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Banco Nacional de Perfis Genéticos conta com mais de 175 mil perfis cadastrados
A maior parte dos registros é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual - Foto: MJSP
Para auxiliar na investigação criminal e na busca por pessoas desaparecidas, o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) alcançou a marca de 175.503 mil perfis cadastrados. Em junho, eram 153.111. A maior parte dos registros é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual. Os dados são do 17º Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) , publicado na sexta-feira (16/12).
O número atual de BNPG é quase 10 vezes maior do que o registrado há cinco anos. Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), os investimentos no Banco foram reforçados na atual gestão do Governo Federal, somando R$ 192,4 milhões nos últimos quatro anos.
Esses investimentos cooperam para o fortalecimento da Rede, que já auxiliou mais de 4.510 mil investigações criminais no Brasil. Desse total, somente no último semestre, a RIBPG auxiliou 427 investigações, um aumento de 10% em relação ao último relatório de maio deste ano. O coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ronaldo Carneiro, reforça que os dados possibilitam a resolução de muitos crimes. “É uma ferramenta eficiente para resolver crimes, afinal, as informações cadastradas no banco, apontam a autoria de crimes sem solução, comprovam a inocência de suspeitos e interligam um caso com outras investigações das demais esferas policiais.”
Outro dado relevante é que 5.991 coincidências, quando o DNA do criminoso combina com vestígios coletados no local do crime - foram confirmadas nos últimos seis meses, sendo 1.473 entre vestígios e indivíduos cadastrados criminalmente. Entre eles, a identificação do autor de um arrombamento a um escritório da Caixa Econômica, em Brasília (DF). O caso aconteceu em 2018 e o autor foi identificado em setembro deste ano.
Dados relevantes
O relatório identificou Minas Gerais como o estado com maior contribuição absoluta de perfis genéticos no BNPG com 24.056 perfis, seguido por São Paulo (22.929 perfis), Pernambuco (21.417 perfis), Rio Grande do Sul (14.791 perfis) e Goiás (13.959). O aumento de inserção de perfis nos bancos da RIBPG, especialmente de indivíduos cadastrados criminalmente, trouxe impactos positivos no número de coincidências registradas, cujo crescimento foi 12% no último semestre.
Desaparecidos
No que se refere às identificações onde se faz necessário o uso dos bancos dos perfis genéticos, a RIBPG auxiliou ao todo a solução de 282 casos, sendo 47 identificações diretas e o estabelecimento de 235 vínculos genéticos com familiares. Em junho foram 223 casos. Atualmente, os laboratórios que mais utilizam a RIBPG para a finalidade de busca de pessoas desaparecidas são o Rio de Janeiro (2.007 perfis genéticos), São Paulo (1.719), Goiás (1.339), Pernambuco (1.273) e Rio Grande do Sul (1.253).
Participação nacional
Todas as 27 unidades da federação contam com laboratório de genética forense em suas instituições de perícia oficial. Cada estado faz a adesão à rede para alimentar o banco de perfis genéticos nacional. Atualmente, 22 laboratórios alimentam rotineiramente o banco nacional. Por meio desse repositório central, todas as instituições de perícia conseguem compartilhar e comparar perfis genéticos obtidos em diferentes regiões do país.
Como funciona
Vestígios como fios de cabelo, sangue e outros materiais biológicos, são coletados no local do crime ou no corpo da vítima e em exames realizados nas vítimas no Instituto Médico Legal (IML).
A coleta é feita também em condenados por crimes graves e hediondos. A partir de lei, ficou determinado que é obrigatória a identificação do perfil genético de condenados por crime com violência de natureza grave, como homicídios, latrocínio, sequestro e estupro, ou em casos que sejam determinados pelo juiz.
Uma vez que os estados aderem à rede e alimentam o banco de perfis genéticos nacional, as instituições conseguem fazer o cruzamento de dados.
Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública