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Saúde Indígena
Missão de Saúde Indígena no DSEI Kaiapó do Pará registra mais de 5 mil atendimentos
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Ourilândia do Norte (PA) - A Secretaria Especial de Saúde indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, realizou entre os dias 17 e 23 de novembro 5.144 atendimentos durante a Operação de Combate a COVID-19 no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará. Com o apoio de 26 profissionais de saúde, enviados pelo ministério da Defesa, em reforço a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) do DSEI, as comunidades indígenas dos Polos Base Tucumã, São Félix do Xingu, Redenção e Ourilândia receberam atendimento em diversas especialidades, tais como pediatria, ginecologia, odontologia e clínica médica.
Esta foi a 17ª Missão Interministerial da Operação de Combate a COVID-19 para levar atendimento médico para as áreas indígenas. Segundo o coordenador do DSEI, Lázaro Marinho, “essa ação chega no momento certo, porque reforça o trabalho que já vinha sendo feito pela equipe do DSEI desde o início da pandemia, que sempre foi orientar e tratar os indígenas na nossa região”, pontuou. Para o coordenador administrativo da Missão Interministerial, Tenente-Coronel Klaus Raylen, "a missão foi um sucesso e temos a certeza de que essa experiência vivida pelos profissionais das Forças Armadas deixará um legado profissional e pessoal para cada um, na certeza também de que fizemos a diferença na vida e na saúde dos indígenas".
A EMSI do DSEI Kaiapó do Pará conta com 99 profissionais que levam Atenção Primária aos indígenas diretamente nas aldeias. São médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, auxiliares em saúde bucal, técnicos de enfermagem, agentes indígenas de saúde e saneamento, entre os profissionais da área. A estrutura de saúde é composta por 17 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) e quatro Casas de Saúde Indígena (CASAI) prestando atendimento à população local.
O empenho dos profissionais de enfermagem do DSEI, sobretudo os Responsáveis Técnicos (RT), é evidenciado no tratamento dos indígenas doentes. Para tomar um medicamento, por exemplo, seja ele comprimido ou xarope, o indígena Kayapó precisa ir até uma Unidade Básica de Saúde (UBSI) ou uma farmácia, instalada na própria aldeia. Fernando é farmacêutico do DSEI Kaiapó e explica que "depois de atendido pelo médico, o indígena vai com o receituário até a farmácia, lá ao invés de darmos o medicamento a ele e explicarmos a posologia, nós retemos a receita e criamos um calendário com data e hora para que esse indígena compareça ao local para tomar a medicação de forma correta. Quando ele não aparece nós levamos os medicamentos até a casa dele para evitar a interrupção do tratamento", contou.
Tecnologia em Saúde
Uma empresa de biomedicina enviou voluntários para realizar testes para a COVID-19 utilizando ultraprocessamento de dados e Inteligência Artificial. Segundo a biomédica Ana Alvarez, com um aparelho simples, recarregável, que faz backup pela internet, consegue substituir grandes máquinas de processamento, que consomem muita energia e são inviáveis para regiões isoladas. "Nós conseguimos oferecer um laboratório descentralizado que com apenas algumas gotas de sangue e esse aparelho de leitura de dados conseguimos por meio de inteligência artificial e a análise de um biomédico entregar o laudo de um exame em poucos minutos e com mais de 99% de confiabilidade. Em breve poderemos oferecer exames que estarão melhor alinhados com a realidade indígena", concluiu.
Atuação durante a pandemia
O Governo Federal elaborou um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os DSEI também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais para as diferentes situações de enfrentamento da COVID-19, respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos mais eficientes diretamente nas aldeias.
Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega frota de veículos, embarcações e aeronaves para remoção dos indígenas até a rede de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade mais próxima.