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Saúde Indígena
Investimentos garantem água de melhor qualidade a indígenas em Rondônia e no Amazonas
As comunidades indígenas Cacoal, em Ji-Paraná (RO), Santo André e Graças a Deus, em Guajará-Mirim (RO), e Traíra, em Humaitá (AM), já estão usufruindo de água de melhor qualidade para consumo. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Porto Velho investiu R$ 20 mil na aquisição de quatro filtros para remoção de ferro das águas extraídas de mananciais subterrâneos. Dosadores e outros materiais de saneamento também foram adquiridos e estão sendo utilizados pelas equipes de saneamento. São 574 indígenas beneficiados nas quatro aldeias.
“As águas subterrâneas, em geral, apresentam melhor qualidade do que as águas superficiais, justamente por estarem mais protegidas de contaminação. Apesar disso, os mananciais subterrâneos podem conter substâncias nocivas para o consumo humano, como a presença de ferro dissolvido, muitas vezes em teores elevados. O estado de Rondônia tem solo com altas concentrações de ferro”, explica a química Leidiane Lauthartte, da equipe de Saneamento do DSEI.
Ela afirma que o caso mais grave registrado na região coberta pelo DSEI Porto Velho ocorreu na aldeia Graças a Deus, onde os resultados da análise da água indicaram teores de ferro acima de 7,0 mg/L. A portaria nº 2.914, do Ministério da Saúde, considera a taxa de 0,3 mg/L como a concentração máxima permitida em água para consumo. “Com a instalação dos filtros de remoção, as novas análises apresentaram a taxa recomendada”, frisa Leidiane. O acúmulo do metal no fígado, pâncreas e coração pode levar a cirrose e tumores hepáticos, diabetes e insuficiência cardíaca, respectivamente.
Marcelo Ribeiro de Souza, geólogo do DSEI, acompanhou a instalação do sistema de tratamento de água em cada uma das aldeias e orientou os agentes de saneamento indígena sobre a manutenção e utilização do sistema de filtragem. “Todos ficaram muito satisfeitos com a melhoria da qualidade da água distribuída nas comunidades”, disse Marcelo.
As aldeias que estão recebendo os filtros já são atendidas pelo programa de Monitoramento da Qualidade da Água. A inciativa resulta de uma colaboração técnica entre o Distrito e Fundação Nacional da Saúde (Funasa), garantindo a realização de análises físico-químicas e microbiológicas. Técnicos de saneamento de cada Polo Base do DSEI foram capacitados esta semana para iniciar o monitoramento mensal nas aldeias.
Por Graziela Oliveira
Foto: Acervo / DSEI Porto Velho