Destaque
Uma Olimpíada por dia
Brasília, 12/9/16 – Quem assiste às Paralimpíadas do Rio de Janeiro tem a oportunidade de conhecer exemplos de superação dos limites do corpo e dos obstáculos interpostos pela vida. São muitas as pessoas com deficiência que precisam superar limites para executar as tarefas do dia a dia. O censo IBGE de 2010 aponta que são 45,6 milhões de brasileiros com alguma deficiência no Brasil, o que representa 23,9% da população.
No Ministério da Justiça são 28 servidores que trabalham nos prédios da pasta, segundo dados da Divisão de Cadastro e Benefícios. Um deles é o administrador Breiner Silvestre Alves Franco, ex-praticante de natação e futebol. Ele já disputou campeonatos no Minas Brasília Tênis Clube e recebeu o título de Atleta do Ano em uma das temporadas.
Com várias medalhas no currículo, Breiner ressalta a importância da conscientização promovida por um evento como as Paralimpídas. “Pessoas com deficiência podem e devem conviver em sociedade assim como praticar esportes em competições de alta performance. Isso vai depender da conscientização das próprias pessoas com deficiência de entenderem os seus limites, se é que eles existem, e de se permitir praticar esportes para o seu próprio bem-estar e saúde, sem preconceitos ou restrições”, afirma.
Acessibilidade
A realização dos Jogos Paralímpicos no Brasil também traz a oportunidade de ampliar o debate a respeito dos problemas de infraestrutura em relação à acessibilidade precária nas ruas, no transporte público e no acesso a edifícios, afirma o servidor. Atualmente lotado no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Breiner pondera que a estrutura do serviço público ainda precisar ampliar equipamentos para servidores e visitantes com necessidades especiais. Entre as melhorias ele pontua dispositivos como elevadores mais acessíveis, rampas de circulação, piso tátil, mobiliário ergonômico e leitor braile nos andares e portarias.
Sobre o preconceito e a desconfiança que as pessoas com deficiência sentem, Breiner afirma que a conscientização da população é fundamental, mas a vontade de realizar grandes e pequenos feitos, todos os dias, fazem a diferença na vida de qualquer cidadão. “O mais importante são as próprias pessoas com deficiência mostrarem seu valor e capacidade, seja onde for, no trabalho, na família, nas escolas, em todos os níveis da sociedade”.