contra a Covid-19.
Segundo Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, crianças apresentam baixo risco para a doença. “Quando você considera, mesmo voltando ao início da pandemia, o risco de doença severa ou morte em crianças era extremamente baixo. Hoje, na população pediátrica, nós estávamos falando de faixas etárias que já tiveram, geralmente, mais de uma infecção inclusive. O vírus foi muito propagado nas escolas. Portanto, nós não estamos lidando com uma população totalmente desprotegida. O benefício adicional da vacinação neste momento, que já se tem imunidade, vai ser extremamente pequeno”, disse.
“A menos que você tenha grupos de crianças que nunca tiveram contato com o vírus, acho extremamente difícil pensar agora em crianças menores de 12 anos iniciando um novo programa de vacinação. E na verdade, mesmo nos maiores de 12 anos, se não forem vacinados, a não ser que estejam nos grupos de risco, os benefícios adicionais da vacinação nessa faixa etária, vai ser muito pequeno” concluiu Pollard.
Os especialistas também debateram as últimas pesquisas sobre os efeitos da vacinação em diferentes países do mundo e citaram estudos que podem indicar os impactos da imunização nos próximos anos, além da importância das doses de reforço para os públicos que já podem se vacinar. Eles reforçaram que, enquanto os estudos sobre os impactos e custo-benefício da vacina bivalente estão em desenvolvimento, os imunizantes monovalentes já disponíveis no Brasil são eficazes, seguros e previnem casos graves e óbitos pela Covid-19.
“Acho que seria ótimo se soubéssemos que daqui a um ou dois anos teremos uma Covid-19 sazonal onde você pode prever o que acabou de acontecer no hemisfério Norte que provavelmente irá acontecer aqui e então a seleção da vacina será mais fácil. Mas, neste momento, se você usar uma vacina bivalente que contenha a cepa original mais a B1, nenhum deles está circulando, então não há vantagem em ter essa vacina sobre outra que cobre apenas a cepa original”, pontuou Andrew Pollard.
Ministério da Saúde