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MJSP e MPI promovem roda de escuta sobre álcool e outras drogas no Acampamento Terra Livre
Foto: Everton Ubal/MJSP
Brasília, 24/04/2024 - Para debater os impactos do álcool e de outras drogas em comunidades indígenas, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), promoveu, na quarta-feira (24), uma roda de conversa sobre a temática no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília.
A iniciativa faz parte das ações da Estratégia Nacional para Mitigação e Reparação dos Efeitos do Tráfico de Drogas sobre Territórios e Populações Indígenas, coordenada pela Senad.
A atividade teve como objetivo promover um debate sobre os desafios de prevenção e combate do álcool e de outras drogas nas comunidades indígenas. O encontro servirá de subsídios para o planejamento de ações da Estratégia Nacional voltada a povos indígenas do MJSP e para o início do processo de revisão do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas (Planad).
Participaram da roda de conversa a coordenadora da Estratégia Nacional da Senad/MJSP, Lara Montenegro; a coordenadora de Demarcação de Terras Indígenas da Secretaria de Acesso à Justiça (Saju/MJSP), Estella Libardi; a responsável técnica da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde (MS), Jaqueline Calafate; e o assessor da Secretaria Executiva do Ministério dos Povos Indígenas, Caíque Ribeiro Galícia.
“Viemos enquanto grupo interministerial, pois entendemos que as soluções voltadas a políticas sobre drogas em comunidades indígenas não se constroem de forma isolada. Vamos trabalhar em cima dos relatos que as comunidades nos trouxeram, pensando em como melhor construir e devolver políticas públicas que atendam aos desafios enfrentados pelos povos indígenas”, destacou a coordenadora Lara Montenegro.
Na avaliação de Jaqueline Calafate, a problemática do álcool e de outras drogas é uma questão de saúde: “Precisamos olhar para o indivíduo de outra maneira, para que essas pessoas não tenham danos à saúde. Temos equipes da Sesai nas aldeias indígenas com essa missão”, enfatizou.
Depoimentos
Entre os relatos apresentados pelas lideranças indígenas, destacou-se a falta de atendimento psicológico e clínico às famílias indígenas. “São as mães que sofrem, precisamos que olhem para nós, mas, também, para toda a região”, desabafou Leonilda Fermino, do povo Terena, da Aldeia Buriti (MS).
A violência doméstica também foi colocada em pauta como um agravante no contexto do consumo de álcool nas comunidades indígenas. E as lideranças apontaram, ainda, a necessidade de políticas de educação, saúde e esporte, como meio de prevenção ao uso de álcool e outras drogas.
As lideranças da Aldeia Passarinho, de Miranda (MS), Wilson Jacobino e cacique Dirceu Marcos Justino, falaram sobre a necessidade de maior fiscalização dos pontos de venda de bebidas alcoólicas próximos às comunidades.
Foi consenso entre os participantes a necessidade de políticas voltadas para a juventude indígena, por meio de ações na área de educação, saúde e esporte, como ação preventiva ao uso de álcool e outras drogas.
A roda de conversa apontou, ainda, a necessidade de melhoria na infraestrutura dos postos de saúde alocados nos territórios indígenas, com maior abastecimento de remédios e de profissionais de saúde.
Além do debate, o MJSP articulou a entrega, por parte do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), de 30 cestas verdes para a comunidade Terena e 140 cestas para a cozinha do ATL. A produção é do Coletivo de Mulheres do Movimento Sem Terra de Planaltina.
Encaminhamentos
Após o encontro, o MJSP, o MPI e a Sesai, discutirão nas próximas semanas as reinvindicações emergenciais apresentadas pelas comunidades na reunião interministerial do Grupo de Trabalho da Estratégia Indígena.