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Participação dos pais ajuda no desempenho escolar da criança
A criança, cuja família participa de forma mais direta no cotidiano escolar, apresenta um desempenho superior em relação àquela onde os pais estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com o filho sobre o que acontece na escola, cobrarem dele e ajudarem-no a fazer o dever de casa, falarem para não faltar à escola, tirar boas notas e ter hábito de leitura, os pais estarão contribuindo para a obtenção de notas mais altas.
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A constatação foi feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) com base nos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Os alunos da 4ª série do ensino fundamental, que sempre vêem a mãe lendo, obtiveram uma média de 20 pontos a mais na prova de Língua Portuguesa do que aqueles que afirmaram que a mãe não tem o mesmo hábito. Enquanto a pontuação dos primeiros foi de 172,6, a dos outros ficou em 152,6. De acordo com as respostas ao questionário socioeconômico aplicado junto com a prova do Saeb, 84% dos alunos da 4ª série dizem que sempre vêem a mãe lendo. Em relação ao pai, a mesma afirmação é de 71% dos estudantes.
A média geral no Saeb 2003 em Língua Portuguesa na 4ª série foi de 169,4, numa escala única para todas as séries avaliadas (4ª e 8ª do ensino fundamental e 3ª do ensino médio) que vai até 500 pontos. As provas de Língua Portuguesa e Matemática foram aplicadas a uma amostra de 300 mil alunos representativa das redes públicas e particulares de ensino.
A média também apresenta variação quando os pais conversam com os seus filhos sobre o que acontece na escola. Há uma diferença de 17 pontos em Língua Portuguesa entre os alunos cujos pais sempre estão atentos ao que ocorre na escola (172,9) e aqueles cuja família nunca se preocupa (156,3). Segundo o levantamento, 56% disseram que seus pais ou responsáveis conversam sobre o cotidiano escolar, 36% afirmaram que essa situação acontece de vez em quando e 7%, que nunca ocorre; 1% não respondeu.
Em relação ao dever de casa, se os pais cobram que os filhos façam a lição, a média é 14 pontos superior quando isso não ocorre. A pontuação varia de 159,6 a 173,9. De acordo com as respostas ao questionário, 64% dos estudantes da 4ª série declararam que seus pais ou responsáveis cobram que eles façam a lição de casa, 25% disseram que a cobrança ocorre de vez em quando e 10%, que nunca ocorre; 1% não respondeu.
Inversão: À medida que as crianças ingressam na adolescência e chegam às séries superiores, reduz-se a influência dos pais no desempenho escolar. Entre os estudantes da 8ª série do ensino fundamental, na pergunta do questionário que indagava se eles vêem a mãe lendo, 79% responderam que sim. A média de desempenho em Língua Portuguesa desse grupo foi de 19 pontos acima (236 a 217) do conjunto dos 21% dos estudantes que disseram não. Entre os alunos da 3ª série do ensino médio, a diferença entre um e outro nesse quesito foi de 13 pontos (270 a 257). Pelo levantamento, 76% declararam que vêem a mãe lendo.
Em relação à conversa sobre o que acontece na escola, a variação é de 11 pontos para mais (237 a 226) entre os estudantes da 8ª série e de 10 (273 a 263) no conjunto dos alunos da 3ª série do ensino médio. Quanto à cobrança do dever de casa, esse aspecto não faz diferença entre os alunos da 8ª série e, na 3ª série do ensino médio, ocorre uma inversão. Quando os pais cobram, o desempenho é 12 pontos inferior (261 a 273) do que nos casos em que não há essa necessidade (veja tabela em anexo).
Assessoria de Imprensa do Inep: (61) 2104-8023/9563/8037