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ATENÇÃO P´RIMÁRIA
Multiplicadores do conhecimento
O curso de Atenção Integral à Saúde de Pessoas em Situação de Rua, com ênfase nos Consultórios na Rua já capacitou 950 profissionais de saúde e da assistência social e, em 2018, a terceira edição abriu mais 400 vagas. Nos dias 29 e 30 de novembro, em Brasília, aconteceu o primeiro encontro presencial das turmas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Já os integrantes das equipes do Sul e Sudeste se encontram nesta segunda e terça-feira (4/12), no Rio de Janeiro.
A capacitação busca qualificar as equipes multiprofissionais para a atenção integral às pessoas em situação de rua, contribuir com a articulação da rede Sistema Único de Saúde (SUS) e da Sistema Único de Assistência Social (rede SUAS), além de formar multiplicadores de boas práticas na atenção integral a essa população.
A formação tem duração de 6 meses. A cada dois meses as turmas têm momentos presenciais (de dois dias) com atividades. A primeira unidade de aprendizagem aborda território e rede, trazendo um conjunto de discussões, textos e atividade sobre qual a população atendem e o território onde atuam.
A segunda unidade é sobre processo de trabalho. Na terceira edição, esse eixo da metodologia mudou para fortalecer a Atenção Básica. A primeira e a segunda edição do curso tinham como objetivo ajudar a integrar a rede, a colocar as equipes de equipes de Consultório na Rua (eCR) junto a outras equipes da AB, da rede de Atenção Psicossocial e da rede SUAS.
Para o técnico Marcelo Pedra, do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS), a partir da análise dos dados obtidos nos sistemas de informação em saúde e da própria avaliação do curso, percebeu-se que essas equipes ainda não se viam como de Saúde da Família, como uma equipe de resolutividade. “O curso reforça que a pessoa em situação de rua deve ser atendida pela equipe e ter seu problema resolvido. Isso quer dizer que a equipe vai coletar material para exame, vai fazer o atendimento, vai fazer o diagnóstico, vai tratar e vai acompanhar o usuário”, explicou.
O curso
A formação é promovida pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), por meio da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e EAD (CDEAD) e do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP-FIOCRUZ), em parceria com o Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) do Ministério da Saúde.
Um dos objetivos do curso é fazer com que as eCR se enxerguem como equipes de Saúde da Família específicas, como agentes da Atenção Básica. Glicia Ribeiro, assistente social na eCR em Vitória da Conquista (BA), se inscreveu no curso com a expectativa de conhecer mais sobre esse papel do Consultório na Rua e o trabalho de outras equipes do país. “Depois de dois meses de muito aprendizado, consigo ver o quanto esse curso vai impactar no meu trabalho e no de toda a equipe, desde o preenchimento do e-SUS AB até na abordagem dos nossos pacientes. Todo conhecimento se transforma em uma ação inovadora. É muito importante ter uma formação como essa”, afirmou a profissional.
Sobre a importância do curso para a organização do processo de trabalho, o médico Edney Pacheco, de Aracaju (SE), também tem a mesma opinião. “Duas colegas já tinham participado nas outras edições e agregaram muito ao nosso trabalho. O Consultório na Rua é feito pela equipe. Utilizamos da clínica ampliada para aumentar o vínculo com a população que atendemos e, para isso, dependemos do trabalho de cada profissional integrante da equipe”, ponderou.
Para mais informações acesse o site da EAD/ENSP --> http://www.ead.fiocruz.br/