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PREVENÇÃO
Acre registrou 124 novos casos de hanseníase em 2022. Saiba os sinais de alerta:
Em 2022, o Acre registrou, preliminarmente, 124 novos casos gerais de hanseníase e três casos da doença em adolescentes menores de 15 anos. Sozinho, o Brasil representa mais de 90% dos diagnósticos no continente americano e é o segundo país do mundo com maior quantidade de registros da doença. Em todo o território, durante 2022, mais de 17,2 mil pessoas foram identificadas com a infecção.
A hanseníase, se não tratada, pode causar lesões neurais e danos irreversíveis e, por isso, é importante identificar a doença ainda em seus estágios iniciais. Para possibilitar esse diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde, a partir de fevereiro, distribuirá 150 mil testes rápidos em diversas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa coloca o Brasil como o primeiro no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.
O anúncio da medida foi feito pela ministra, Nísia Trindade, durante o seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”, que ocorreu na penúltima semana de janeiro. Os testes serão destinados às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da infecção.
A rede pública terá disponível dois tipos de testes: o rápido (sorológico) e o de biologia molecular (qPCR). Uma terceira modalidade também será ofertada pelo SUS, o teste PCR, que auxiliará na detecção da resistência a antimicrobianos. As três tecnologias foram incluídas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença em julho do ano passado, e desenvolvidas por pesquisas brasileiras.
Entenda mais:
O que é?
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Quais os principais sintomas?
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil;
Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou perda da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés; e
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Como é o tratamento?
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Ministério da Saúde