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Lição de casa é um dos fatores de maior impacto no rendimento dos alunos
Os estudantes que fazem a lição de casa têm um desempenho escolar bastante superior ao daqueles que não se interessam por essa prática de aprendizagem. Na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), os alunos da quarta série do ensino fundamental que respondem às tarefas solicitadas pelos professores têm um ganho de 21 pontos em língua portuguesa e 17 pontos em matemática. É o fator de maior impacto no rendimento educacional.
A constatação é do Coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Francisco Soares, que apresentou hoje, 11, os dados durante o seminário regional sobre avaliação educacional, em Belo Horizonte, para mostrar que os principais fatores que influenciam o desempenho do aluno estão relacionados às suas condições de vida. "A escola faz a diferença, mas não faz a revolução, e nem tudo que está fora da escola é estranho à ela". Seus estudos mostram que do conjunto de aspectos que impactam o processo de aprendizagem do aluno, a escola é responsável por 20%.
Mas ele ressalta que, em educação, todos os fatores agem ao mesmo tempo. "Se resolver só um ponto, não produz o efeito necessário. Não basta fazer a lição de casa". Para Soares, há uma série de efeitos relacionados à escola e à família no processo de aprendizagem, como formação e satisfação do professor, infra-estrutura, segurança e localização da escola, além da composição socioeconômica da família e o tempo que ela dedica ao aluno.
"Para concretizar o bom desempenho, é preciso que todos esses aspectos ocorram de forma simultânea", disse ele no seminário realizado ontem e hoje pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). O evento conta com a participação de mais de 70 técnicos em avaliação e planejamento de secretarias estaduais e municipais dos Estados da Região Sudeste.
Integração: No seminário, Manuel Palacios, coordenador do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave), defendeu a associação das avaliações educacionais do Saeb com os instrumentos estaduais de aferição da qualidade do ensino. Segundo ele, Estados como o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Maranhão já mostraram interesse em participar de um processo integrado.
Palacios acredita que no Saeb 2005 já seja possível fazer essa associação, desde que haja integração das matrizes de competências a serem avaliadas, inclusão de questões nacionais nos testes estaduais e aplicação da prova simultaneamente em todos os Estados. Para ele, além da integração entre o MEC e as Secretarias de Educação, é necessário o apoio aos centros de pesquisa e desenvolvimento da educação básica das universidades, às instituições que formam professores e ao corpo docente das redes de ensino.
A gerente de informação e avaliação da Secretaria de Educação do Espírito Santo, Marluza de Moura, vê como positiva a aproximação dos Estados com o MEC. "Mesmo que exista um sistema estadual de avaliação, o Saeb é importante, pois permite a comparação com outras unidades da Federação". Segundo ela, o Espírito Santo começa a incorporar os resultados do Saeb na definição de políticas educacionais e está ampliando o seu sistema de avaliação. "Já aplicamos uma prova em 2000, e este ano será realizada outra."
Já na opinião da coordenadora do Saeb pela Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, Marisa Rego, é preciso descentralizar as informações sobre a avaliação, envolvendo todos os setores relacionados ao sistema educacional do Estado.
Para Maria Conceição Conholato, coordenadora do sistema de avaliação de São Paulo, os resultados do Saeb configuram um diagnóstico que propicia ações e monitoramento da qualidade do ensino, mas não é, e nem se propõe a ser, um instrumento para a utilização da escola, uma vez que é realizado por amostragem. "É preciso que se tenha essa clareza. Os resultados do Saeb devem chegar até as escolas por meio das políticas de melhoria da educação." Contudo, a coordenadora acha importante que os estabelecimentos de ensino recebam, a partir dos dados fornecidos pela avaliação, informações como, por exemplo, os fatores que interferem no desempenho do aluno.
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