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COP27
Brasil faz dia dedicado à indústria na Conferência do Clima
Nesta quarta-feira (16/11) foi o dia da indústria no pavilhão brasileiro da 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito. Foram vários painéis dedicados ao tema realizados com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na abertura dos debates, o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, destacou que o Brasil conta, atualmente, com 45% de sua matriz energética composta por fontes renováveis e que o país é um dos poucos que podem acelerar a transição da matriz de energia mundial, principalmente com hidrogênio e energia eólica. Na indústria, ele citou o exemplo do Programa Renova BIO, que estabelece metas de descarbonização do setor combustível e tem colaborado muito para o meio ambiente no Brasil e no mundo.
Benjamin Zymler, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), disse que os compromissos assumidos pelo Governo brasileiro no acordo de Paris para conter o aquecimento global demandam uma mobilização de todos setores, e a indústria, em particular, tem sido fundamental para vencer esse desafio.
No painel sobre as ações para o desenvolvimento de mercado de hidrogênio verde no Brasil, o diretor de Relações Institucionais do grupo Unigel, Léo Slezynger, falou sobre a primeira fábrica de hidrogênio verde do país, que está em construção no polo petroquímico de Camaçari (BA). “A fábrica da Unigel será carbono zero, contribuindo para toda cadeia produtiva. A fábrica vai ao encontro dos desafios no que se refere ao combate ao aquecimento global”, destacou.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Leite, afirmou que o setor automobilístico enfrenta o maior desafio da história, mas que o Brasil está numa posição mais privilegiada em relação ao resto do mundo porque tem várias opções, como etanol e biomassa.
Em um painel sobre as contribuições da indústria para conservação florestal, os participantes apontaram o uso da tecnologia, da ciência, da inovação, da comunicação e da formação de pessoas para a bioeconomia como os principais pilares.
O diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), José Luis Gordon, lembrou que mais da metade dos projetos atendidos pela instituição têm relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas. “Hoje, 67% da nossa carteira de trabalho já tem alguma relação com alguma ODS. Assinamos um acordo com o PNUD [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] para que possamos caracterizar uma metodologia correta para enquadrar os projetos de inovação como o orientado para a sustentabilidade. Essa metodologia vai permitir que as empresas recebam o selo de ODS”, destacou.
Segundo Gordon, o principal setor atendido pela Embrapii é a agroindústria, o que mostra o interesse desse setor em aprimorar técnicas para se enquadrar na bioeconomia. Entre as demandas estão equipamentos com tecnologia a serviço do agro, que inclui conectividade com máquinas agrícolas cada vez mais autônomas e a caminho de serem elétricas.
Na terça-feira (15/11), dois painéis apresentaram as medidas adotadas por bancos públicos para impulsionar o financiamento de projetos sustentáveis com a participação dos presidentes do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, e da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques.
No final do evento, a Fundação Banco do Brasil e o BNDES assinaram uma parceria no projeto Floresta Viva. A iniciativa foi lançada no ano passado, na COP26, em Glasgow, numa ação conjunta entre o BNDES e empresas para implementar projetos de restauração ecológica com espécies nativas e sistemas agroflorestais nos biomas brasileiros. Para cada real investido por uma empresa no projeto, o BNDES também investe o mesmo valor. A meta inicial era investir R$ 550 milhões e recuperar 35 mil hectares de vegetação nativa, mas, de acordo com Montezano, os valores podem chegar a R$ 1 bilhão e a área recuperada também vai aumentar. São mais de 15 parceiros e, agora, o Banco do Brasil também passa a fazer parte do programa.
A programação completa do pavilhão brasileiro é disponibilizada no site do Ministério do Meio Ambiente. Todas as discussões podem ser acompanhadas ao vivo pelo YouTube.