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Polícia Civil do Rio Grande do Sul prende sete lideranças de grupos nazistas
Foto: Divulgação
Brasília, 14/11/2023 – Após sete meses de investigação, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Accelerare, Fase III. O resultado foi a prisão de sete pessoas por apologia ao nazismo e associação criminosa. O trabalho foi realizado por cerca de cem policiais. Eles foram coordenados pela delegada Tatiana Barreira Bastos, diretora da Divisão de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância e titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância.
A operação faz parte do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, do Projeto Impulse, por meio do qual a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp/MJSP) apoiou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com reforço das polícias de São Paulo, Paraná e Ceará, para cumprimentos de mandado de busca de apreensão e mandado de prisão preventiva, com foco em desarticular a Organização Criminosa da Prática de Apologia ao Nazismo.
“Os objetivos foram alcançados tendo em vista que, primeiro, a integração e o resultado da operação – uma operação que está em sua terceira fase –, faz com que esse tipo de crime seja combatido de forma mais eficiente”, explicou o diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp/MJSP, Romano Costa.
As investigações começaram em maio deste ano, quando a Delegacia de Combate à Intolerância (DPCI) recebeu uma denúncia anônima que relatava a existência de diversos grupos neonazistas e extremistas no Rio Grande do Sul. Os policiais civis desencadearam, então, a primeira fase da Operação Accelerare (o nome faz alusão à característica “aceleracionista” desses grupos) e cumpriram mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita e Novo Hamburgo, com o objetivo de combater os crimes de ódio e desarticular uma organização responsável pelo aliciamento de colaboradores via redes sociais e aplicativos de mensagens.
Flagrante
Essa operação resultou na prisão em flagrante de três suspeitos, que eram monitorados pelos policiais da DPCI e agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Também foram apreendidos computadores, telefones celulares e materiais que propagam crimes de ódio.
As instituições seguiram trabalhando em conjunto para desencadear a segunda fase da operação e, em junho de 2023, deflagraram a Operação Accelerare II, cumprindo mais um mandado de busca e apreensão na cidade de Pelotas. No local, mais computadores e telefones celulares foram apreendidos para extração de dados.
A análise dos materiais apreendidos, e, principalmente, do conteúdo extraído dos telefones celulares, permitiu a identificação de células ou grupos neonazistas com características extremistas, separatistas e racistas, bem como de integrantes desses grupos e suas lideranças.
A DPCI, a partir desse momento, implementou a terceira fase da Operação Accelerare. Além da representação pela prisão preventiva de nove investigados, também foram solicitados mandados de busca e apreensão em 23 endereços que abrangem, além do estado do Rio Grande do Sul, as cidades de Curitiba (PR), São Paulo, Araçoiaba da Serra (SP), Ribeirão Pires (SP) e Fortaleza (CE).
Perícia
Com apoio dos peritos criminais do Instituto Geral de Perícias (IGP), as extrações de dados dos dispositivos móveis puderam ser realizadas nos próprios locais de cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
Até o momento, foram presas sete pessoas e apreendido um adolescente infrator, bem como materiais e simbologias de apologia ao nazismo, fardas da SS, armas brancas, simulacros de arma de fogo e literatura fascista e nazista.
Os policiais que atuaram na Operação Accelerare fazem parte dos seguintes departamentos: Departamento Estadual de Proteção ao Grupo de Vulneráveis (DPGV), Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Departamento de Investigação Criminal (Deic), Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc) e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).