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PREVENÇÃO
Com 221 novos casos de hanseníase, Mato Grosso do Sul receberá testes rápidos
Associada à precariedade de condições sanitárias, a hanseníase ainda é uma doença prevalente no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No Mato Grosso do Sul, conforme dados preliminares, em 2022, foram 221 novos casos. Para ajudar na redução desse quadro, o Ministério da Saúde vai encaminhar testes rápidos para aplicar em pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença.
Ao todo serão 150 mil exames disponibilizados para todo país, como parte da adoção do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT). A medida prevê a inclusão de novos testes nos municípios e a adoção das propostas da Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2023-2030. O objetivo é que 75,03% das cidades com notificações, entre 2015 e 2019, intensifiquem as ações de enfrentamento. O documento é uma construção do governo federal, estados e municípios, além de contar com a colaboração da sociedade civil e comunidade científica.
A própria viabilidade dos testes só foi possível graças ao trabalho de instituições científicas nacionais, como ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”.
Com o repasse, o Brasil se torna o líder mundial na oferta de insumos para a detecção da doença na rede pública. Serão ofertados três tecnologias de exame que integram o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: o teste rápido (sorológico), o teste de biologia molecular (qPCR) e um outro tipo de teste de biologia molecular (PCR). Outra novidade no combate à doença é o desenvolvimento do aplicativo AppHans, que vai oferecer conteúdo textual e visual para apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidade física e reações hansênicas.
Entenda mais:
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Os principais sintomas da doença são manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil. Além do comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Como é o tratamento?
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento. Apesar do estigma, a hanseníase tem cura.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde