Notícias
ATENÇÃO P´RIMÁRIA
Américas e Caribe unidos para década de Nutrição da ONU
O Ministério da Saúde com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) convidaram países das Américas e Caribe para integrarem duas Redes de Ação lideradas pela pasta. Uma é sobre estratégias para redução do consumo de sal para prevenção e controle de doenças cardiovasculares e a outra sobre guias alimentares baseados no nível de processamento dos alimentos. A primeira reunião presencial aconteceu no início de maio, em Brasília.
No I Encontro sobre as Redes de Ação sobre Guias Alimentares e Redução de Sódio no âmbito da Década de ação para Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU), representantes do Argentina, Canadá, Chile, Colombia, Costa Rica, Equador, México, Peru, Uruguai e Brasil apresentaram experiências e debateram para em conjunto elaborarem, aprimorarem e implementarem estratégias para diminuir ingestão de sódio pela população e difundir Guias Alimentares baseados em alimentos, e não em nutrientes, que considerem o nível de processamento dos alimentos para fazerem suas recomendações de alimentação saudável.
“A rede aproxima ainda mais o trabalho que vem sendo desenvolvido por cada país. O intercâmbio auxilia na construção de políticas públicas trazendo ferramentas para execução das estratégias de alimentação e nutrição junto à sociedade. No encontro, além de conhecermos experiências eficazes, pudemos pensar juntos como podemos nos ajudar mutuamente na agenda ”, afirmou Michele Lessa.
Segundo o Alan Bonjanic, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, o evento é importante para execução dos compromissos estabelecidos para a década de nutrição. “Os objetivos são ambiciosos e é necessário financiamento para que as políticas sejam implementadas de fato no território”, afirmou na abertura da reunião.
Debate
Dois temas nortearam o debate do evento: guias alimentares e redução do consumo de sódio. O Brasil é referência nas duas agendas. Para o consultor da OPAS Fábio Gomes, o Guia Alimentar para a População Brasileira é inovador com relação a quebra de paradigmas e um forte indutor das políticas regulatórias na promoção de ambientes saudáveis.
“A regulação amplia a escolha. Pensamos muitas vezes em restrição, mas é o contrário. Por exemplo, se em um lugar existe apenas produtos com alto teor de açúcar, sal e gordura, o consumidor não tem outras opções. A ausência da regulação mostra que o mercado tem ditado uma dieta monótona para o consumidor, sem trazer para a mesa a diversidade de alimentos que o país produz”, explica o consultor.
A Rede sobre Guias Alimentares tem como objetivo apoiar os países na elaboração, implementação, monitoramento e avaliação de Guias que incorporem a dimensão do nível de processamento de alimentos, para induzir políticas públicas e promover a alimentação saudável que valorize alimentos in natura ou minimamente processados e vise diminuir o consumo de ultraprocessados.
O trabalho proposto para a rede de redução do consumo de sal é de que as estratégias sejam complementares, envolvendo ações de monitoramento do consumo de sal pela população, publicidade e rotulagem nutricional adequadas, educação alimentar e nutricional, apoio a ambientes alimentares saudáveis, reformulação de alimentos e boas práticas.
O objetivo da Rede consiste em apoiar, por meio do intercâmbio de experiências, a elaboração, aprimoramento, implementação e avaliação de estratégias de redução do consumo de sal visando à prevenção e controle de doenças cardiovasculares e o cumprimento dos compromissos estabelecidos no Plano de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da OMS.
Década de Ação das Nações Unidas pela Nutrição (2016 – 2025)
Junto aos compromissos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a proposta busca uma abordagem intersetorial para o enfrentamento da múltipla carga de má nutrição. Ainda, traz a necessidade de comprometimento político e orçamentário frente à transição alimentar, nutricional e epidemiológica vivenciada por diversos países e com vistas à promoção da segurança alimentar e nutricional.