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MJSP capacita policiais para o atendimento à criança e adolescente vítima ou testemunha de crime
- Foto: WAGNER VARELA
Brasília, 10/10/2022 – Os policiais de todo o país compõem a rede de proteção da sociedade, principalmente para as crianças e adolescentes vítimas de crimes. Dessa forma, precisam escutar, acolher e não se omitir no atendimento a elas. As orientações de como proceder nestes casos foram apresentados na primeira edição do Curso Nacional de Atendimento às Crianças e Adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), de 3 a 7 de outubro.
O objetivo do curso desenvolvido pela Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (Segen/MJSP) é padronizar e fortalecer o atendimento integral das vítimas. Por isso, de forma presencial, 47 servidores da segurança pública de todo o país, sendo 23 policiais militares e 24 policiais civis, tiveram aulas sobre o embasamento legal para o atendimento a crianças e adolescentes, a importância da qualidade do atendimento e noções do desenvolvimento infantojuvenil. A escuta protegida, cujo o Guia para implementação foi atualizado recentemente, também foi tema de aula.
Ester Fernanda Coelho, delegada-geral adjunta de Santa Catarina e aluna da capacitação, destacou a relevância do conteúdo ministrado no curso. “Mesmo a gente que lida com casos reais no dia a dia é importante parar durante um tempo, estudar as leis e ouvir as experiências de outras partes do país nesse atendimento, que é prioritário e apresenta muitos desafios”, concluiu Coelho.
Outro aluno do curso, o cabo Victor Costa, da Polícia Militar do Espírito Santo, que trabalha na companhia especializada de polícia escolar, contou que irá repassar os conhecimentos adquiridos na capacitação para os colegas da companhia. “O conhecimento da legislação é importante, mas também é necessário ter uma visão sensível e aguçada de que a criança precisa ser protegida", ressaltou o cabo da PM.
Para o coordenador do Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente (CAAC/RJ), Carlos Olinto, ainda há desafios para os profissionais de segurança pública. “Nós aprendemos na academia de polícia como interrogar e quando nos deparamos com um protocolo científico voltado para a humanização, para o diálogo, percebe-se que há uma mudança de paradigma. É fundamental ter o entendimento desta mudança e esse é o principal desafio: colocar no entendimento do policial essa nova ordem, que disciplina a narrativa utilizada por ele com relação a oitiva de uma criança”, declarou o coordenador. “Aqui, saber ouvir faz toda diferença”, apontou Olinto.